17 set 2022 – 28 mai 2023
Curadoria: Beatriz Lemos, Keyna Eleison, Pablo Lafuente e Thiago de Paula Souza
O bicentenário da Independência do Brasil oportuniza repensar esse processo histórico. Atos de revolta foca em uma série de levantes, motins e insurreições que antecederam aquele momento ou que ocorreram nas décadas subsequentes, durante o Primeiro e o Segundo Reinado e o período regencial.
Com o objetivo de abordar os diversos imaginários de país então esboçados, a mostra faz referência à Guerra Guaranítica (1753-56), à Inconfidência Mineira (1789), à Revolução Pernambucana (1817), à Independência da Bahia (1822), à Cabanagem (1835-40), à Revolução Farroupilha (1835-45), à Revolta de Vassouras (1839) e à Balaiada (1838-41), entre outras.
Artistas brasileiros, de gerações e geografias diversas, foram convidados a pensar sobre essas narrativas. Ao abordar os conflitos do sistema colonial, a exposição revela as contradições da historiografia brasileira, que produziu apagamentos de personagens determinantes, sobretudo de populações negras, indígenas e mulheres.
Os trabalhos apresentados respondem a cinco eixos conceituais que oferecem chaves de leitura para determinados acontecimentos: a figura do herói e a posição de liderança política; as construções simbólicas (bandeiras, hinos, brasões); os modos de organização e sua relação com sistemas de direitos, a definição de territórios e os processos de produção e circulação de valor.
As obras contemporâneas são apresentadas em diálogo com uma seleção de objetos e fragmentos dos séculos 18 e 19 (pórticos, colunas, maçanetas, frisos e outras estruturas) do acervo do Museu da Inconfidência, do Museu Histórico Nacional e do Convento Santo Antônio, no Rio de Janeiro, sinalizando conceitualmente os resquícios e descontinuidades de uma época que se mantém presente no cotidiano do país.
Completam a mostra oito pinturas de Glauco Rodrigues, pertencentes ao acervo do MAM Rio.
Atos de revolta tem o patrocínio da Livelo e acontece em colaboração com o Museu da Inconfidência de Ouro Preto (MG).
vistas da exposição (fotos: Fabio Souza/MAM Rio)
ARTISTAS
Ana Lira (Recife, Pernambuco)
Arissana Pataxó (Porto Seguro, Bahia)
Arjan Martins (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro)
Elian Almeida (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro)
Gê Viana (São Luís, Maranhão)
Giseli Vasconcelos (Belém, Pará) e Pedro Victor Brandão (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro)
Glauco Rodrigues (Bagé, Rio Grande do Sul)
Glicéria Tupinambá (Ilhéus, Bahia)
Gustavo Caboco Wapichana (Curitiba, Paraná) e Roseane Cadete Wapichana (Boa Vista, Roraima)
Luana Vitra (Belo Horizonte, Minas Gerais)
Marcela Cantuária (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro) em colaboração com a Frente de Mulheres Brigadistas
Paulo Nazareth (Belo Horizonte, Minas Gerais)
Thiago Martins de Melo (São Luís, Maranhão)
Tiago Sant’Ana (Salvador, Bahia)
INSTITUIÇÕES/COLEÇÕES
Acervo do Convento Santo Antônio do RJ
Acervo Museu Histórico Nacional / Ibram / MTur
Acervo do Museu da Inconfidência / Ibram / MTur
O diretor artístico do MAM Rio, Pablo Lafuente, faz um panorama da exposição.
A artista Arissana Pataxó apresenta sua instalação “Hãhãw Pataxó: de que lugar você olha?”, produzida especialmente para a mostra.
Neste vídeo, o artista Tiago Sant’Ana explica sua instalação “Museu da Revolta Bahiense”, produzida especialmente para a mostra
O artista Gustavo Caboco Wapichana apresenta sua instalação “Somos fronteiras vivas” (2022), produzida em parceria com a educadora, pesquisadora e historiadora Roseane Cadete Wapichana especialmente para a exposição.
O artista carioca Arjan Martins apresenta em detalhes sua obra “Só vou ao Leblon a negócios”.
A artista carioca Marcela Cantuária apresenta em detalhes sua instalação “Maria Felipa e a fera do mar”.
O artista carioca Elian Almeida apresenta as pinturas inéditas de sua série “O que não se registra, o tempo leva”.
A dupla Giseli Vasconcelos e Pedro Victor Brandão apresenta em detalhes a obra “Nheenga Cabana”.
Confira abaixo a visita acessível da exposição.
Entenda a identidade visual da exposição.
CATÁLOGO DA EXPOSIÇÃO
Organização Juliana Travassos e Pablo Lafuente
Editora Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
ISBN 978-65-88670-23-1
Idioma português
Formato 20 x 31,5 cm
Páginas 208
Imagens 76
Ano de edição 2022
Edição 1ª
Textos Alex Calheiros, Allan da Rosa, Alvarenga Peixoto, Ana Maria Gonçalves, Basílio da Gama, Beatriz Lemos, Cecília Meireles, Cidinha da Silva, Edimilson de Almeida Pereira, Edson Kayapó, Eliana Alves Cruz, Erika Palomino, Fabio Morais, José Roberto Torero, Juliana Travassos, Keyna Eleison, Machado de Assis, Marcio Junqueira, Maria Graham, Murilo Mendes, Pablo Lafuente e Thiago de Paula Souza
Brava Gente: a Beija-Flor no MAM Rio
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro deu início a uma série de atividades desenvolvidas em parceria com a escola de samba Beija-Flor de Nilópolis em dezembro. A programação gratuita foi pautada pela interseção entre o enredo do Carnaval 2023 da tradicional escola – Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência, de autoria dos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues – e a exposição Atos de Revolta: outros imaginários sobre independência, que aborda a mesma temática no museu.
Alexandre Louzada e André Rodrigues
Niterói, RJ, 1957; São Paulo, SP, 1991
AMEAÇA VERMELHA 2022
lamê, moldagem a vácuo, organza, tule e decorativos diversos
confecção: Fábio Santos e Rodrigo Pacheco (Ateliê Beija-Flor)
Alexandre Louzada e André Rodrigues
Niterói, RJ, 1957; São Paulo, SP, 1991
SONHO MALÊ 2022
tecido oxford sublimado, penas artificiais, lamê, malha sublimada, moldagem a vácuo e decorativos diversos
confecção: Fábio Santos e Rodrigo Pacheco (Ateliê Beija-Flor)
Alexandre Louzada e André Rodrigues
Niterói, RJ, 1957; São Paulo, SP, 1991
ODE AOS BOTUCUDOS 2022
malha sublimada, penas artificiais, moldagem a vácuo e decorativos diversos
confecção: Fábio Santos e Rodrigo Pacheco (Ateliê Beija-Flor)
Alexandre Louzada e André Rodrigues
Niterói, RJ, 1957; São Paulo, SP, 1991
A PRESSA DA FOME 2022
malha sublimada, plástico, talheres recicláveis e espuma
confecção: Fábio Santos e Rodrigo Pacheco (Ateliê Beija-Flor)
_
Lei de Incentivo à Cultura
Organização: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Patrocínio Estratégico: Instituto Cultural Vale, Ternium, Petrobras
Patrocínio Master: Eletrobras Furnas, Livelo
Realização: Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo