Tiago Sant’Ana trabalha com símbolos, discursos e narrativas associados às identidades afro-brasileiras. Desde 2009, cria performances que incitam reflexões sobre história e memória em contextos coloniais. Em várias de suas obras, ele adota como tema a produção e o comércio de açúcar para estabelecer uma relação entre a história da escravização e das subjetividades negras. Em seus retratos, experimenta contrastes de cor entre as figuras representadas e seu entorno.
A obra Museu da Revolta Bahiense (2022) organiza um museu imaginário para contar a história de três insurgências: a Revolta dos Búzios (1798-99), a Independência da Bahia (1822-23) e a Revolta dos Malês (1835), todas situadas em território baiano. A instalação aplica estratégias de ficcionalização que não permitem fácil distinção de objetos históricos dos levantes e objetos memoriais fabricados pelo artista. Assim, convida a uma reflexão sobre os processos de produção de memória e a institucionalização da história.