O longa-metragem “ Bang Bang” (1971), do diretor Andrea Tonacci (1944-2016), é uma das produções mais radicais do cinema brasileiro. O filme é um clássico do chamado Cinema Marginal, que identifica um grupo de filmes realizados entre 1969 e 1973, com baixo orçamento dentro de um espírito irreverente de subversão dos códigos do cinema. Outros expoentes do movimento foram Rogério Sganzerla (“O Bandido da Luz Vermelha”), Júlio Bressane (“Matou a Família e foi ao Cinema”), Carlos Reichenbach (“Filme demência”), Ozualdo Candeias (“A margem”) e José Mojica Marins, o Zé do Caixão.⠀
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Em “Bang Bang”, o ator Paulo César Pereio interpreta um neurastênico que, durante a realização de um filme, se vê envolvido em várias situações inusitadas como o romance com uma bailarina espanhola, perseguições, discussões com um motorista de táxi e o enfrentamento com uma quadrilha de criminosos. Experimental, o filme desconstrói elementos clássicos da narrativos e confronta as expectativas do público por respostas claras. ⠀
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Exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, o filme praticamente não encontrou lançamento comercial no Brasil, sendo redescoberto em toda sua força a partir dos anos 1990. Em novembro de 2015, “Bang Bang” entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. A Cinemateca possui uma cópia de preservação em 35mm depositada pelo próprio realizador. O longa está disponível gratuitamente na plataforma pública SPCine Play.⠀