Conheça o elenco da residência Pesquisa em artes

De abril a agosto de 2021, o MAM Rio realiza a residência Pesquisa em artes. A proposta é criar situações de diálogo entre profissionais do campo da arte, e contribuir para suas formações e seus posicionamentos frente às dinâmicas de se fazer e circular arte.

O programa visa questionar formas legitimadas de entendimento da arte, evitando o uso de categorias modernas ou clássicas (matéria, forma, finalidade e eficiência) de pensamento e da leitura de obras, e oferecendo pontos de entrada nas reflexões sobre arte para além da autorreferência.

Ana Raylander Mártis dos Anjos

Nascida no cafundó do mundo (MG, 1995), atualmente vive entre São Paulo e Belo Horizonte. Em sua prática procura estabelecer um diálogo entre a história coletiva e a sua própria história, o que tem chamado de prática em coralidade, envolvendo grupos de pessoas para colaborações e experiências de aquilombamento. Com formação em palhaçaria, bacharelado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil) e Arte e Multimédia pela Escola Superior Gallaecia (Portugal), entende sua atuação como um fazer interdisciplinar e transversal. Vem recorrendo com frequência aos saberes da educação, escrita, performance e brincadeira como forma de compor um maquinário verbal, corporal e ético para discutir suas urgências em projetos de longa duração. Foi contemplada com uma residência na Adelina Instituto (2019) e com o Prêmio de Residência EDP nas Artes, do Instituto Tomie Ohtake (2018). Realizou o projeto Seminários Engraçados, no Pivô Arte e Pesquisa (2020) e Coral de Choros, no Programa de Exposições do CCSP (2018). Participou de mostras coletivas na Galeria Aura, Centro Cultural UFMG, XIX Bienal Internacional de Cerveira e Novas Poéticas. Realizou mostras individuais no Brasil e Espanha. Em 2020 fez o primeiro levantamento de artistas transmasculinos e não-binários nas artes visuais, reunindo 90 nomes. Vem atuando também com acompanhamento de projetos e cursos de formação, como o Lab Cultural, no BDMG Cultural (2020) e o Curso de História da Arte, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2020).

Brisa Flow

Brisa de la Cordillera, mais conhecida como Brisa Flow MC, é artista originária em prática de transculturalidades. Atualmente atua como cantora, compositora, produtora musical e pesquisadora. Constrói arte a partir da vivência de seu corpo no mundo, criando caminhos que desprendem das amarras da colonialidade. MC da cultura hip hop e filha de artesãos araucanos (indígenas da parte central do Chile), pesquisa e defende a música indígena contemporânea, a arte dos povos originários e o rap como ferramentas necessárias para combater o epistemicídio. Seu canto é uma comunicação com o tempo e o espaço, como ser da Terra invadida pelo concreto. Canta poesias baseadas em suas pesquisas, multiplica conteúdos e tece redes entre originários, migrantes mulheres mães e comunidade lgbtq sobre arte e cultura de Abya Yala (América Latina). Também é arte educadora licenciada em música.

Davi Pontes

É artista, coreógrafo e pesquisador. Formado em Artes pela Universidade Federal Fluminense e Mestrando no Programa de Pós Graduação em Artes (Estudos Contemporâneos das Artes) da mesma instituição. Estudou na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo ESMAE (Porto, Portugal). Desde 2016 tem apresentado o seu trabalho em galerias de arte e festivais nacionais e internacionais, sobretudo na University of Pennsylvania (EUA), Pivô (São Paulo), Centro Cultural de Belém (Lisboa), Galeria Vermelho (São Paulo), Valongo Festival Internacional da Imagem (São Paulo), Panorama Festival (Rio de Janeiro), Artfizz – HOA Galeria (EUA) e residente no Programa Pivô Arte Pesquisa  e na , entre outros. A partir de uma pesquisa corporal, sua prática carrega o constante desafio de posicionar a coreografia para responder às suas próprias condições ontoepistemológicas -, atender politicamente diante das condições em que está sendo praticada. O artista tem dedicado a sua prática em aprofundar os conceitos de racialidade, coreografia e autodefesa e dos seus funcionamentos a partir da ideia de arquivo contidas na produção da História.

Diego Crux + Gian Spina

Diego Crux é um quase-artista nascido no bairro de Parada de Taipas, na periferia de São Paulo. Pesquisa convocações íntimas e pessoais, vivências coletivas, representação, identidade e os limites, incógnitas e contradições nesses cruzos. Pensa a elaboração de imaginários e representações, tensionando e revisando o contexto hegemônico.  Usa variados meios, como fotografia, vídeo, design, samples visuais, palavra, etc. Já participou de exposições em São Paulo, Curitiba, Accra-GH, Copenhagen-DK. Fez parte do Núcleo de Artes Visuais SESI coordenado por Ana Rocha e Beatriz Lemos, do POPAV CPF-SESC com orientação de Ana Paula Cohen e Gustavo Torrezan e foi residente no Pivô Pesquisa 2020 com acompanhamento de Thiago de Paula Souza. Atualmente, participa da Residência Pesquisa em Artes no MAM Rio. O site oficial do artista é diegocrux.46graus.com.

