Daniel Steegmann Mangrané

Barcelona, Espanha, 1977

O artista participa de Composições para tempos insurgentes com a remontagem da obra Masks (Máscaras). O trabalho relaciona-se com as cosmologias indígenas ameríndias a partir da investigação dos padrões dessas artes como motivos religiosos e rituais que sutilmente conectam o sagrado e o cotidiano. As folhas escolhidas neste trabalho são de espécies importantes para diversas comunidades indígenas: fundamentais para a subsistência, como a árvore da fruta-pão ou a raiz da mandioca, existem também plantas tóxicas que podem ser utilizadas na caça ou em tratamentos medicinais, como o gravatá. Também existem plantas que estão relacionadas a lendas ou histórias específicas, como o pé-de-boi. Outras plantas têm um uso ritualístico, como as sementes vermelhas do urucum. As facetas econômicas, médicas, poéticas ou religiosas da vida se fundem nos desenhos em ouro feitos nas folhas, matéria também voltada às projeções ocidentais sobre a floresta tropical e seus habitantes. Em um sentido mais amplo, Masks acentua a investigação sobre geometria e materialidade de Daniel Steegmann Mangrané, questionando ideias topológicas de superfície, forma, objetividade e desenho.

Daniel Steegmann Mangrané nasceu em Barcelona em 1977 e, desde 2004, mora no Rio de Janeiro. Para a sua pesquisa, interessam os processos biológicos e discursos antropológicos, inspirando a criação de trabalhos que confundem as demarcações tradicionalmente aceitas entre cultura e natureza, sujeito e objeto, realidade e sonho, visível e invisível, corpóreo e incorpóreo, dissolvendo-os em relações de transformação mútua. Nos últimos anos, expôs trabalhos em museus e bienais ao redor do mundo, entre os mais recentes a Bienal de Taipei, Pirelli Hangar Bicocca, Bienal de Berlim, Museu de Serralves, Institut d’art Contemporain Villeurbanne, Nottingham Contemporary, CCS Bard e Bienal de São Paulo, entre outros. Suas obras fazem parte do acervo permanente da Tate Modern, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Inhotim, Museu de Serralves, Walker Art Center, MASP, MACBA, Coleção Pinault e Castello de Rivoli, entre outros.


Masks / Máscaras (2021)
folhas de ouro e prata sobre folhas secas
Cortesia do artista e Galeria Mendes Wood DM, São Paulo, Bruxelas e Nova York




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