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A Cinemateca do MAM e o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro apresentam uma parceria de programação dedicada ao mundo do cinema em todas as suas épocas, origens, gêneros e expressões. Desde outubro, a Cinemateca exibe parte de seu acervo em mostras que ocupam o Cinema do CCBB RJ.

No Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro 
Rua Primeiro de Março 66, Centro   
Sala de Cinema 2, 50 lugares   

SETEMBRO 2025

Jornadas de junho
As marchas de protestos ocorridas em torno do mês de junho de 2013 no Brasil são vista hoje como um ponto de inflexão histórico importante, junto a outras manifestações significativas ocorridas nos anos seguintes como os Protestos de Março de 2015, a Mobilização de Estudantes Secundaristas no mesmo ano e o Movimento Ele Não, que antecedeu as eleições de 2018. Formam também o primeiro conjunto de acontecimentos políticos registrados de forma audiovisual em larga escala. Além de cineastas profissionais, e da mídia corporativa, canais alternativos e plataformas de compartilhamento de vídeos permitiram um inédito caledoscópio de imagens e sons dos manifestantes, confrontos e momentos de espera, muitos deles transmitidos em tempo real, constituintes de uma nova dinâmica de criação de imagens em movimento.  A pequena mostra em torno de Junho, recolhe títulos que se relacionam tanto com a sensibilidade explosiva do momento, quanto com o registro dos acontecimentos recentes do país.

QUA 17 SET . 17h
Segunda chance: Contos da era dourada (Amintiri din epoca de aur), de Hanno Höfer. Cristian Mungiu, Constantin Popescu, Ioana Uricaru e Răzvan Mărculescu. Romênia/França, 2009. Com Diana Cavallioti, Radu Iacoban e Vlad Ivanov. 155’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 18 SET . 17h
Segunda chance: Bucareste 24 horas (Bucaresti NonStop), de Dan Chisu. Romênia, 2015. Com Gheorghe Ifrim, Ion Besoiu e Dorina Lazar. 86’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 19 SET . 17h
Junho: Com vandalismo, de Bruno Xavier, Valentino Kmentt, Pedro Rocha; Roger Pires, Yargo Gurjão, Júlia Lopes, Davi Aragão, Leandro Alvares e Franzé de Sousa. Brasil, 2013. Documentário. 73’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

SAB 20 SET . 14h
Junho: Desde junho, de Júlia Mariano de Lima Araújo. Brasil, 2016. Série documental de televisão. 135’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

SAB 20 SET . 17h
Junho: Ressurgentes: um filme de ação direta, de Dácia Ibiapina. Brasil, 2014. Documentário. 72’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 12 anos.

DOM 21 SET . 14h
Junho: Excelentíssimos, de Douglas Soares. Brasil, 2018. Documentário. 152’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 12 anos.

SEG 22 SET . 17h
Junho: Democracia em vertigem (The edge of democracy), de Petra Costa. Reino Unido/Brasil, 2019. Documentário. 121’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

QUA 24 SET . 17h
Junho: A cidade é uma só?, de Adirley Queirós. Brasil, 2010. Com Wellington Abreu, Nancy Araújo e Marquim da Tropa. 79’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos.

QUI 25 SET . 17h
Junho: Com os punhos cerrados, de Luiz e Ricardo Pretti e Pedro Diógenes. Brasil, 2014. Com Luiz Pretti, Ricardo Pretti, Pedro Diógenes, Samya de Lavor e Uirá dos Reis. 74’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos.

SEX 26 SET . 17h
Junho: Rio em chamas, de Ana Costa Ribeiro, André Sampaio, Cavi Borges, Clara Linhart, Daniel Caetano, Diego Felipe Souza, Eduardo Souza Lima, Luiz Cláudio Lima, Luiz Giban, Ricardo Rodrigues, Vinícius Reis e Vítor Gracciano. Brasil, 2014. Documentário. 109’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos.

SAB 27 SET . 14h
Junho: Futuro junho, de Maria Augusta Ramos. Brasil, 2015. Documentário. Com Alex Fernandes, Alex Cientista, André Perfeito e Anderson dos Anjos. 100’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 12 anos.

