Nos traquejos do tempo [vibração um], de Ana Lira

17 set 2022 – 26 fev 2023

Patrocinada pela Petrobras, a exposição participativa Nos traquejos do tempo [vibração um] propõe vivências de criação e liberdade a partir da música de tradições negra e indígena. O projeto da artista e curadora Ana Lira adota o tambor como instrumento central para gerar experiências de celebração e ações comunitárias, apontando para relações entre o território brasileiro e as sonoridades que emergem de cada lugar. 

A obra acontece dentro de uma arena com arquibancadas, ativada ao longo da exposição pela artista, por educadores e outras pessoas convidadas. Nela, um atabaque, um timbal e um ashiko, confeccionados em uma parceria entre a artista e o Instituto do Tambor, fazem referência aos estados de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, e funcionam como elementos de ativação com os públicos. A arena abriga também instrumentos dos acervos do Caboclinho 7 Flechas, Didá, Ilê Ayê, Escola de Samba Beija-Flor e Jongo da Serrinha, com quem a artista dialogou durante a trajetória da vivência e cujas sonoridades percussivas são referência de transmutação. Esses instrumentos carregam as marcas de sua presença em desfiles, festejos e rituais, e celebram a produção de conhecimento das comunidades às quais pertencem.

Junto aos instrumentos, uma rádio livre serve de plataforma para discussões e ações de músicos convidados, com participação dos públicos. Parte das gravações realizadas durante o período da exposição será publicada online. 

A produção artística de Ana Lira está voltada para as relações entre cultura e formas de vida a partir de práticas coletivas de trabalho. O interesse na circulação de linguagens, sistemas de comunicação e manifestações populares é uma constante em seu trabalho. 

O projeto de exposição participativa convida a refletir sobre como os ritmos ajudam a criar comunidades ao longo da história do Brasil.

PROGRAMAÇÃO

FEVEREIRO

A programação de fevereiro de 2023 encerra as atividades do programa público da exposição Nos traquejos do tempo [Vibração 01] no MAM Rio. 

SEX 10 FEV . 14h
Vivência em sonoridades percussivas com Ayko Ayobinan
Vivência em percussão ministrada pelo percussionista Ayko Ayobinan. As inscrições devem ser feitas via formulário.

SÁB 11 FEV . 14h
Rádio livre 
Vivência de rádio livre com transmissões ao vivo, experimentações sonoras com vinis e veiculação do acervo sonoro da exposição, além de uma retrospectiva dos melhores momentos do projeto. Os participantes também podem trazer vinis e sonoridades que dialoguem com os processos percussivos das diásporas negrodescendentes e indígenas.

SÁB 11 FEV .15h30
Roda de Conversa 
A artista Ana Lira conduz uma roda de conversa com as pessoas presentes para dialogar sobre os caminhos da vivência. 

JANEIRO

DOM 15 JAN . 15h
Ana Lira convida Nathália Grilo
A conversa aborda as dinâmicas culturais que levaram à consolidação do jazz como resposta a um processo de repressão das práticas sonoras ancestrais. A partir deste mote, a pesquisadora Nathália Grilo conta sobre dinâmicas sonoras e suas materializações por meio de projetos como Jazztopia, Festival Mulambo e Jazzagrário.

SÁB 28 JAN . 15h
Ana Lira convida Caio Rosa
A conversa percorre a pesquisa musical do artista Caio Rosa, que se desdobra na construção do programa radiofônico Rio Doce, apresentado pela NTS Radio. O encontro trata do rádio como lugar de criação e produção cultural negra, abordando as texturas sonoras da diáspora, as possibilidades de novos movimentos rítmicos, as costuras entre sensorialidade, imagem e som, além de tratar dos legados que as gerações atuais estão construindo para novos imaginários negros no mundo.

