Cinemateca, 65, estreia no Vimeo

 

O dia 7 de julho de 1955 é celebrado como marco de fundação da Cinemateca do MAM. Naquele dia, ainda sob a denominação de Departamento de Cinema, foi realizada sua primeira sessão de filmes na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). No programa, três filmes sobre arte: “Escultora holandesa do fim da Idade Média”, “A janela aberta (evolução da paisagem do séc. XV ao séc. XX)”e “Van Gogh”.

Assim como muitas de suas congêneres, antes de formar uma coleção, a Cinemateca começou exibindo filmes e formando plateias. A difusão e a formação sempre estiveram no cerne da instituição, entendidos como elementos estruturantes da preservação cinematográfica. Ao longo destas mais de seis décadas a Cinemateca foi responsável pelo desenvolvimento cultural de diversas gerações de cinéfilos, cineastas, preservadores audiovisuais e daqueles interessados na história e na memória do cinema.

No mês em que celebra 65 anos de atividades, a Cinemateca do MAM dá um passo importante para ampliar suas ações de difusão para o mundo digital com a criação de um canal online. Neste canal o público poderá ter acesso a uma programação que pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido no auditório Cosme Alves Netto. Esta sala virtual objetiva ser mais um espaço de divulgação e valorização do patrimônio audiovisual. Além disso, busca-se levar para este novo ambiente as mesmas orientações que norteiam a programação da sala de cinema, qual seja; um espaço democrático, engajado e aberto para a diversidade da produção audiovisual brasileira tanto do passado como do presente.

Vale lembrar que a importância e o alcance possibilitado pela internet e pelas tecnologias digitais não devem obliterar a experiência da sala escura. Esta seguirá sendo o único local onde é possível proporcionar um contato com as obras do passado em seus formatos e condições originais. Neste sentido, o canal virtual não vem substituir, mas expandir o espaço da sala de cinema, em particular neste momento tão delicado de crise sanitária que estamos vivendo.

Inaugurando a programação online da cinemateca oferecemos duas mostras. A primeira é a Mostra Petrobras de filmes para crianças que vai apresentar um conjunto de 26 produções brasileiras voltadas para a primeira infância selecionadas pela Cinemateca com a colaboração do Dia Internacional da Animação e do CINEAD da Faculdade de Educação da UFRJ. Os filmes estão organizados em três programas que reúnem animações realizadas com diferentes técnicas e por pequenos filmes denominados “Minutos Lumière” criados por crianças em um exercício audiovisual que procura recuperar os gestos iniciais dos cinegrafistas da empresa dos irmãos Lumière.

Em segundo lugar, para marcar o aniversário da cinemateca, apresentamos a mostra Cinemateca 65 anos. Em quatro programas apresentaremos 3 longas e 5 curtas que lembram aspectos e momentos de sua história e de sua missão tanto na preservação quanto na difusão da memória e da história do cinema brasileiro. Em Tudo por amor ao cinema de Aurélio Michiles celebramos Cosme Alves Netto, figura ímpar da cultura cinematográfica no Brasil e que dirigiu a Cinemateca do MAM por cerca de 30 anos. Em seguida apresentamos o documentário Humberto Mauro de André Di Mauro, que resgata o trabalho daquele que é considerado o patriarca do cinema brasileiro. Em Até onde pode chegar um filme de família, Rodolfo Junqueira Fonseca parte do filme brasileiro mais antigo preservado, Reminiscências, para falar da história de sua família e do pioneiro do cinema Aristides Junqueira. Por último apresentamos um programa concebido pela Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA) que reúne 5 obras conservadas por diferentes instituições de memória que simbolizam um pouco do trabalho desenvolvido por elas e sublinham a importância de uma ação coletiva na proteção e valorização do patrimônio audiovisual. Nesta sessão serão apresentados Gafieira de Gerson Tavares, Creche-Lar de Maria Luiza Aboim, Carnaval de Rua – Porto Alegre produzido pela Wilkens Filmes, Pantera Negra de Jô Oliveira e Eclipse de Antônio Moreno.

Gostaríamos de agradecer o apoio de cada um dos parceiros que possibilitaram a construção destes programas e dos diretores que cederam seus filmes.

Conheça a programação de julho.



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