Nascido em São Paulo, Gian Spina escreve e estuda, e às vezes trabalha como artista. Trabalhou em experimentos pedagógicos na Palestina, no Cairo, em Alexandria e Atenas. Hoje se dedica ao estudo da língua árabe e pesquisa a relação entre história e o poder no mundo árabe. Escreveu para veículos como Mada Masr, Arts Everywhere, Folha de São Paulo, World Policy Institute entre outros. Em 2017, participou do programa público da residência CAPACETE, durante a Documenta 14, em Atenas. Em 2021, participa da coletiva “Palestine from Above” na Am-Qattan Foundation, em Ramallah. Vive atualmente no Cairo onde leciona cinema de ensaio no Instituto de Artes Liberais do Cairo – CILAS (Cairo institute for liberal arts and science). Seu site oficial gianspina.com.

Deize Tigrona

Deize Maria, mais conhecida como Deize Tigrona,nascida e criada na favela Cidade de Deus é uma cantora brasileira de funk carioca muito reverenciada na cena musical de rua e festas itinerantes. Antes de ser cantora de funk,Deize era empregada doméstica desde seus 12 anos de idade. Ficou conhecida pela música “Injeção”, lançada originalmente em 2002 e  posteriormente sampleada pela rapper inglesa M.I.A. no single “Bucky Done Gun”, de seu álbum de estreia Arular. Em 2012 Deize participou de um documentário junto à atriz Bete Mendes produzido por Wndelien Oldenborgh onde ela e Bete juntas, falam sobre o uso da voz e suas posições na esfera pública, permitindo que as contradições que cada uma carrega dentro de si venham à tona.  Por meio de uma montagem que combina evocativamente as vozes das mulheres com sua imagem. Este documentário foi estreado no Museu de Berlim em 2012 e logo Depois começou a ser exposto e em museus de outros países no MAM Rio.

Castiel Vitorino Brasileiro

Nasceu em Fonte Grande, Vitória, no Espirito Santo, em 1966. Castiel Vitorino Brasileiro é artista, escritora, macumbeira e psicóloga formada pela Universidade Federal do Espirito Santo. Atualmente cursa o mestrado no programa de Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob orientação da Profa. Dra. Suely Rolnik. Vive a macumbaria como um jeito de corpo necessário para que a fuga e o descanso aconteçam. Dribla, incorpora e mergulha em sua ontologia Bantu, e assume a cura como um momento perecível de liberdade. Estuda e constroi espiritualidade e ancestralidade interespecífica. É idealizadora do projeto de imersão em processos criativos decoloniais “Devorações”. Em 2020/2021, participou da exposição “Abre-Caminho”, com curadoria de Hélio Menezes, no Centro Cultural São Paulo . 

Gê Viana

Formada em Artes Visuais, cria um trânsito entre o quintal de casa e as ruas. Usa imagens que ainda carregam traumas históricos do povo brasileiro. Pensou em um modo de apropriação para trazer outras narrativas, que trabalhem possibilidades mais felizes, pois sente que nossa felicidade está em risco. Segue inspirada pelos acontecimentos do cotidiano, num confronto entre a cultura colonizadora hegemônica e seus sistemas de arte e comunicação, no ato de fotografar corpos, que assume vários recortes com a fotomontagem, colagem analógica e digital. Este segundo corpo que retorna é revelado nas ruas através de lambe-lambe, e suportes de impressão que na sua maioria são materiais específicos para cada série entendendo-os como um campo político e estético. Compreende que esse movimento de devolver seus trabalhos para rua é um tipo de formação social, compartilha com os indivíduos que retrata e a população em geral este “se ver”. Reflete sobre corpos sapatão, pixação e ancestralidade.

Linga Acácio 

Artista cearense. Pesquisa, escreve e produz conhecimentos que se atravessam nos campos da performance, interseccionalidade, dissidência de gênero e travestilidade, HIV+, contaminações entre corpo e espaço e estratégias anticoloniais. Desde 2012, atua como diretora de fotografia com participação em mais de 20 filmes entre longas e curta metragem. Fez parte do Grupo de Crítica do Centro Cultural São Paulo de 2020. Em 2019, fez a curadoria e produção das exposições “Zona de remanso – infiltração água e sal” e “Grande Circular”, no Museu de Arte Contemporânea Centro Dragão do Mar, Fortaleza. Como artista participou recentemente de exposições coletivas como “À Nordeste”, no SESC 24 de Maio, em São Paulo; Mostra Verbo, na Galeria Vermelho e Espaço Chão, São Paulo e São Luís do Maranhão;, “Preciso me comunicar com você – 7a edição”, na Pivô Arte e Pesquisa, em São Paulo; e “Corpo aberto: arquivo de sentimentos”, na Emergency Art, em Vevey e Laussane, na Suíça.

