CARTAS
Introdução
Parte expressiva da produção de Marcelo Ikeda está relacionada à realização de cartas audiovisuais. Em 2008, quando a série começou, Ikeda morava no Rio, e a série se chamava Cartas ao Ceará. Quando o realizador passou a residir em Fortaleza em 2010, a série passou a se chamar Cartas do Ceará. Com a troca de uma única letra (do “a” para o “d”), o Ceará permaneceu como lugar de referência, passando de destino à origem. Integrando as duas séries, o projeto passou a se chamar Cartas ao/do Ceará.
Nessas cartas, Ikeda explora o formato da videocarta como uma possibilidade de abordar a subjetividade e a intimidade do autor, mas de modo que as cartas não sejam meramente confessionais ou descritivas de uma rotina. As cartas nascem de uma necessidade não de descrever ou de narrar através de palavras como foram os dias, mas de compartilhar algumas reflexões, sensações ou impressões que nascem a partir de uma distância, utilizando as ferramentas de um cinema portátil, mínimo. Não há palavras ou atos que apresentem diretamente sua rotina, mas um gesto de compartilhar uma observação do cotidiano.
Para a Retrospectiva no MAM, Ikeda também inseriu, para além do projeto Cartas ao/do Ceará, quatro outras cartas, agrupadas como Cartas avulsas, dirigidas a duas pessoas do Ceará (Sara Síntique e Diego Hoefel) e duas de fora (Vânia Catani e Dellani Lima).
Nenhuma dessas cartas jamais foi (cor)respondida com outra carta audiovisual.
CARTAS 1 Cartas ao Ceará (40´)
Primeiro bloco de videocartas, realizadas em 2009, quando Ikeda ainda não residia no Ceará. A Carta #02 mostra Ikeda numa madrugada insone em sua casa, com um forte diálogo com seus vídeos caseiros. Já as demais cartas recortam breves momentos de observação do cotidiano, em meio a viagens realizadas pelo autor.
Leia mais sobre o projeto Cartas ao Ceará em http://www.cinecasulofilia.com/2011/04/cartas-ao-ceara-num-momento-em-que.html
Carta ao Ceará #02 (2009, 12’16´´)
Carta ao Ceará #03 (2009, 10’)
Carta ao Ceará #04 (2009, 4’13´´)
Carta ao Ceará #05 (2009, 3’)
Carta ao Ceará #06 (2009, 9’52´´)
CARTAS 2 Cartas do Ceará + Cartas Avulsas (35´)
As duas primeiras Cartas do Ceará, realizadas após a mudança de Ikeda para o Ceará, assinalam um momento de despedida de seus antigos amigos do Alumbramento. A Carta #01 mostra a despedida de Ikeda de sua primeira casa em Fortaleza, o Edifício Dona Bela, que funcionava quase como uma sede informal do Coletivo Alumbramento. A Carta #02 observa um momento de relação íntima entre criação e vida entre membros do Alumbramento, filmado justamente no Dona Bela.
Neste bloco, também estão agrupadas outras videocartas para além da série Cartas ao/do Ceará. As duas últimas cartas nunca foram exibidas publicamente.
Carta do Ceará #01 (2011, 7´30´´)
Carta do Ceará #02 (2013, 3´24´´)
Tuca no parque (Carta para Dellani Lima) (2013, 8´18´´)
Fortaleza é um ovo (Carta para Sara Síntique) (2014, 2´55´´)
Valpo (Carta para Diego Hoefel) (2013, 9´20´)
Nascer e florescer (Carta para Vânia Catani) (2011, 3´)
CARTAS 3 Cartas do Ceará 2015 #01-04 (2015) (127´)
Este grupo de cartas retoma uma velha obsessão de Ikeda: o tema da casa, por meio de uma ótica experimental mais formalista. Fantasmas e rastros em uma casa quase descorporificada, entre o vazio da noite e o silêncio dos dias.
Carta do Ceará 2015 #01 (2015, 50´29´´)
Carta do Ceará 2015 #02 (2015, 6´14´´)
Carta do Ceará 2015 #03 (2015, 16´14´´)
Carta do Ceará 2015 #04 (2015, 54´29´´)
CARTAS 4 Cartas do Ceará 2016 (25´)
Estas cartas mostram encontros de Ikeda com amigos durante viagens, pequenos momentos de afeto e lampejos de beleza diante do comum: membros do Coletivo CUAL em Salvador (#01), encontros entre alunos e professores da UFPE em um jogo de sinuca (#02) ou da UFC no Bar Ferro Velho (#04), entre os convidados da Mostra de Cinema de São Miguel do Gostoso (#03), e a rotina de um professor da UESPI em Teresina (#05).
Carta do Ceará 2016 #01 (2016, 4´34´´)
Carta do Ceará 2016 #02 (2016, 4´59´´)
Carta do Ceará 2016 #03 (2016, 3´30´´)
Carta do Ceará 2016 #04 (2016, 3´48´´)
Carta do Ceará 2016 #05 (2016, 8´18´´)
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