Seleção feita a partir de um acervo de aproximadamente 15 mil obras de arte, a exposição Filmes e Vídeos de Artistas na Coleção Itaú Cultural retrata o desenvolvimento, no Brasil, de um tipo de trabalho que entrelaça audiovisual e artes visuais, cinema e arte contemporânea. O evento chega ao Rio de Janeiro em uma parceria entre o Itaú Cultural e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Com curadoria de Roberto Moreira S. Cruz, a mostra abrange 20 trabalhos da coleção, com autores como Sara Ramo, Paulo Bruscky e Rafael França. O conjunto é apresentado de acordo com três blocos temáticos: Os Pioneiros da Videoarte Brasileira, O Corpo como Metáfora e Poética da Visualidade.
Outros destaques desta itinerância são as obras de aquisição recente – M3x3, de Analívia Cordeiro, e L’Arbre d’Oublier, de Paulo Nazareth – e os trabalhos do acervo do MAM Rio.
Com obras recuperadas e remasterizadas, a exposição revela seu caráter de política cultural e faz parte das iniciativas do Itaú Cultural voltadas para a preservação e a difusão da memória e da produção artística no Brasil.
Entre essas iniciativas estão também a Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras (enciclopedia.itaucultural.org.br) e o programa Ocupação (itaucultural.org.br/ocupacao), ambos com informações de referência sobre os grandes criadores brasileiros.
Além de obras que trabalham imagem e som, o acervo do Itaú Unibanco abrange pinturas, gravuras, fotografias, esculturas, instalações e outros itens reunidos por cerca de 60 anos, que delineiam a arte nacional e integram a maior coleção artística de uma companhia privada na América Latina.
O Itaú Cultural é uma das mais atuantes instituições no cenário cultural brasileiro. Com mais de 30 anos de história, movimenta a cultura e reinventa processos de realização, da gestão à execução, de projetos artísticos e culturais por meio de uma atitude simples: ouvir, provocar e interagir com o outro, respondendo e criando demandas da e para a sociedade e trabalhando para manter a excelência de cada ideia.
Essa caminhada intuitiva e intelectual resulta em um pensamento sistemático e em atividades contínuas – que englobam desde uma extensa programação de exposições, espetáculos, mostras audiovisuais, seminários e outros eventos gratuitos até ações de incentivo à produção de artistas e pesquisadores de todo o país.
Sete iniciativas norteiam essas ações de forma mais perene: o Rumos Itaú Cultural, o Ocupação Itaú Cultural, o apoio à recuperação, à organização e à digitalização de acervos, as exposições (com itinerâncias do acervo Itaú Unibanco e Itaú Cultural, como é o caso desta mostra), a Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras, o Observatório Itaú Cultural e programas de formação.
Nossa missão é inspirar e ser inspirado pela sensibilidade e pela criatividade das pessoas para gerar experiências transformadoras no mundo da arte
e da cultura brasileiras. Para isso, oferecemos uma diversidade de atividades e conteúdos que ganham sentido a partir de seu olhar.
Itaú Cultural
Conheça mais no site itaucultural.org.br
e no canal do YouTube do Itaú Cultural.
Fundado em 1948 e hoje reunindo um acervo de mais de 16 mil obras de importantes artistas brasileiros e internacionais, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro tem sua trajetória marcada não só pelo compromisso de preservar a história e a memória das artes visuais, mas também pelo incentivo à experimentação artística, em suas salas de exposições, jardins e pilotis, nas últimas sete décadas. O interesse tanto pela legado quanto pela experimentação também assinala a criação e a atuação do Itaú Cultural, que apresenta aqui, ao público carioca, parte de seu importante acervo, na exposição Filmes e Vídeos de Artistas na Coleção Itaú Cultural.
Com curadoria de Roberto Moreira S. Cruz, a mostra é o início de uma parceria entre as duas instituições e apresenta um panorama das artes visuais brasileiras que têm o vídeo como suporte, começando pelas primeiras experiências, ainda nos anos 1970, até chegar aos dias de hoje, com trabalhos que reconfiguram e ampliam os limites desse meio. Reunindo mais de 20 artistas, com obras realizadas entre 1973 e 2015, esta é uma oportunidade única de leitura de parte importante da produção artística brasileira. Além de itens da Coleção Itaú Cultural, a exposição conta com dois vídeos do acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro: Aqui Você Pode Sonhar (2009), de Clara Ianni, e Cruzada (2010), de Cinthia Marcelle.
