Compromisso estético e ético

Formado como artista plástico pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Burle Marx pensava sempre a partir da estética e da ética. Suas criações paisagísticas faziam parte de suas expressões artísticas e estavam em diálogo com outros meios, como a pintura e a escultura. A qualidade de seus projetos manifesta não apenas a complexidade visual das distintas espécies vegetais, mas também das composições que harmonizam as plantas com os espaços e seus elementos naturais, como pedras e água. O desenho orgânico dos jardins possibilita que as curvas, as cores, as texturas e os volumes da vegetação permaneçam relacionados. A topografia, conjugada a novas visadas da paisagem, é subdividida em locais determinados para fins específicos e conecta os espaços com as atividades propostas, possibilitando uma circulação fluida e coesa. 

Em diálogo com linguagens artísticas de seu tempo, as obras paisagísticas de Burle Marx e seus colaboradores apresentam um repertório estilístico acessível, em jardins que respeitam a topografia, as condições de clima e o solo de cada região. Ele articulou sua expressão artística com seu conhecimento botânico e o compromisso de criar espaços públicos democráticos, atendendo à convivência coletiva. Sua obra, que oferece integração entre a vegetação, os elementos naturais e as atividades humanas, deixa um legado de responsabilidade com a ecologia social, trilhando caminhos de compromissos ético e estético com a vida. 




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