Moara Tupinambá + Bárbara Xavier

Moara Tupinambá é ARTivista visual e curadora autônoma, natural de Mairi Tupinambá, em Belém do Pará. É tupinambá, de origem da região do Baixo Tapajós. Seu pai é da comunidade de Cucurunã (Santarém) e a sua mãe de Santarém (Vila de Boim, Rio Tapajós). Atualmente faz parte do Colabirinto e da Associação multiétnica Wyka Kwara. Radicada em Campinas, é artista multiplataforma e utiliza: desenho, pintura, colagens, instalações, escrita, vídeo-entrevistas, fotografias, literatura, performances. Sua poética percorre cartografias da memória, identidade, ancestralidade, resistência indígena e pensamento anticolonial e construção de narrativas de felicidade para os povos originários. Recentemente lançou o seu livro “O sonho da Buya-wasú”, da editora Miolo Mole.

Bárbara Xavier é originária de Belém do Pará, e considera-se Amazônida Parawara. É graduada em Museologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), desde 2015. Atualmente mora em São Paulo e atua no campo das artes contemporâneas no Estúdio Colabirinto maior ocupação cultural e artística da América Latina no Vale do Anhangabaú em São Paulo. Neste espaço de ativismo curatorial e independente – com foco em iniciativas contra-hegemônicas, que dão visibilidade àqueles que historicamente foram silenciados ou omitidos – ela desenvolve diversos projetos de exposições e pesquisa em arte indígena contemporânea.

Paulinho Sacramento

Cineasta, artista Digital e diretor da S23/Ogum Filmes. Foi coordenador da área de vídeo do Circo Voador (RJ) e lá filmou e registrou shows de importantes artistas, além de ser professor do Ponto de Cultura Audiovisual da Lona. Dirigiu e escreveu a ficção “Lapa 24 horas”, realizou também os documentários “Reggae na estrada”, apresentado pelo cantor Helio Bentes, vocalista da banda Ponto de Equilíbrio, “Papo de Fotografia e Samba” com Ierê Ferreira, “Chama Imperiana” com Arlindo Cruz. Montou e editou o documentário “O veneno está na mesa” dirigido pelo cineasta Sílvio Tendler, ganhador do prêmio de melhor filme documentário do Festival da Romênia. Escreveu o livro “A boca que vomita fogo”. É idealizador do Rio Mapping Festival e diretor da casa de Cultura Saravá Bien-Lapa/RJ. Durante quarentena realizou de forma independente o filme “De Cabral a George Floyd – Onde arde o fogo sagrado da liberdade”, ganhador de menção honrosa no Festival de Cinema Negro de Porto Alegre e no Festival de Alter do Chão em Santarém e selecionado como filme de abertura do Festival Cine Tamoio de São Gonçalo. Atualmente é membro do Conselho de Ética da ABRA – Associação Brasileira dos roteiristas e autores e coordenador do comitê de equidade racial da associação.

Pedro Carneiro

Desenvolve em seu trabalho questões relativas às relações humanas e raciais em conflito nos espaços urbanos. É através de pinturas, intervenções territoriais e espaciais, desenhos e light design que seus trabalhos constroem uma imagem em reflexo à histórias reais/irreais tendo como ponto de partida o reencontro com sua ancestralidade, buscando o seu entendimento como indivíduo negro na sociedade atual. Revela-se a dicotomia muitas vezes invisibilizada pelo silêncio que é imposto a população negra, fazendo-os esquecer de suas alegrias e do seu AXÉ. Os trabalhos surgem da ruptura e do confrontamento do artista com os impactos visuais e sonoros. É a através de signos da cultura pop mescladas com imagens da herança diaspórica afro-latina que compõe sua obra.

Tom Grito

Dedica-se à poesia falada (spoken word/poetry slam) e às micro-revoluções político-sociais onde a poesia incinera, afaga, afeta e transforma. Pessoa não binárie transmasculine, utiliza pronomes masculinos e neutros  (ele/elu/elle/él/he/they). Entusiasta da cena de poetry slams e saraus de poesia no Brasil, interessa-se também pelo estudo de plataformas para a possibilidade de extensão poética como a performance audiovisual, poesia sonora e teatro musical.  Participou ativamente da fundação dos coletivos poéticos Tagarela,  Slam das Minas RJ e Transpoetas. É aluno bolsista da Escola de Cinema Darcy Ribeiro (2020/2021) e da escola de formação de atores em teatro musical Cia Teatro Transforma (2021); Atua como monitor de conteúdo no curso de empreendedorismo MicroRainbow (2021).

Saiba mais sobre a Residência Pesquisa em artes.



Acessibilidade | Fale conosco | Imprensa | Mapa do Site