15 de abril de 2019

Projeto de Digitalização de Fotos de Filmes Brasileiros do Acervo da Cinemateca do Museu de Arte Moderna (2009-2012)

Patrocínio – Operador Nacional do Sistema Elétrico/ONS

A Cinemateca do MAM incorporou ao longo de sua existência mais de 250 mil ampliações fotográficas referentes às mais diversas cinematografias e registros da atividade cinematográfica em geral. Deste volume, cerca de dez por cento referem-se ao cinema brasileiro, com amplo destaque para a série relativa à produção fílmica, compreendendo imagens de obras realizadas desde 1909 até a atualidade, com maior concentração entre os anos 1960 e 1990. As fotografias dão conta dos processos de filmagem, lançamento em salas de exibição e em alguns casos bastidores da produção, como assinatura de contratos, momentos de descontração e preparação e finalização das obras. Em sua maior parte referem-se aos stills concebidos para a publicidade dos filmes em portas de cinema e para material de imprensa.

Por sua natureza física frágil, manuseio continuado e demanda de consulta e utilização em formato digital, optou-se em 2008 pela realização de um projeto amplo de digitalização, que se conclui em dezembro de 2011, compreendo um universo inicial de 5.000 ampliações. As imagens digitalizadas foram armazenadas de duas formas diferentes: em alta resolução e em baixa resolução. O que determina a resolução de uma imagem é o número de pixels que ela possui. O pixel é a unidade mínima de construção de uma imagem; então, a quantidade de pixels existente em cada imagem é que vai determinar o tamanho dela. Assim, é através do número de dpi (pixels por polegada) que decidimos a resolução da imagem. Esse cálculo é feito de maneira automática pelo programa de tratamento da imagem a partir do momento que escolhemos o tamanho da ampliação a ser digitalizada e calculamos a quantidade de dpi para se chegar posteriormente ao tamanho final. Como foi determinado que as imagens em alta resolução deveriam ter o tamanho final de 30 cm e 300 dpi de resolução, no caso, por exemplo, de uma imagem de 10 cm, sua digitalização se processou a 900dpi, pois quando for reduzida para 300 dpi ela chegará aos 30cm ideais. As imagens em baixa resolução foram feitas a partir das imagens em alta resolução: o arquivo é copiado e reduzido para 150 dpi e 15 cm.

As imagens em alta resolução estão salvas em .tif, extensão que possui menos compactação da imagem, conservando o número de pixels e permitindo uma boa qualidade de imagem para impressão em offset, o que atende à maior parte das demandas atuais por imagens, ou mesmo por impressoras digitais. As imagens em baixa resolução têm como propósito a visualização rápida e estão salvas em .jpg, extensão que economiza memória e compacta a imagem, tornando-a mais leve. Sua utilidade vincula-se à consulta em intranet ou internet, ao envio por correio eletrônico e à copiagem para uso comercial. Em todas as modalidades as imagens estarão protegidas quanto à sua titularidade, direito de autor, de imagem e de propriedade, no que couber e se houver indicação clara de autoria ou representação. A consulta está restrita atualmente à intranet do museu e o acesso e uso só se farão mediante anuência no que respeita os direitos envolvidos.

As imagens em preto e branco foram convertidas de RGB (que é a denominação da escala cromática usada pela imagem digital – R = red, G = Green e B = blue), para tons de cinza, o que torna a imagem final mais leve, recupera parcialmente os tons da foto original e elimina todas as cores captadas na digitalização (como o amarelado de fotos antigas, por exemplo). As imagens coloridas foram convertidas de RGB para CMYK (C = cyan, M = magenta, Y = yellow e K = preto), que é como, dentro do ambiente da computação gráfica, denomina-se a escala de cores Europa, usada na impressão offset. A conversão de RGB para CMYK, então, evita conflitos na saída material da imagem.

As imagens foram digitalizadas a partir da ordem numérica das pastas pertencentes ao arquivo cinema brasileiro – organizadas pelo sobrenome do diretor e pelo nome do filme –, o que significa uma atuação sobre os materiais mais antigos existentes no acervo. Nem todas as pastas possuíam imagens e as pastas pessoais pertencentes a atores, diretores e outras personalidades do cinema brasileiro também fizeram parte do projeto. Eventualmente, a digitalização feita a partir dessa ordem foi deixada de lado por conta da demanda de usuários do arquivo – estudantes, pesquisadores e produtores – que solicitaram pesquisa de imagens durante o período de realização do projeto. Nesse caso, a pasta solicitada foi digitalizada por completo, por uma questão de preservação das imagens originais, evitando o seu manuseio, e também por uma questão de organização das informações, que poderiam ficar confusas se o material de cada pasta consultada fosse digitalizado parcialmente.

O recorte físico das imagens busca o melhor aproveitamento da imagem original, e a moldura branca original foi deixada em alguns casos, para evitar a descaracterização do documento original. Imagens com 30 cm ou mais, que constituem menos de 1% do acervo alvo do projeto, foram digitalizadas mas devem, posteriormente, ser fotografadas para a obtenção de arquivos sem perda de informações.

