Fortaleza, CE, Brasil, 1985
A instalação Noite no deserto: milênios nas mãos foi remontada para Composições para tempos insurgentes. Trata-se de uma travessia no espaço-tempo desertificado pelas matrizes do poder fármaco ocidental. Composta por intervenções em bulas de remédios antirretrovirais, esculturas, cadernos e desenhos realizados entre os anos de 2013 e 2021, a obra propõe um ambiente íntimo que passa a ser compartilhado agora. Se é tempo de escassez, é também tempo de fartura, há de se esperar a chuva.
Linga Acácio pesquisa, escreve e desenvolve conhecimentos que se atravessam nos campos da performance, interseccionalidade, dissidência de gênero e travestilidade, HIV+, contaminações entre corpo, espaço e estratégias anticoloniais. Desde 2012, atua como diretora de fotografia, com participação em mais de 20 filmes, entre longas e curta metragens. Faz parte do Grupo de Crítica do Centro Cultural São Paulo de 2020 e 2021. Em 2019, fez curadoria e produção das exposições Zona de remanso: infiltração água e sal e Grande circular, no Museu de Arte Contemporânea Centro Dragão do Mar, Fortaleza, CE, Brasil. Como artista, participou recentemente de exposições coletivas como: À Nordeste – SESC 24 de Maio, São Paulo, SP; Mostra verbo – Galeria Vermelho e Espaço chão, São Paulo, SP e São Luís, MA; Preciso me comunicar com você – 7a edição na Pivô Arte e Pesquisa, São Paulo, SP e Corpo aberto: arquivo de sentimentos – Emergency Art, Vevey e Laussane, Suíça. Atualmente, é artista residente do programa de pesquisa em arte no MAM Rio.
Texto enviado pela artista
Noite no deserto: milênios nas mãos (2013-2021)
hidrocor, nanquim, aquarela, lápis de cor, grafite, fluido de correção, colagem, adesivo sobre papel, caderno, tijolo, coral, concreto armado, viga, cerâmica e pastel oleoso sobre bulas de remédio