Chelpa Ferro é um coletivo sonoro multimídia baseado no Rio de Janeiro composto pelos artistas Luiz Zerbini (São Paulo, SP, 1959), Barrão (Rio de Janeiro, RJ, 1959) e Sergio Mekler (Rio de Janeiro, RJ, 1963). Reunidos pela primeira vez em 1995, realizam um trabalho que mistura experiências com música eletrônica, esculturas e instalações tecnológicas em apresentações ao vivo e exposições que procuram expandir as possibilidades da percepção para além do olhar. Misturam, de forma única, o imaginário popular com o urbano, as questões específicas das artes visuais e sonora na contemporaneidade, através da reciclagem de máquinas desprovidas de função, objetos domésticos, traquitanas, sequenciadores, programadores obsoletos, luzes e caixas de som.
Chuva (2001) é formada por galho de árvore fixado à parede com favas secas que produzem um som idêntico ao barulho da chuva através da vibração mecânica de um motor. A obra, um jogo de imitar a natureza, traduz parte da poética de gambiarra do Chelpa Ferro: revelar o maquinário normalmente escondido em obras de arte e produzir uma nova coisa com o encontro de objetos radicalmente opostos— no caso, um galho de árvore com um motor de massagem.