SAB 27 SET . 17h
Junho: Alvorada, de Anna Muylaert e Lô Politi. Brasil, 2021. Documentário. Com Dilma Rousseff. 90’. Exibição em MP4. Classificação indicativa Livre.

DOM 28 SET . 17h
Junho: O mês que não terminou, de Raul Mourão e Francisco Bosco. Brasil, 2019. Documentário. Com Maria Rita Kehl, Marcos Nobre e Pablo Capillé. 107’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

SEG 29 SET . 17h
Segunda chance: O mundo descolado (The cool world), de Shirley Clarke. EUA, 1963. Com Rony Clanton, Carl Lee e Yolanda Rodríguez. 105’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

AGOSTO 2025

Casulo ao mar: mostra Marcelo Ikeda
Marcelo Ikeda é mais conhecido no campo de cinema brasileiro por sua atuação como pesquisador, curador e crítico de cinema. No entanto, Ikeda também atua como cineasta, tendo realizado, desde 1999, mais de 50 obras audiovisuais, entre curtas, videocartas e  longa-metragens. Esta mostra de cinema, curada pelo próprio realizador, é uma oportunidade de reavaliar a trajetória de Ikeda como cineasta ao longo dos últimos 25 anos. Ainda que seus filmes apresentem diferentes formatos e modos de produção – ficções, documentários, experimentais –, muitos deles foram realizados exclusivamente pelo próprio Ikeda, em sua casa ou por meio de diários de viagem, investigando questões como o tempo e a solidão. Dessa forma, possuem um diálogo com os escritos do autor e com sua pesquisa em torno do “cinema de garagem” no Brasil a partir dos anos 2000. A mostra será complementada por um curso, ministrado por Ikeda, em que o realizador debaterá os processos de produção de um conjunto de obras. 

Como fabricar a realidade? Realismos radicais
Há mais de um século, grande parte da produção cinematográfica mundial se apresenta, é percebida e é estudada como realista — mesmo quando não está inserida em movimentos que reivindicam explicitamente esse adjetivo. Desde a sugestão dos Lumière – de que os espectadores teriam fugido das primeiras sessões por acreditarem que o trem chegando à estação era “real” –, até a apropriação contemporânea do vídeo e do digital como tecnologias que ampliam certa “fidelidade” ao mundo, o cinema é pensado como uma arte teórica e tecnicamente dotada de vocação realista. Muitas convenções, estéticas e tecnologias procuraram promover essa aproximação e mesmo certificar uma isonomia entre cinema e realidade. 
Desde o início do cinema, o realismo é promovido mais como um espaço para a veracidade, uma suposta fidelidade do filme à realidade, do que como uma maneira de ver os fenômenos do mundo. E esta permaneceu sendo a perspectiva de grande parte do público. O panorama se altera profundamente no começo dos anos 1940, com o aparecimento de fragmentos da jornada mexicana de Sergei Eisenstein, os primeiros filmes de Orson Welles e o neo-realismo italiano. 
Os realismos apresentados neste pequeno ciclo não seguem os caminhos rosselianianos. Tampouco replicam a isonomia temporal do cinejornal frente ao cotidiano. Propomos realismos fundamentados em referências científicas em constante transformação, como a teoria da relatividade, pesquisas de ethos particulares e às vezes individuais, pressupostos menos definidos e apreensíveis, como a reencarnação, a regressão e o oculto. São realismos que não se preocupam com transparência, ascetismo ou verdade. Poderíamos denominá-los como dramaturgias na elaboração da experiência. 
São filmes que querem promover um certo estado no espectador mais do que uma compreensão geral do mecanismo de funcionamento social e psíquico. Não sabem bem como fazer isso e por isso se abrem à experimentação. Não uma experimentação formal  característica do cinema crítico às representações realistas e conservadoras. Mas uma experimentação do ato ou do acontecimento, vale dizer, do momento a momento produzido pelo cinema. Ambicionam uma consciência ou conhecimento adquirido pela experiência do que é cognoscível a partir do filme.  Como afirmou Ernst von Glasersfeld, “a função da cognição é adaptativa e serve para a organização do mundo que se experiencia, não para a descoberta da realidade ontológica”. 
Não se trata de considerar a pura materialidade fílmica em outra via significativa, como indicava o cineasta Andrei Tarkovski, mas de considerar a experiência em si mesmo. Seria esse “novo” cinema realista uma radical experiência de si? Poderíamos falar em realismo situacional, tomando de empréstimo a filosofia de John Anderson. São filmes que direcionam a atenção para algo de imediato; prendem a nossa atenção de alguma forma. 
Na origem dessas tentativas está a redescoberta contemporânea de um filme como Ladrões de Bicicletas. Como afirmou Bazin certa vez: um filme que ensina o espectador a sentir. O que o espectador sente permite a construção de uma experiência. O paralelo entre Ladrões de Bicicleta e muitos outros filmes neo-realistas italianos – em especial os de De Santis, Germi, Lizzani e outro diretores sem reconhecimento por décadas – e filmes do século 21 gerou a expressão “neo-neo-realismo”, proposta em 2008 pelo crítico Anthony Oliver Scott, em sua tentativa de apreender a dramaturgia de Wendy e Lucy, de Kelly Reichardt. O filme de De Sica e os tropos mais comuns do neo-realismo reverberam aqui e ali, mas os realismos cinematográficos que nos interessam na mostra desviam para veredas não percorridas, muitas das quais se findam antes do fim do percurso, insistindo na presença do momento. Os novos realismos vêm se prestando a uma intensificação da sensação.

