Os Centros Culturais Banco do Brasil recebem, em diversas cidades do país, a exposição “Uma história da arte brasileira”.
Com curadoria de Raquel Barreto e Pablo Lafuente, curadora-chefe e diretor artístico do MAM Rio, respectivamente, a mostra reúne obras de artistas de diferentes gerações e propõe um percurso abrangente pela produção artística brasileira dos séculos 20 e 21. A exposição evidencia continuidades, rupturas e experimentações que marcaram a arte no país ao longo de mais de cem anos.
“Para o MAM Rio, a apresentação da exposição nos CCBBs reafirma o compromisso institucional com a democratização do acesso ao seu acervo e com a função social da arte, compreendida não apenas como expressão estética, mas como campo de educação, cidadania e reflexão crítica sobre a realidade”, observa Yole Mendonça, diretora executiva do museu.
Originalmente concebida para a Cúpula do G20 – realizada em novembro de 2024 no MAM Rio – a exposição foi visitada por chefes de Estado e delegações internacionais. Esteve aberta ao público carioca entre dezembro de 2024 e junho de 2025. Depois, a mostra inicia uma itinerância nacional, com o patrocínio do Banco do Brasil.
Entre os artistas representados estão nomes fundamentais como Adriana Varejão, Anita Malfatti, Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Arjan Martins, Beatriz Milhazes, Candido Portinari, Carlos Zilio, Cildo Meireles, Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres, Judith Lauand, Leonilson, Lúcia Laguna, Luiz Zerbini, Lygia Clark, Lygia Pape, Maria Martins, Tomie Ohtake, Tunga, Victor Brecheret e outros que, em diferentes momentos, contribuíram para a construção de um panorama plural da arte no país.
“A arte brasileira nos séculos 20 e 21 nos apresenta uma infinidade de caminhos, fascinantes tanto em sua individualidade como em sua resposta coletiva a uma realidade diversa, complexa e em constante transformação. A exposição oferece uma seleção de algumas das criações que marcaram as trajetórias da arte no Brasil e, ao mesmo tempo, evidencia a contribuição dos artistas na construção de nossa percepção do país e do mundo”, refletem os curadores.
O recorte curatorial se divide em cinco eixos e reúne 50 obras em diferentes suportes, que permitem compreender os múltiplos caminhos da arte no Brasil em diálogo com diferentes contextos históricos e sociais. O percurso começa nas primeiras décadas do século 20, quando o modernismo se consolidou como linguagem própria e expressão da busca por uma identidade nacional. Segue com o abstracionismo e o concretismo dos anos 1950, passa pela produção crítica da Nova Figuração e da arte conceitual nas décadas de 1960 e 1970, em resposta à ditadura militar; e chega à exuberância cromática e à retomada da pintura na chamada ‘Geração 80’. Cada núcleo revela modos de ver e representar que ajudaram a construir o imaginário coletivo do país
Já a produção mais recente, a partir dos anos 2000, amplia essas perspectivas ao trazer para o centro da cena artistas mulheres, negros e negras, indígenas e LGBTQIA+, reafirmando a vitalidade da arte brasileira contemporânea e sua capacidade de rever narrativas, incluir vozes antes marginalizadas e tensionar cânones estabelecidos.
Endereço: Praça da Liberdade, 450 – Funcionários, Belo Horizonte – MG Galerias do Térreo –CCBB BH
Horários de visitação: QUA – SEG . 10h – 22h Ingressos: Entrada gratuita, mediante retirada de ingresso pelo site e na bilheteria do CCBB BH
A mostra apresenta cerca de 100 obras do acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Além do número de obras, outra diferença da mostra que chega ao Distrito Federal é o núcleo dedicado à fotografia, elaborado a partir da coleção Joaquim Paiva, com imagens do Brasil contemporâneo.
O diplomata, colecionador e fotógrafo Joaquim Paiva formou uma das mais importantes coleções de fotografia no Brasil, que inclui uma multiplicidade de técnicas desde a daguerreotipia até a imagem digital e uma variedade de trabalhos que transitam entre o documental e a expressão pessoal.
A coleção iniciada na década de 1970 conta atualmente com mais de 2.800 obras de fotógrafos brasileiros e estrangeiros, que abordam aspectos sociais, políticos, históricos e culturais e, ao mesmo tempo, evidenciam valor estético e artístico. Desde 2005, a coleção se encontra em comodato no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Nas palavras de Joaquim Paiva, “associar a coleção a um museu é um aceno à posteridade”.
Em Salvador, o Centro Cultural Banco do Brasil passa a ocupar o Palácio da Aclamação, histórico edifício do início do século passado e que, durante mais de cinquenta anos, foi residência oficial dos governadores da Bahia. Durante este processo de instalação de sua nova unidade, o CCBB está presente na capital baiana dialogando e estabelecendo parcerias com equipamentos culturais da cidade.
A exposição Uma história da arte brasileira, apresentada pelo CCBB Salvador, acontece no MAM Bahia. A itinerância leva 100 obras à cidade, reproduzindo a exposição realizada no CCBB Brasília.
Endereço: Avenida Lafayete Coutinho, s/n Comércio, Salvador – BA