Gilvan Samico foi gravador, pintor, desenhista e professor. Nascido em Recife, inicia-se como pintor autodidata. Em 1957, vai para São Paulo estudar gravura. Como uma provocação feita pelo escritor Ariano Suassuna, passa a olhar para a gravura popular e para a literatura de cordel.
“Das narrativas do cordel, ele aproveita sobretudo os elementos que de maneira mais direta refiram a religiosidade popular, com seus mitos reincorporados e seus símbolos do inconsciente coletivo. Mesmo quando mais recentemente começou a dar preferência à pintura, esses elementos básicos continuaram a permear seu trabalho”, escreveu o crítico Roberto Pontual em 1973, reforçando a presença do Nordeste, em sua linguagem, como um todo.
“É um artista raro. Estuda exaustivamente a compartimentação do espaço e sua relação com os tempos da narrativa. Bosqueja, faz croquis a lápis ou tinta, buscando a cor precisa, a ser posta em confronto com as chapadas de preto e com o branco, que funciona como luz ou espaço. Samico equilibra, em doses certas, imaginação e despojamento, fantasia e técnica”. Do curador e crítico de arte Frederico Morais sobre Samico, 1995. MORAIS, Frederico. [Texto]. In: Gilvan Samico: obras de 1980 – 1994. São Paulo: Silvio Nery da Fonseca Escritório de Arte, 1995. s. p.
“Tem gente aqui que pergunta qual é o meu encantamento pela arte egípcia, porque vê na minha gravura influências egípcias. Eu não tenho nada a dizer. A não ser que isso faz parte da minha vivência, do inconsciente coletivo, sei lá. É como se fossem histórias antigas se repetindo nos genes até chegar a mim. Um crítico disse que a minha gravura hoje está impregnada dos símbolos essenciais da cultura popular. Acho que ele está certo”.
Gilvan Samico a Tânia Nogueira, na revista Bravo! (1998)
A fonte, 1990; xilogravura; 91,5 x 55 cm;
Coleção Gilberto Chateaubriand MAM Rio
O outro lado do rio, 1980; xilogravura; 93 x 50 cm;
Coleção Gilberto Chateaubriand MAM Rio
A mãe dos homens, 1981; xilogravura; 59,5 x 81 cm;
Coleção Gilberto Chateaubriand MAM Rio