SEX 1 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Nanook, o esquimó (Nanook of the North), de Robert Flaherty. França/EUA, 1922. Com Allakariallak, Alice Nevalinga e Cunayou. 78’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa Livre.

SÁB 2 AGO . 14h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. É tudo verdade (It’s All True: Based on an Unfinished Film by Orson Welles), de Richard Wilson, Bill Krohn e Myron Meisel. França/EUA, 1993. Narração Miguel Ferrer. Com Raimundo “Tatá” Correia Lima, Grande Otelo e Carmen Miranda. 89’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos.

SÁB 2 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Ladrões de bicicletas (Ladri di biciclette), de Vittorio De Sica. Itália, 1948. Com Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola e Lianella Carell. 89’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 10 anos. Sessão em homenagem a Enzo Staiola (1939-2025).

DOM 3 AGO . 14h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Que Viva México! (Да здравствует Мексика!/Da zdravstvuyet Meksika!), de Grigori Alexandrov e Nikita Orlov. URSS, 1979. Narração Sergei Bondarchuk. Com Félix Balderas, Sara García, Martín Hernández e David Liceága. 104’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 3 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. O mundo descolado (The Cool World), de Shirley Clarke. EUA, 1963. Com Rony Clanton, Carl Lee e Yolanda Rodríguez. 105’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEG 4 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. A porta aberta (الباب المفتوح/El-Bab el-Maftuh), de Henry Barakat. Egito, 1963. Com Faten Hamama, Hassan Youssef e Shouweikar. 104’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 12 anos.

QUA 6 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. A grande cidade (মহানগর/Mahanagar), de Satyajit Ray. Índia, 1963. Com Anil Chatterjee, Madhavi Mukherjee e Jaya Bachchan. 136’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 7 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. A batalha de Argel (La battaglia di Algeri), de Gillo Pontecorvo. Itália/Argélia, 1966. Com Brahim Hadjadj, Jean Martin e Yacef Saadi. 121’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 8 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. A margem, de Ozualdo Candeias. Brasil, 1967. Com Mário Benvenutti, Valéria Vidal e Bentinho. 96’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 12 anos.

SÁB 9 AGO . 14h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Vida em família (Family Life), de Kenneth Loach. Reino Unido, 1971. Com Sandy Ratcliff, Bill Dean e Grace Cave. 89’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

SÁB 9 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Barry Lyndon (Barry Lyndon), de Stanley Kubrick. Reino Unido/EUA, 1975. Com Ryan O’Neal, Marisa Berenson e Patrick Magee. 181’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 10 AGO . 14h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Carta camponesa (Kaddu Beykat), de Safi Faye. Senegal, 1975. Com Assane Faye, Maguette Gueye e Safi Faye. 95’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 10 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Crônica dos anos de fogo (Ahdat Sanawovach El-Djamr), de Mohammed Lakhdar-Hamina. Argélia, 1975. Com Yorgo Voyagis, Larbi Zekkal e Cheikh Nourredine. 177’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

SEG 11 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Não matarás (Krótki film o zabijaniu), de Krzysztof Kieslowski. Polônia, 1988. Com Miroslaw Baka, Krzysztof Globisz e Jan Tesarz. 86’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

QUI 14 AGO . 14h
Casulo ao mar. Curso Processos de criação. Com Marcelo Ikeda. Aula 1.

