Nascida em 1964, Adriana Varejão começou a frequentar o Parque Lage, no Rio de Janeiro, no início dos anos 1980, passando a ter aulas de pintura. Impactada pelo barroco mineiro, incorporou a seu trabalho temas da história colonial.
Os trabalhos de Adriana Varejão estão em importantes museus e instituições em todo o mundo, como a Tate de Londres, o Metropolitan Museum de Nova York e a Fondation Cartier, em Paris. Integram também o acervo do MAM Rio.
A artista carioca participou também da programação do museu com exposições individuais e coletivas desde 2000, quando participou da mostra que expôs as novas aquisições da Coleção Gilberto Chateaubriand. Vieram depois “Poética da percepção”; “Alimentário – Arte e Construção do Patrimônio Alimentar Brasileiro”; “Realce” e “Composições para tempos insurgentes”.
Ao misturar elementos do barroco em diálogo com a arte contemporânea, Adriana Varejão revê a história brasileira, em obras cujas camadas pictóricas, narrativas e de significados se sobrepõem.
“Minha narrativa não pertence a um tempo ou lugar, ela se caracteriza pela descontinuidade. Ela é um tecido de histórias. Histórias do corpo, da arquitetura, do Brasil, da tatuagem, da cerâmica, dos azulejos antigos, portugueses, ou dos modernos e vulgares, dos mapas, dos livros, da pintura…”, disse a artista, acerca de “Câmara de Ecos”, de 2004, em entrevista à historiadora e curadora francesa Hélène Kelmachter.
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“Eu já costumava saturar a tela com muita tinta, criando superfícies bastante espessas. Foi quando estive em Ouro Preto. Fiquei chocada, em êxtase. Era como se a matéria ‘dançasse’. Forte, viva, potente, pululante. Uma estranha alquimia entre o ouro e o sangue, riqueza e drama.”
Adriana Varejão em entrevista à Hélène Kelmachter, 2004
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Altar, 1987; acrílica e óleo sobre tela; 185,5 x 175 cm;
Coleção Gilberto Chateaubriand MAM Rio
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O terceiro cálice, 1990; óleo e gesso sobre tela; 195 x 230 cm;
Coleção Gilberto Chateaubriand MAM Rio
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Ruína de charque – toalete II, 2002; óleo sobre poliuretano e madeira; 130 x 94 x 38 cm;
Coleção Gilberto Chateaubriand MAM Rio
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Széchenyi, 2005; fotografia; 35 x 26,7 cm;
Coleção Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro;
Doação Projeto Colecionadores MAM 2
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Alegria, 1999; backlight; 84,5 x 416,5 x 13,5 cm; Coleção Gilberto Chateaubriand MAM Rio