Montagem de “A memória é uma invenção”. Foto: Fábio Souza / MAM Rio.
Montagem de “A memória é uma invenção”. Foto: Fábio Souza / MAM Rio.
Ao longo do segundo semestre de 2021, o MAM Rio apresenta o projeto “Legados Vivos”, que reflete sobre os processos de construção de patrimônio e de cultura comum através da exposição “A memória é uma invenção”, do ciclo de debates “Cenas da cultura imaterial” e uma publicação.
A série de conversas sobre saberes, celebrações e danças do Rio de Janeiro e do Maranhão, foram o ponto de partida para o desenvolvimento da expografia da mostra, que reúne obras das coleções do MAM Rio, o Museu de Arte Negra/IPEAFRO e o Acervo da Laje. A arquiteta Juliana Godoy se inspirou no ritmo do Bumba Meu Boi, uma das maiores manifestações culturaisdo país, para pensar o espaço expositivo.
“Eu comecei a estudar a sonoridade do boi do Maranhão, um acervo de memória imaterial. A marcação de ritmo da festa é feita em tempos de três em um: três notas no mesmo padrão e depois uma mais destacada, que seria ‘o pulo’ da dança do boi. A exposição então foi montada com um padrão de três paredes e depois um painel suspenso, que é esse salto. Toda a estrutura está solta no espaço, reforçando a leveza da dança”, explica a arquiteta.
Com curadoria de Keyna Eleison, Pablo Lafuente Beatriz Lemos, a exposição discute as tangências dos três acervos. “As obras não estão todas alinhadas. Tem algumas coisas que dialogam, outras que não se encostam. Tem esse olhar de pulsão entre as coisas”.
A escolha das três cores que pintam o espaço expositivo também estão relacionadas com o bumba meu boi. Os três painéis alinhados estão pintados de verde, laranja e branco e neles, os três acervos estão misturados, criando novos diálogos e significados. Para os painéis de ‘salto’, foi escolhido o vermelho, por ser uma cor forte e vibrante.
Em 2019, o Bumba Meu Boi do Maranhão recebeu do IPHAN o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. No dia 30 de junho é comemorado o Dia Nacional do Bumba Meu Boi.