QUI 14 AGO . 16h30
Casulo ao mar. Cartas 2 (Cartas do Ceará 2016 + Cartas Avulsas). Carta do Ceará 2016 #01. 4′. + Carta do Ceará 2016 #02. 5′. + Carta do Ceará 2016 #03. 3′. + Carta do Ceará 2016 #04. 4′. + Carta do Ceará 2016 #05. 8′. Videocartas realizadas por Marcelo Ikeda. Brasil, 2016. + Tuca no parque (Carta para Dellani Lima), Brasil, 2013. 8′. + Fortaleza é um ovo (Carta para Sara Síntique). Brasil, 2014. 3′. + Valpo (ou paisagem como rosto) (Carta para Diego Hoefel). Brasil, 2013. 10′. + Nascer e florescer (Carta para Beth Miranda e Vânia Catani). Brasil, 2011. 3′. Videocartas de Marcelo Ikeda. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos.

SEX 15 AGO . 14h
Casulo ao mar. Curso Processos de criação. Com Marcelo Ikeda. Aula 2.

SEX 15 AGO . 16h15
Casulo ao mar. Curtas 3 / A rotina da criação. Cinediário, de Marcelo Ikeda. Brasil, 2004. Com Felipe Nepomuceno. 22′. + Auto-retrato do artista durante a gestação, de Marcelo Ikeda. Brasil, 2005. Com Marcelo Ikeda. 16′. + Sabi, de Dellani Lima e Marcelo Ikeda. Brasil, 2011. Documentário. Com Alexandre Veras, Danilo Carvalho, Ivo Lopes Araújo, Irmãos Pretti e Thais Campos. 16′. + Natal, de Marcelo Ikeda. Brasil, 2005. Narração Marcelo Ikeda. Com a família Ikeda. 15′. + Tesouro do samba, de Marcelo Ikeda. Brasil, 2004. Documentário. Com Cadu. 20′. Exibição em MP4. Classificação indicativa 12 anos.

SEX 15 AGO . 18h
Casulo ao mar. Longas 4. Entre mim e eles, de Marcelo Ikeda. Brasil, 2013. Filme-ensaio. 80′. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 16 AGO . 14h
Casulo ao mar. Curso Processos de criação. Com Marcelo Ikeda. Aula 3.

SÁB 16 AGO . 16h30
Casulo ao mar. Curtas 4 / Experiências 1. Depois da noite. Brasil, 1999. Silencioso. Com Victor Gil. 19′. + Casulo. Brasil, 2000. Com Marcelo Ikeda. 8′. + Na lata. Brasil, 2000. Experimental. 1′. + Entremeio. Brasil, 2002. Experimental. 12′. + Um filme abstrato – parte I. Brasil, 2005. Experimental. Silencioso. 10′. Todos os curtas dirigidos por Marcelo Ikeda. Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos.

SÁB 16 AGO . 18h
Cine Casulo. Longas 3. Êxodo, de Marcelo Ikeda. Brasil, 2008. 95′. Exibição em MP4. Classificação indicativa livre.

DOM 17 AGO . 16h30
Casulo ao mar. Curtas 5 / Experiências 2. Spencer, ontem, hoje e sempre. Brasil, 2003. Documentário. Com Fernando Spencer. 10′. + Domingo no parque. Brasil, 2008. Documentário experimental. 12′. + Canção de amor. Brasil, 2004. Silencioso. Com Marcelo Ikeda. 11′. + Rio. Brasil, 2001. Documentário experimental. 6′. + a woman. an airport. an escalator. Brasil, 2007. Experimental. 4′. + a bag in the wind. Brasil, 2005. Experimental. 2′. + Um filme abstrato – parte II. Brasil, 2005. Experimental. 8′. Todos os curtas dirigidos por Marcelo Ikeda. Exibição em MP4. Classificação indicativa livre.