DEZEMBRO

SÁB 10 DEZ . 11h
Ana Lira convida Laísa Lima
A conversa vai abordar criações rítmicas, produção de conhecimento e transmissão de legados sonoros entre gerações. Laísa Lima se apresenta como “filha de um griô e dona de seu legado no Carnaval” por ser filha de Laíla, um dos mais célebres diretores de carnaval da Beija-Flor, com passagens por escolas como Salgueiro, Vila Isabel, Unidos da Tijuca e União da Ilha. Laísa, no entanto, convoca o bastão deixado pelo pai com mais leveza, atuando como Diretora de Tamborim da Beija-Flor, mestra de Bateria da Acadêmicos de Jacarepaguá, cantora e educadora de percussão.

SÁB 10 DEZ . 14h 
Ana Lira convida Luciene Del Rey
A conversa com Luciene Del Rey vai abordar as construções comunitárias e a trajetória de jovens ritmistas que integram as baterias das escolas de samba e seus desdobramentos em bandas e shows. Luciene integra a Bateria Soberana e vivencia suas diversas faces como ritmista, seja tocando em diversos outros tipos de celebrações que a escola é convidada, seja no acompanhamento e revisão do acervo de instrumentos ou nos momentos em que atua como educadora para jovens instrumentistas. Ouviremos a sua experiência pessoal, que sintetiza a caminhada de diversas jovens que estão consolidando carreira como ritmistas em escolas de samba. 

NOVEMBRO

SÁB 12 NOV . 15h
Ana Lira convida Anne Rodrigues
Anne Rodrigues é curadora do Instituto Rumpilezz, historiadora do Coletivo Rumpilezzinho, onde atua no Laboratório Musical para Jovens. Desenvolve um processo de construção de pensamento que parte do corpo como lugar de construção de conhecimento, incentivando seus interlocutores a produzirem exercícios de coreografia que diferem-se dos modos tradicionais de historicizar. Na conversa, serão abordadas proposições que ela traz para estes campos e seus desdobramentos no campo da curadoria.

DOM 27 NOV . 15h
Ana Lira convida Regina Café
Desenvolve práticas em seus projetos – Escola de Possibilidades Sonoras e Funk Verde – que procuram
articular expressões da cultura popular brasileira e internacional com importantes conexões dedicadas à
cidadania ambiental, reutilização de resíduos sólidos e investigações sonoras destes materiais. A conversa vai abordar a importância destas práticas como construção de conhecimento e criação de novas possibilidades
sociais para o futuro.

OUTUBRO

SÁB 1º OUT . 11h
Ana Lira convida Jéssica Castro e Vitorino Souza
O primeiro encontro recebe a pedagoga, bailarina e integrante do jongo Dandalua, Jéssica Castro, e o terapeuta ocupacional e integrante do Grupo Afrolage, Vitorino Souza. A conversa acontece em torno da presença de pessoas não-binárias e trans no universo do jongo. A ativação promove diálogos sobre as transformações nos processos da coletividade com as novas proposições que esses corpos pedem em termos de dança, musicalidade, vestimenta, energia e acolhimento na umbigada. 

SÁB 15 OUT . 14h
Ritmos do maracatu: oficina de percussão com Baque Mulher
O MAM Rio recebe três integrantes do coletivo Baque Mulher, revelando como os instrumentos do Maracatu ajudam na composição do ritmo. A oficina dialoga com a exposição participativa Nos traquejos do tempo [vibração um], da artista Ana Lira. A oficina é uma proposta da Residência Germinadora. 

SÁB 29 OUT . 15h
Ana Lira convida Fabíola Machado e Arifan Júnior (Grupo Awurê)
Conversa dedicada à celebração como espaço de liberdade. O Grupo Awurê, com as presenças de Fabíola Machado e Arifan, desenvolvem uma das principais articulações entre a cultura brasileira e a cultura africana, tendo a festa como uma das centralidades das suas ações. O encontro apresenta a trajetória do grupo e seu espaço celebrativo, que hoje redefine a territorialidade festiva e pesquisa musical na cidade do Rio de Janeiro.

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Lei de Incentivo à Cultura
Organização: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Patrocínio Estratégico: Instituto Cultural Vale, Ternium, Petrobras
Patrocínio Master: Eletrobras Furnas
Realização: Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo



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