Agradecemos ao Itaú Cultural e ao curador Roberto Moreira S. Cruz, além do trabalho conjunto das equipes ligadas ao projeto, pela realização dessa iniciativa. Esta é uma celebração de duas das mais importantes instituições culturais do Brasil, de sua atuação no campo da cultura e de seus acervos, mantendo viva nossa memória e servindo de base para novas produções na área de artes visuais.
Paulo Albert Weyland Vieira
Diretor de Relações Institucionais
Henrique J. Chamhum
Diretor-executivo
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
A produção brasileira de filmes e vídeos realizada por artistas e com proposta experimental se inicia em consonância com a criação internacional, nos anos 1970. Essa fase primeira, de descobertas e tentativas de forjar um modo criativo para o audiovisual, foi tortuosa e, de certa forma, marginal, pois não existia um mercado para dar visibilidade aos trabalhos e o cenário cultural estava submetido à censura da liberdade de expressão imposta pelo regime militar. Os filmes e os vídeos mais originais e inventivos realizados nesse contexto permaneceram durante muito tempo desconhecidos do público e praticamente abandonados nas gavetas dos estúdios e dos ateliês de artistas.
Apenas duas décadas depois, em meados dos anos 1990, parte dessa produção passou a ser reconhecida, com a inserção de obras audiovisuais no ambiente da arte contemporânea e com a presença marcante de artistas que trabalham com audiovisual em galerias e exposições de amplitude internacional.
A coleção de filmes e vídeos do Itaú Cultural é uma contribuição inédita por parte de uma instituição cultural, pois formaliza – por meio da aquisição, da conservação e da restauração de obras audiovisuais – a criação de um acervo permanente de trabalhos nessa área produzidos no país nas últimas seis décadas.
Alguns aspectos motivaram a formação dessa coleção e valem ser destacados. O primeiro, talvez o mais fundamental, é o resgate da importância dessa produção pioneira, trazendo ao olhar contemporâneo a força inventiva dessas imagens. Ao remasterizar e recuperar filmes e vídeos de artistas como Rubens Gerchman, Nelson Leirner, Letícia Parente, Regina Silveira e Sonia Andrade, a coleção conserva obras passíveis de deterioração, pela própria obsolescência da tecnologia. Assim, pode ser compreendida como um acervo audiovisual, pois acredita na preservação de bens culturais, constituindo-se, nesse sentido, em patrimônio histórico inestimável.
O segundo aspecto aproxima a coleção das novas gerações de artistas que trabalham com o audiovisual e que criam, por meio desse instrumental de sons e imagens, linguagens muito específicas. Vale destacar os trabalhos de Eder Santos, Brígida Baltar, Thiago Rocha Pitta, Paulo Nazareth, Gisela Motta e Leandro Lima, por apresentarem em suas criações modos muito originais de trabalhar a imagem em movimento.
Esta exposição exibe também duas obras que fazem parte do acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro: vídeos das artistas Cinthia Marcelle e Clara Ianni. Ambas dialogam diretamente com a proposta curatorial, que está dividida em três núcleos temáticos: Os Pioneiros da Videoarte Brasileira, O Corpo como Metáfora e Poéticas da Visualidade.
Roberto Moreira S. Cruz
Curador
Artistas na exposição
Aline Motta
Analívia Cordeiro
Anna Bella Geiger
Armando Queiroz
Berna Reale
Brígida Baltar
Cinthia Marcelle
Clara Ianni
Eder Santos
Gisela Motta e Leandro Lima
Letícia Parente
Letícia Ramos
Nelson Leirner
Paulo Bruscky
Paulo Nazareth
Rafael França
Regina Silveira
Rubens Gerchman
Sara Ramo
Sonia Andrade
Thiago Rocha Pitta
Vera Chaves Barcellos