DOM 17 AGO . 18h
Casulo ao mar. Longas 2. Desertum, de Marcelo Ikeda. Brasil, 2006. Filme de viagem. 81′. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

SEG 18 AGO . 16h
Casulo ao mar. Cartas 3 / Cartas do Ceará 2015. Carta do Ceará 2015 #01. Brasil, 2015. 50′. + Carta do Ceará 2015 #02. Brasil, 2015. 6′. + Carta do Ceará 2015 #03.Brasil, 2015. 16′.+ Carta do Ceará 2015 #04. Brasil. 2015. 54′. Videocartas. Todos os filmes dirigidos por Marcelo Ikeda. Exibição em MP4. Classificação indicativa livre.

SEG 18 AGO . 18h15
Casulo ao mar. Longas 1. Em casa, de Marcelo Ikeda. Brasil, 2005. Documentário experimental. 78′. Exibição em MP4. Classificação indicativa livre.

QUA 20 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. As três coroas do marinheiro (Les Trois couronnes du matelot), de Raoul Ruiz. França, 1982. Com Jean-Bernard Guillard, Philippe Deplanche e Nadège Clair. 117’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 21 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. O amor silencioso (Yaaba), de Idrissa Ouedraogo. Burkina Faso/Suiça/França/Alemanha Ocidental, 1989. Com Fatimata Sanga, Noufou Ouédraogo e Roukietou Barry. 90’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 12 anos.

SEX 22 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Cabeça de vaca (Cabeza de vaca), de Nicolás Echeverría. México/Espanha/EUA/Reino Unido, 1991. Com Juan Diego, Daniel Giménez Cacho e Roberto Sosa. 112’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos.

SÁB 23 AGO . 14h 
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Sintonia de amor (Sleepless in Seattle), de Nora Ephron. EUA, 1993. Com Tom Hanks, Meg Ryan e Ross Malinger. 105’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa livre.

SÁB 23 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Alma corsária, de Carlos Reichenbach. Brasil, 1993. Com Bertrand Duarte, Jandir Ferrari e Andrea Richa. 112’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 24 AGO . 14h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Os prados brancos ( کشتزارهای سپید/Keshtzarhaye sepid), de Mohammad Rasoulof. Irã, 2009. Com Hassan Pourshirazi, Younes Ghazali e Mohammad Rabbanipour. 112’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 24 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. O atalho (Meek’s Cutoff), de Kelly Reichardt. EUA, 2010. Com Michelle Williams, Bruce Greenwood e Paul Dano. 104’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos.

SEG 25 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. As quatro voltas (Le quattro volte), de Michelangelo Frammartino. Itália/Alemanha/Suíça, 2010. Com Giuseppe Fuda, Bruno Timpano e Nazareno Timpano. 88’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa livre.

QUA 27 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. A separação (جدایی نادر از سیمین/Jodaeiye Nader az Simin), de Asghar Farhadi. Irã, 2011. Com Payman Maadi, Leila Hatami e Sareh Bayat. 123’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 12 anos.

QUI 28 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. O abraço da serpente (El abrazo de la serpiente), de Ciro Guerra. Colômbia/Venezuela/Argentina, 2015. Com Allakariallak, Alice Nevalinga e Cunayou. 78’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa livre.

SÁB 30 AGO . 14h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Retrato de uma jovem em chamas (Portrait de la jeune fille en feu), de Céline Sciamma. França, 2018. Com Noémie Merlant, Adèle Haenel e Luana Bajrami. 122’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

SÁB 30 AGO . 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Chuva e cantoria na aldeia dos mortos, de Renée Nader Messora e João Salaviza. Brasil/Portugal, 2018. Com Henrique Ihjãc Krahô, Raene Kôtô Krahô e Douglas Tiepre Krahô. 114’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 31 AGO . 14h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Fechar os olhos (Cerrar los ojos), de Víctor Erice. Espanha/Argentina, 2023. Com Manolo Solo, Jose Coronado e Ana Torrent. 169’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 31 AGO. 17h
Como fabricar a realidade? Realismos radicais. Atlântico (Atlantique), de Mati Diop. Bélgica/França/Senegal, 2018. Com Mame Bineta Sane, Amadou Mbow e Ibrahima Traoré. 106’. Exibição em MP4. Legendas em português. Classificação indicativa 12 anos.

