Praça de Casa Forte

Jardim de Casa Forte, Campina do Engenho
Recife (PE), 1935

Paisagista: Roberto Burle Marx

A praça localizada no bairro de Casa Forte, em Recife, foi o primeiro espaço público idealizado por Roberto Burle Marx enquanto diretor de Parques e Recreação da prefeitura da cidade, cargo para o qual foi indicado após trabalhar com o arquiteto e urbanista Lúcio Costa, uma das figuras mais importantes para sua formação e seu início de carreira. O projeto destaca a prática pioneira de utilizar plantas nacionais em espaços públicos e locais coletivos numa época em que o paisagismo enquanto profissão era pouco reconhecido no Brasil. A criação de jardins que pudessem ser identificados como brasileiros rejeitava a influência de padrões europeus. 

Ao longo de sua trajetória, Burle Marx realizou viagens para conhecer os biomas do país, onde coletava espécimes vegetais. A Praça da Casa Forte foi resultado da utilização experimental de espécies originais de determinada região em um ambiente diferente. Nela, foram empregadas árvores, plantas aquáticas e de solos encharcados, muitas nativas da região amazônica. A praça também conta com dois espelhos d’água: um dedicado à flora sul-americana, com plantas de rios e açudes, e o outro à flora aquática das regiões tropicais de outros continentes. O contexto político de 1935, ano da Intentona Comunista e de uma série de levantes de esquerda pelo país, rendeu a demissão de Burle Marx. Relatos públicos mostram que, ao utilizar plantas com a coloração vermelha, ele foi considerado subversivo pelo governo. 




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