Com uma obra que considera questões de raça, gênero e identidade, Rosana Paulino indaga sobre o Brasil, enquanto um imenso armazém onde gente, fauna e flora existem para serem explorados. Em contraposição a essa história de subjugação, suas obras promovem imagens de vida.
Nas aquarelas das séries Jatobá, Senhora das plantas/Espada de Iansã e Búfala, a artista cria imagens que representam a integração entre o corpo da mulher negra e a natureza. O jatobá é uma espécie ameaçada de extinção, mas nas obras de Paulino floresce e se fortalece ao tomar a forma humana, que, em reciprocidade, recebe o vigor do vegetal. Essa troca também se expressa entre a mulher e a espada-de-iansã, planta que carrega o nome de uma das divindades do panteão iorubá. Iansã também está relacionada ao búfalo, que aqui se mostra como um ser híbrido, irreverente e livre.