JULHO 2025

I Fórum de Cinema-Educação 
Em convênio com a Faculdade de Educação da UFRJ, uma parceira de longa data da Cinemateca, ocorre a abertura do I Fórum de Cinema-Educação na sala 2 do CCBB Rio de Janeiro. Os encontros discutirão as metodologias que aproximam cinema e educação no contexto da América Latina, com exibição de filmes e apresentação de trabalhos acadêmicos. Uma parceria entre a SOCINE, a AsAECA, a UFRJ e a Cinemateca do MAM.

Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração  
Zhang Yimou, nascido em 1950, passou parte da infância e adolescência no mundo rural chinês sendo “reeducado” pela Revolução Cultural maoísta. Em certa medida, com presenças e ausências intensas, desse período de formação derivam importantes características de sua obra: o interesse pelo passado recente do país, a persistência de tradições milenares a esta altura caducas, um pensamento conflitante sobre o modelo de modernização chinês, e a atração pelo ocidente, particularmente pelo grande espetáculo cinematográfico. Um grande interesse pela fotografia e pelo cinema rendeu uma folclórica história da venda do próprio sangue para comprar a primeira câmera. Desse interesse derivam também elaboradas composições visuais em cores e em preto e branco, que têm raízes no gravurismo e na paisagem chinesa. O estilo de Zhang tornou o cinema da chamada quinta geração de cineastas chineses conhecido internacionalmente, atraindo a atenção do mundo para o país que emergia de mais um capítulo controverso de sua história. Revisitar parte da filmografia de Zhang, apresentada neste ciclo, é também conhecer um pouco do cinema chinês contemporâneo, redefinido por seu interesse pelo cinema de gênero, seus espetáculos suntuosos e suas atrizes cativantes.

QUA 2 JUL . 14h
I Fórum de Cinema-Educação. Mesa 1. Os óculos do vovô, de Francisco Santos. Brasil, 1913. Fragmento. Com Francisco Santos, Mário Ferreira dos Santos e Graziela Diniz. 4’34”. Exibição em mp4. Sessão seguida de apresentação e comentários pelo Grupo CINEAD/LECAV UFRJ. + Mesa 2. Nabusimake: memórias de uma independência (Nabusimake: Memorias de una Independencia), de Amado Villafaña. Colômbia, 2010. Documentário. 34’. Legendas em português. Em mp4. Sessão seguida de apresentação e comentários pelo Grupo de Pesquisas Move La America, com Fenyt Inés Barrero Páez e Emiliano Cabana Bezpalov. Classificação indicativa 10 anos.

SEG 14 JUL . 17h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. Sorgo vermelho (红高粱/Hong gao liang), de Zhang Yimou. China, 1987. Com Gong Li, Jiang Wen e Teng Rujun. 91’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUA 16 JUL . 17h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. Amor e sedução (菊豆/Ju Dou), de Zhang Yimou e Yang Fengliang. China, 1990. Com Gong Li, Wei Li e Baiotina Li. 95’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 20 JUL . 14h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. Tempo de viver, de Zhang Yimou. China, 1994. Com Ge You, Gong Li e Niu Ben. 133’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 20 JUL . 17h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. Lanternas vermelhas (大红灯笼高高挂/Da hong denglong gaogao gua), de Zhang Yimou. Hong Kong/China, 1991. Com Gong Li, Jingwu Ma e Saifei He. 125’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEG 21 JUL . 17h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. O caminho para casa (我的父親母親/Wo de fu qin mu qin), de Zhang Yimou. China, 1990. Com Zhang Ziyi, Sun Honglei e Zheng Hao. 89’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 10 anos.

