Máximo Barro

Máximo Barros durante depoimento para o Museu da Imagem e do Som de São Paulo, em 2013. Foto Reprodução MIS SP


HERNANI HEFFNER

A Cinemateca do MAM presta homenagem ao professor, historiador, montador, pesquisador e preservador cinematográfico Máximo Barro (1930-2020). Barro é um dos grandes nomes associados à conservação e difusão do Cinema Brasileiro, especialmente sua produção mais antiga, o trabalho dos técnicos e a documentação correlata aos filmes.

Entre as dezenas de filmes que montou desde 1953, estão “As aventuras de Pedro Malazartes”, “Zé do Periquito”e “O corintiano”, de Mazzaropi, “Meu destino em suas mãos”, do iniciante José Mojica Marins, “A Ilha”, de Walter Hugo Khouri, “A margem”, de Ozualdo Candeias, “A árvore dos sexos”, de Silvio de Abreu, e “Maysa”, de Jayme Monjardim.

Foi um pioneiro da história oral voltada para a área de cinema, com as gravações realizadas com montadores, diretores de fotografia, técnicos de som e até mesmo laboratoristas no Museu da Imagem e do Som de São Paulo nos anos 1980. Publicou diversos estudos sobre o cinema brasileiro dos primórdios, sua paixão, e sobre a era dos grandes estúdios, focando na trinca Vera Cruz, Maristela e Multifilmes, e na produção da Boca do Lixo, de que era entusiasta, e onde montou dezenas de filmes.

Fez a biografia de cineastas como José Carlos Burle, Agostinho Martins Pereira e do compositor Rogério Duprat, entre outras, para a Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Depois foi ele mesmo o biografado, com depoimento do crítico e realizador Alfredo Sternheim.

Reuniu impressionante documentação fílmica e correlata, que alocou na Fundação Armando Álvares Penteado, onde foi um dos pilares do curso de cinema. Sempre ativo e preocupado com a memória do Cinema Brasileiro, ainda em fevereiro de 2020 entrou em contato com a Cinemateca do MAM, com quem mantinha relações de parceria, pesquisa e amizade, para acertar mais uma doação de cartazes para a coleção do centro de documentação da FAAP, ação adiada pela pandemia do Covid-19.

Ponte entre a primeira geração de pesquisadores e as atuais, Máximo transmitia como ninguém a paixão, entusiasmo, comprometimento e sobretudo alegria em explorar a riqueza de nosso cinema. 

HERNANI HEFFNER é gerente da Cinemateca do MAM.


Links relacionados

Entrevista de Máximo Barro para o jornalista Miguel de Almeida no programa Sala de Cinema, do SescTV

Entrevista de Máximo Barro para o Museu da Imagem e do Som de São Paulo, gravada em maio de 2013



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