Participantes da residência Territórios Curatoriais

Conheça os participantes da residência Territórios curatoriais e as pesquisas que estão desenvolvendo como parte do programa. A residência é direcionada a curadores, preferencialmente na faixa etária de 21 a 40 anos, moradores nas regiões periféricas da cidade do Rio ou no interior do Estado do Rio de Janeiro.

Andreza Jorge

Andreza Jorge é cria da Maré, artista e ativista com foco nos temas que interseccionam gênero, raça e território. Doutoranda em Estudos de Artes da Cena na UFRJ,  Mestre em relações Étnico Raciais pelo CEFET/RJ, Licenciada em Dança pela UFRJ, Professora do Departamento de Arte Corporal-UFRJ, Co-fundadora do Mulheres ao Vento.

“Quem te ensinou a nadar? Foi o tombo do Navio ou foi o balanço do mar?”
A partir da provocação da música Marinheiro Só, popularizada na voz da Clementina de Jesus, a Rainha Quelé, o projeto  se propõe a construir caminhos de recuperação e resgate das escrevivências corporais presentes na vida da artista que por excelência nos informa caminhos plurais de conhecimento e saberes subalternizados pela colonialidade que ao atravessarem o Atlântico Negro, imantando corpos, se remontam nas fissuras de nossas subjetividades reconstruídas em comunidade. Com um olhar atento é possível ver que aprendemos a viver de acordo com as epistemologias oriundas das culturas africanas e ameríndias sobre a égide da mais dura opressão. Quem nos ensinou a nadar?

Dyó Potyguara

Dyó Potyguara é Diógenes Magno, 94. Bixa não binária, Curadora da Plataforma Gira, Artista multilinguagem com formação em Design Gráfico e Educação Ambiental, investiga performances interseccionando pedagogias experimentais, ecologia, e memória. Enquanto artista, desenvolve performances e esquemas pedagógicos/visuais na presença e virtualidade através do user Rastros de Diógenes. Originária de Mamanguape (PB), vive e trabalha em Niterói (RJ).

Gira é Performance autônoma em Circuito e itinerância, movimento que dinamiza e espirala o eixo por encruzilhadas virtuais e presenciais. Quando Gira ocupa provoca tensionamentos, acessibilidade e intercâmbio acerca da Performance. Formado por artistas independentes,nasce em São Gonçalo/RJ em 2018, como uma plataforma de encontro e ativações da linguagem, sendo a rua o primeiro campo de trabalho, circulou enquanto ocupação por 4 cidades e 3 regiões brasileiras, agrupando  propostas  de todos os cantos do Brasil garantindo a diversidade de produções que transbordam as fronteiras e agregam artistas e públicos vários em continuidade.

Gustavo Barreto

Gustavo Barreto é cria de Irajá e Madureira. Licenciado em Artes Visuais, atualmente é mestrando pelo PPGARTES-UERJ. Atua como educador, curador e pesquisador. Seu interesse perpassa as relações entre Arte, Educação, Curadoria e Políticas Públicas Culturais.

Para além da curadoria 
Para além do educativo

O seminário propõe a investigação  das diversas relações que as práticas educativas possuem dentro do campo da arte. Três recortes foram escolhidos para orientar a discussão: 1) Debater sobre o diferencia a prática educativa e a prática artística no sentido da criação; 2) refletir sobre a legitimação e hierarquia dos setores de educação, frente a outros setores dentro de instituições culturais e 3) investigar a relação  de primeiro acesso ao sistema de arte, bem como de sustento, que o trabalho de educadora/ educador representa para diversos profissionais da área. As referências desses três eixos são fruto da pesquisa de educadoras e educadores que encontrei em minha trajetória na arte-educação, com desejo de ampliar a circulação dessas reflexões: um debate urgente e necessário.

Jean Carlos Azuos

Curador, educador e pesquisador. Está curador no Galpão Bela Maré. Bacharel em Artes Visuais (IART/UERJ) e Mestre em Arte e Cultura Contemporânea (PPGARTES/UERJ). Atualmente iniciou a pesquisa de doutorado em “curadorias outras: descentralidades em devir” no Programa de pós-graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade PUC-RJ e escreve para Revista Caju.

Pensar PRESENÇA no âmbito artístico como dilatação de espaços questionadores, conciliações das intersubjetividades, suas mitologias e heranças, fundamentando estética, ética e as relevâncias, construções e rupturas, que contemplem as diversidades corpóreas e suas implicações, na perspectiva de consolidar essas presenças – seja nas ruas, terreiros, museus, galerias, ou mesmo na internet, nas zonas autônomas, nos espaços independentes entre outras realidades e ficções.

Nathalie Peixoto

Nathalie Peixoto é empreendedora criativa, se desdobrando entre design, curadoria, direção de arte e artes visuais. Moradora de Duque de Caxias/RJ, é formada pela ETEAB e pela UFRJ. É co-fundadora da DesignLinhadas, um estúdio criativo que busca despertar novos imaginários estéticos sobre a periferia, acreditando no design e nas artes visuais como ferramentas de construção de identidades. Em 2020, realizou a expografia criativa e identidade visual Narrativas Fotográficas no Sesc de Duque de Caxias. Em 2019, realizou a co-curadoria, expografia e identidade visual da MARGEM no Sesc de Madureira. É também co-criadora da Facção Feminista Cineclube, coletivo motivado pela necessidade de construir um espaço de formação feminista na Baixada Fluminense.

Estou elaborando uma pesquisa que relaciona algumas raízes da minha experiência como designer gráfica e artista visual, que é moradora e atua em projetos culturais na Baixada Fluminense, pela perspectiva do fazimento que é a didática própria da periferia. Estou investigando, por exemplo, o que seria uma identidade visual e estética de periferia pelas diversas narrativas que carregam (as periferias) e como transportar esse conceito-realidade pra uma experiência de exposição de artes visuais que comunique isso, que se comunique com nosso cotidiano-realidade. É evidente a potência dos territórios periféricos para promover novos circuitos, cenários, intercâmbios e contextos de diálogo sobre experiências artísticas, tanto para projetar a produção cultural e artística própria desses territórios, como para diminuir as fronteiras de contato com artes visuais e entender como realmente se relaciona na vida das pessoas e seus cotidianos com todas as camadas de experiência desses territórios. A convocatória se alinha a essa busca por causa da possibilidade de diálogos com pessoas que estão também nessa investigação, mas com realidades muito diversas, podendo ampliar nossos campos de visão e trazer isso de volta pros nossas experiências de trabalho diretamente na periferia.

Thayná Trindade

Thayná Pereira Trindade (n.1988 – Rio de Janeiro, Brasil) vive, estuda e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil. Atualmente é Curadora Adjunta na 01.01 Art Platform, Assistente de Curadoria no Museu de Arte do Rio, Assistente Curatorial na Bienal de Glasgow (Escócia) International 2020/2021. Membro fundador do laboratório de Estudos Africanos e Ameríndios Geru Maa | UFRJ. Graduanda em História da Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Sua pesquisa é focada em arte contemporânea e processos curatoriais na diáspora brasileira, a partir de uma perspectiva quilombista e pan-africana. Versa sobre as produções artísticas, filosóficas e políticas de Abdias Nascimento como embasamento para a (re)construção e resgate das referências africanas e afrobrasileiras em diálogo a obras de jovens artistas do cenário carioca/fluminense e nacional.

Publicação de 9 de abril de 2021.



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