QUA 23 JUL . 17h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. Herói (英雄/Ying xiong), de Zhang Yimou. Hong Kong/China, 2002. Com Jet Li, Tony Leung Chiu-wai e Maggie Cheung. 107’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 24 JUL . 17h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. Clã das adagas voadoras (十面埋伏/Shi mian mai fu), de Zhang Yimou. Hong Kong/China, 2004. Com Takeshi Kaneshiro, Andy Lau e Zhang Ziyi. 119’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 26 JUL . 14h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. A árvore do amor (山楂树之恋/Shan zha shu zhi lian), de Zhang Yimou. China, 2010. Com Li Xuejian, Cheng Taishen e Zhou Dongyu. 114’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 10 anos.

SÁB 26 JUL . 17h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. A sombra do reino (影/Ying), de Zhang Yimou. China/Hong Kong, 2018. Com Deng Shao, Sun Li e Zheng Ryan. 116’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

DOM 27 JUL . 14h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. Um segundo (秒钟/Yi miao zhong), de Zhang Yimou. China/Hong Kong, 2020. Com Zhang Yi, Li Haocun e Fan Wei. 104’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 27 JUL . 17h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. Luta pela liberdade (悬崖之上/Xuan ya zhi shang), de Zhang Yimou. China/Hong Kong, 2021. Com Yu Hewei, Zhang Yi e Qin Hailu. 120’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEG 28 JUL . 17h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. Snipers (狙击手/Ju ji shou), de Zhang Yimou e Zhang Mo. China/Hong Kong, 2022. Com Chen Yongsheng, Zhang Yu e Jonathan Kos-Read. 96’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUA 30 JUL . 17h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. Encontro (满江红/Manjianghong), de Zhang Yimou. China, 2023. Com Teng Chen, Jackson Yee e Zhang Yi. 159’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 31 JUL . 17h
Zhang Yimou, um cineasta da quinta geração. Artigo 20 (第二十条/Di er shi tiao), de Zhang Yimou. China, 2024. Com Jianyin Lei, Li Mai e Liying Zhao. 141’. Em mp4. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

JUNHO 2025

Exposição Objetos-sonho: a poética de Isabella Raposo
A tecnologia cinematográfica foi aprimorada ao longo de sete séculos, tendo como ponto de partida dispositivos como a câmara escura e a lanterna mágica. As inúmeras experiências conduzidas ao longo do século 19 abriram caminho para diferentes possibilidades até a consolidação de um modelo hegemônico, a partir do Cinematógrafo Lumière. Em menos de duas décadas, esse modelo se formalizou como linguagem, técnica e espaço de exibição, estabelecendo uma relação com o espectador que perdura há mais de um século – ainda que sem alterar substancialmente a noção de imagem em movimento.

Mas essa seria, de fato, uma forma definitiva? A única ideia possível de cinema? Ou haveria outras alternativas propostas, sugeridas ou esboçadas ao longo da história? O chamado “período do pré-cinema” preserva a memória de diversas tentativas de animar imagens por meios distintos. Muitas dessas invenções e pesquisas acabaram ofuscadas pelo modelo dominante, que, no entanto, não esgotou as potencialidades de construção de máquinas voltadas à experiência visual e sonora em movimento.

A artista visual e cineasta carioca Isabella Raposo parte justamente da retomada das tecnologias mecânico-analógicas características dessa fase inicial de experimentação para criar aparatos, relações e resultados que ampliam as possibilidades de estímulo audiovisual. Em sua série Objetos-sonho, a imagem – visual e sonora – se reinventa por meio de combinações técnicas, performáticas e estéticas que abrem outras perspectivas para o cinema.

A apresentação dos quatro primeiros trabalhos da série, no corredor de acesso à Sala de Cinema II do CCBB Rio de Janeiro, convida o público a explorar formas alternativas de interação com os elementos constituintes da linguagem cinematográfica. Enquanto esculturas, essas obras carregam vestígios do passado técnico do cinema – como a película, o tripé, a bitola e a lente objetiva – que ganham novas configurações na obra da artista.

Com base em uma vivência direta nos bastidores da projeção cinematográfica, no complexo de salas mantido por seu pai na cidade de Conservatória, e inspirada por referências que vão da performer Loie Fuller ao ator, dançarino e diretor Gene Kelly, Isabella Raposo mergulha em uma outra história do cinema. Uma história feita de impasses, invenções, variações e recombinações, que ela traz à tona por meio de seus aparatos.

