João Simões

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1979

Em Composições para tempos insurgentes, o artista apresenta a obra comissionada Sete cristais, três morros, campos cruzados, que faz parte da série Terrorismo de cristal. O trabalho consiste em sete cristais localizados em diferentes partes do museu, cada um deles a ativar diferentes fluxos de energia. O corpo de funcionários do MAM é convidado a usar um colar de citrino, a mesma pedra que ocupa o espaço expositivo. Formam-se, assim, linhas invisíveis que agitam um campo energético entre os cristais em movimento. A obra é um gesto de proteção, contato e cuidado, mediado por esse campo coletivo de relações. Ao contrário dos processos de cura individuais, comuns na cultura esotérica neoliberal, a obra se fundamenta na crença de que qualquer processo curativo só se pode fazer e viver junto, de maneira simultaneamente individual e coletiva. A obra ativa ainda um processo cosmológico de conexão entre os corpos, as presenças (materiais e imateriais) e a Terra. 

João Simões é artista, curador, pesquisador e educador. Sua produção tem como interesse o conceito de corpo-cristal, que propõe pensar as relações entre corporeidade, tempo, tecnologia, ancestralidade e exploração da terra. Desenvolve, com Cláudio Bueno, a Explode!, plataforma que fomenta, desde 2015, práticas artísticas e culturais com ênfase nas intersecções de classe social, raça, gênero e sexualidade. Participou de curadorias, falas públicas e performances em diversas instituições culturais como CUNY, Sesc-SP, CCBB-SP, Paço das Artes, MASP, PUC-SP, etc. Integra o grupo de mentoria do programa de formação em performance LAW pelo programa Coincidências da Fundação Pro Helvetia, realizado na África do Sul e na Suíça. Apresentou as performances Quartz, a crystal terrorism act I e II no Kaserne, Basel, Suiça. Atualmente, participa do programa de residência How free are the arts?, do Instituto Goethe, onde elabora um projeto sobre arte e censura no Brasil e na Nigéria. Também integra a plataforma 01.01 de arte africana em diáspora. 

Texto enviado pelo artista

Sete cristais, três morros, campos cruzados (2021)
série Terrorismo de cristal
aço, carbono, citrino, colares em ferro banhado e pedra
a obra inclui dinâmicas desenvolvidas com as equipes do museu
imagem: Fabio Souza/MAM Rio



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