Cada flôr merece seu caminho até fenecer
É preciso assegurar que cada ser vivente viva
Talvez a origem o ser do universo seja um buraco negro acumulando nanoinfinitesimais energias até expelí-las sob a forma de sóis planetas sistemas galáxias e depois reabsorvê-las sob a forma de energias
Por isso não são iguais nem eternos
É cada um uma original combinação de gases terras líquidos
Haverá vida em outros mundos?
Mas talvez não como a conhecemos
Ou a chamamos
Será apenas um autoretrato?
Os filhos são um crédito na terra em que nasceram e vivem
São a única condição no planeta
São nativos
Quem não é nativo que se arranje
Mas até hoje são os que mais se arranjam
Um dos maiores absurdos da história é que nativos são invadidos e dominados por estrangeiros
Os modos de vida a cultura enfim ali gerados são devastados pelos invasores
Mas não são extintos
Renascem renascerão no novo ciclo natural
A natureza gera e gerará os naturais das terras
Bastaria não se hostilizarem
Não se guerrearem
Não se dominarem
O mundo inteiro em seus diferentes momentos de civilização cabem no planeta
Organismos organizam-se
Orgânicamente
E voltam a ser pura energia
Descorporificam
E vamos cada um elipticamente a cada um de nossos destinos
Gravitando consumidos e expelidos em nova composição cósmica
Nada se perde tudo se transforma
Se assim é e se a tal ponto já chegamos
Sabemos de tudo
Vivenciamos tudo
Por que insistir nos horrores das guerras
Guerras gerais guerras locais guerras individuais
Forças que entrechocam-se forças que destroem-se forças que anulam-se
A força não é pra isso
É pra alavancar o mundo
Botá-lo a favor de todo o vivente
Paz e boa vontade
Sergio Santeiro
21 de março de 2020
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