Edival Ramosa nasceu em São Gonçalo, Rio de Janeiro, em 1940. Em 1961, ingressou no Corpo Expedicionário de Paz das Nações Unidas em Suez e viajou pelo mundo. Residiu na Itália por dez anos, e sua produção é influenciada por construtivistas europeus e norte-americanos, com obras que apresentam jogos óticos, em materiais como a madeira, o aço e o acrílico.
De volta ao Brasil, em 1974 decide se fixar em Cabo Frio. Depois de um período de um ano e meio vivendo nas aldeias indígenas de Roraima, passou a empregar materiais como palha, peles, plumagens, miçangas e bambus em suas esculturas, absorvendo elementos da cultura indígena como a funcionalidade e a simetria.
Segundo o crítico Roberto Pontual, “o refinamento, a elegância e o asseio tecnológico de antes fundiram-se, agora, a um contraponto ritualístico […].
“Negro bastardo. Nascido de mãe negra filha de índios e de pai filho de negra da África e de pai português” […] Pobres índios e pobres mestiços, que passaram pelos missionários com todos os seus tenros rituais que se transformaram em cristãos e ainda permanecem neles, tenros e selvagens”.
Edival Ramosa, sobre sua ancestralidade
“Sem lançar manifesto antropofágico, Edival Ramosa faz um campeão do arsenal rítmico, mágico, cromático e místico da cultura afro-indigenista de sua terra e de seu sangue, apresentando-o numa aura que confere a este arsenal plena circulação universal.”
Do crítico Jayme Mauricio sobre Edival Ramosa, jornal “Última Hora”, em 1973
Totem ou árvore multicor, 1965; laca e metal sobre madeira; 254 x 100,5 x 100 cm; Gilberto Chateaubriand MAM Rio
Painel, 1971; emulsão sobre madeira; 69,7 x 99,5 x 4 cm;
Gilberto Chateaubriand MAM Rio
Urra Pelé, 1965; madeira laqueada; 210 x 56 x 60 cm;
Gilberto Chateaubriand MAM Rio
Oxumare, 1973; madeira, latão, couro e sisal; 260 x 110 x 10 cm;
Gilberto Chateaubriand MAM Rio
Casulo – à Nelson Mandela; sem data; tinta sintética sobre folha de flandres; 115 x 95 cm; Gilberto Chateaubriand MAM Rio