Verbete – Tarsila do Amaral e suas imagens do Brasil

A produção artística de Tarsila do Amaral contribuiu fortemente para uma mudança de perspectiva nos parâmetros da arte no Brasil. Foi em viagem para Paris, em 1920, onde ficou durante dois anos, que aprofundou seus estudos em torno das vanguardas europeias. Esse período na capital francesa modificou radicalmente sua prática artística, resultando na adoção de técnicas inovadoras para refletir um ideal de identidade brasileira. Longe do Brasil, Tarsila soube de notícias da Semana de Arte Moderna de 1922 por meio de cartas trocadas com Anita Malfatti. A artista integrou o chamado Grupo dos Cinco, coletivo modernista que também incluía Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Menotti Picchia e Mário de Andrade.

Ao iniciar os estudos para a pintura de A negra (1923), Tarsila aliou as memórias de infância na fazenda de sua família no interior de São Paulo, a afetividade por uma ideia de Brasil e a estética cubista aprendida com seus professores europeus. A obra foi inspirada nas mulheres escravizadas da fazenda e reflete a visão da classe dominante no país.

Anos mais tarde, a criação da obra Abaporu (1928), que significa “antropófago” em tupi-guarani, inaugurou outro marco do modernismo brasileiro. O método antropófago, descrito por Oswald de Andrade em seu Manifesto Antropofágico, publicado no mesmo ano, significava consumir as vanguardas europeias e outras culturas e as deglutir apropriar-se delas para transformá-las em uma síntese local. Em 1929, Tarsila adota a palavra “antropofagia” como título de uma de suas obras mais conhecidas.





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