Entre as fotógrafas brasileiras que integram o acervo do MAM Rio está Claudia Andujar, nascida na Suíça e radicada no país, que acabou se tornando uma importante ativista na luta dos povos Yanomami. Com os pais separados, mudou-se cedo para a Romênia, onde vivia a família paterna, de origem judaica. Durante a Segunda Guerra Mundial, emigrou para os EUA, onde foi viver com um tio. Em 1955, veio ao Brasil para se reencontrar com a mãe e decidiu ficar. Sem falar português, iniciou a carreira de fotógrafa, contribuindo para revistas como Quatro Rodas, Life e Cláudia.
Sem título (1976), gelatina e prata, 65,5 x 97cm, Gilberto Chateaubriand MAM Rio.
Detalhe de “Índio Yanomami” (1992), fotografia, 29,8 X 40 cm, Coleção Joaquim Paiva MAM Rio.
Em 1958, por sugestão de Darcy Ribeiro, entrou em contato com povos indígenas na Ilha do Bananal. Em 1966, passou a colaborar com a revista Realidade, junto com seu segundo marido, George Love. Em 1971, uma edição especial sobre a Amazônia a levou aos Yanomami. Andujar recebeu bolsas de estudos da Fundação Guggenheim (1975 e 1977) e da Fapesp. Entre 1978 e 1992, participou da Comissão pela Criação do Parque Yanomami e coordenou campanha pela demarcação de terras indígenas. De 1993 a 1998, atuou no Programa Institucional da Comissão Pró-Yanomami.
Sem título (1982), gelatina e prata 97 x 65,5cm, Gilberto Chateaubriand MAM Rio.
Sem título (1974), gelatina e prata, 107,8 x 99 cm, Gilberto Chateaubriand MAM Rio.
A artista realizou inúmeras exposições importantes no Brasil e no exterior, entre elas na Bienal de São Paulo, no Instituto Moreira Salles e na Fundação Cartier para a Arte Contemporânea. Foi tema do documentário “A Estrangeira” (2015), dirigido pelo curador Rodrigo Moura. Um pavilhão no Inhotim é dedicado a sua obra. Na Coleção Gilberto Chateaubriand MAM Rio, há 16 fotos da artista. Na Coleção Joaquim Paiva MAM Rio, há outras três. Sua produção já ultrapassa 40 mil imagens.