As imagens digitalizadas foram transferidas para uma pasta eletrônica chamada Imagens digitalizadas que possui outras sub-pastas: Filmes brasileiros / pastas com o nome de cada diretor (organizadas a partir do sobrenome) / nome do filme / imagens em alta resolução e imagens em baixa resolução. É assim que devem ser consultadas na intranet do setor.

Elas são facilmente identificadas através da nomeação dada aos arquivos:

Nome do diretor_nome do filme_número da foto_resolução_tamanho da imagem.

Exemplo: Gilda Abreu_O Ebrio_01_300dpi_30cm

A lista final de trabalho do projeto de digitalização das imagens contém as seguintes informações: nome do filme; número da pasta; nome do diretor; assunto (no caso de ser tratar de uma pasta pessoal); se a foto é em PB, cor ou fotocartaz; quantidade; conteúdo (quem está na foto, se são bastidores de filmagem etc.) e observações.


Projeto Recuperação de Acervo da Cinemateca do Museu de Arte Moderna (2009-2012)

Patrocínio – Operador Nacional do Sistema Elétrico/ONS

O projeto “Recuperação de Acervo da Cinemateca do MAM” foi desenvolvido com vistas à preservação de um conjunto de obras audiovisuais depositadas em comodato junto ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, através de sua Cinemateca. As obras em questão, em um total de 30 títulos representativos da filmografia brasileira, encontravam-se em sua grande maioria em estado delicado de conservação, além de possuírem poucos ou apenas um material de preservação, configurando uma condição limite de sobrevivência. Uns poucos títulos foram selecionados tendo em vista a recomposição qualitativa da coleção da Cinemateca, com obras raras ou de destaque artístico-cultural do cinema brasileiro moderno. Como ação concreta, o projeto consiste em serviços de duplicação laboratorial a partir de negativos de imagem e de som ou internegativos de imagem e de som ou combinados, mantendo-se a equivalência de características técnicas e artísticas dos originais.

O primeiro lote de filmes para recuperação foi encaminhado para o laboratório em maio de 2009. Os cinco primeiros títulos, já inteiramente duplicados foram: O santo e a vedete, Crônica de um industrial, ambos de Luiz Rozemberg Filho, Amenic, de Fernando Silva, Banana Mecânica, de Carlos Imperial, e Isto é Noel, de Rogério Sganzerla. Um segundo lote foi encaminhado, apresentando alguns títulos problemas de conservação bastante graves. Os casos mais críticos foram de O Forte, de Olney São Paulo, e Costinha e o King Mong, de Alcino Diniz. O primeiro revelou parte de seu negativo de imagem com princípio de hidrólise (a imagem está se desfazendo por conta de um comprometimento da gelatina do suporte). Como se trata do último material deste filme, um grande esforço foi feito para se secar os trechos críticos, o que levou 13 meses de uma delicada e artesanal intervenção físico-química. O segundo apresentou-se bastante atingido por fungos e com enorme grau de desbotamento. Um processo artesanal de limpeza foi desenvolvido e um certo número de experiências de marcação de luz levadas adiante de forma a duplicar este que também é o último material da obra. Integraram este novo conjunto, além dos títulos citados, Raoni, de Jean Pierre Dutilleux e Luís Carlos Saldanha, Etéia, a extraterrestre em sua aventura no Rio, de Roberto Machado, e A cartomante, de Marcos Farias. O terceiro lote foi constituído com os seguintes títulos: Mitt Hem är Copacabana, de Arne Sucksdorrf, Sangue quente em tarde fria, de Fernando Coni Campos e Renato Neumann, e Brasília, a última utopia, de autoria coletiva,que foram duplicados sem maiores contratempos.

Projeto de Reorganização da Biblioteca de Cinema (2013-2014)

Patrocínio: Secretaria de Cultura do Governo do Estado do Rio de Janeiro

Constituída a partir de 1960 e reorganizada uma única vez em 1979, a biblioteca da Cinemateca do MAM tem a maior coleção especializada em cinema do país. Com mais de dez mil títulos, muitos dos quais originais inéditos, obras raras e exemplares autografados e dedicados ao arquivo, carecia de uma revisão profunda quanto à catalogação, conservação física e indexação, tendo em vista os diferentes avanços ocorridos em cada um desses campos, assim como uma necessária adequação aos novos parâmetros recomendados pela FIAF.

A recatalogação do acervo gerou uma nova base de dados, em que os mais diferentes aspectos das publicações foram alvo de desdobramento e registro, formando-se uma tabela com mais de trinta campos de descrição. Uma equipe de 10 estagiários, sob orientação de um bibliotecário especialmente contratado para o projeto, conduziu os trabalhos, afinal consolidado em novo instrumento de pesquisa.

Digitalização da coleção de periódicos de cinema editados no Brasil (2016-    )

Patrocínio: Brill

Em parceria com o Curso de Cinema da Universidade Federal Fluminense, a Cinemateca vem desenvolvendo o maior projeto de digitalização de periódicos de cinema editados no brasil, abrangendo publicações que vão de 1918 a 1970, incluindo títulos importantes como Selecta, raros como Foto-Film, e inacessíveis o Cine-Rádio-Jornal, devido ao precaríssimo estado de conservação dos originais. Até o momento cerca de 97 mil páginas foram digitalizadas e estarão em breve disponíveis para consulta no Setor de Documentação e Pesquisa da Cinemateca.