A mostra de filmes que acompanha a exposição busca apresentar algumas dessas referências, tanto pela abordagem das trajetórias tecnológicas do audiovisual quanto pelo diálogo com o percurso artístico de diferentes criadores com os quais a obra de Isabella Raposo estabelece conexões.

A última Nouvelle Vague: o cinema romeno dos anos 2000
A cinematografia romena sempre se apresentou de forma discreta em termos históricos e artísticos, passando muitas vezes despercebida. Por vezes, esteve ausente, como no final do século 20, quando por anos não houve lançamento de nenhum longa-metragem ficcional no mercado local ou internacional. A estagnação e o vazio foram interrompidos por uma nova geração de cineastas, em sua maioria formada na UNTAC, escola de cinema iniciada em 1996. 

Os filmes, lançados a partir de 2003, obtiveram sucesso imediato no circuito de festivais e causaram furor por seu realismo cru, ganhando a alcunha de Nouvelle Vague romena. Com apoio estatal, a nova geração explora o suporte digital, baixos orçamentos, minúcias do cotidiano e o impacto da imersão no novo processo capitalista. Em um primeiro momento, faz o exame dos absurdos do período comunista para, em seguida, questionar ganhos e perdas com os novos tempos. Exibindo personagens descrentes, desiludidos, deprimidos e divagativos, a maior parte dos filmes procura evitar o surrealismo, o humor ácido e a nostalgia fácil. Investe na errância, nos planos longos e em uma solidariedade cada vez mais distante.

A mostra apresentada no CCBB Rio de Janeiro reúne diretores fundamentais da geração, como Cristi Puiu, Cristian Mungiu e Corneliu Porumboiu, e realizadores mais antigos ou experimentais, procurando recriar um contexto mais amplo para a recepção da cinematografia romena contemporânea. De forma estrita, a Nouvelle Vague romena – designação recusada pela maior parte dos cineastas – começa com a exibição de Ingredientes e massa, de Cristi Puiu, e se encerra cerca de uma década mais tarde. 

Sem uma história cinematográfica forte, toma o neo-realismo italiano como modelo a não ser seguido. E a obra de John Cassavetes, que propõe novos tipos de realismo a cada filme, como referência. Talvez o refinamento da proposta cassavetiana seja seu traço mais distintivo, propondo uma manifestação tardia de recusa do status-quo característica dos cinemas novos europeus, particularmente os do antigo Leste Europeu. O caso romeno, entretanto, tem uma nova roupagem, porque tal recusa não se estende apenas ao presente, mas também ao passado e ao futuro.

Variações
Alguns filmes têm impacto imediato em seu lançamento. Outros demoram para serem reconhecidos. Os sete samurais, obra-prima de Akira Kurosawa, reúne as duas condições. Apesar de ser um dos filmes mais recriados e referenciados no mundo, teve pouco reconhecimento no Japão, onde gerou apenas uma refilmagem indireta e uma série de anime. As variações de um filme, entretanto, constituem atualmente não apenas um processo de refilmagem dramática estrita ou livre, mas uma investigação de suas potencialidades artísticas, engendrando experimentações de gênero, de estilo, simbólicas e de modelos de produção. Partindo da exibição da versão original de Os sete samurais, a mostra reúne recriações do clássico.

Sr. Comédia
Jacques Tati é considerado um dos maiores cineastas de comédia da história do cinema. Os seis longa-metragens que realizou ao longo de 25 anos resumem uma abordagem irônica frente ao devir urbano, tecnológico e de crescente isolamento social, característicos da modernidade ocidental no pós-Segunda Guerra Mundial. De extrema inventividade em suas gags visuais e sonoras, Tati encarna também um inusitado e impagável alterego na figura do excêntrico e monossilábico Senhor Hulot, personagem à altura do vagabundo chapliniano no terreno da comédia. Reunida em uma pequena maratona, a filmografia longa de Tati joga luz na sua visão romântica e algo nostálgica, reconsideração das traquitanas que nos cercam em uma mais que saturada ultramodernidade.

Do musical à música
No início, o gênero musical procurava justificar as liberdades, surrealismos e paradoxos que sempre o caracterizaram por uma adesão ao realismo como moldura dramática e estilística. Com o tempo, essa premissa desapareceu, dando lugar aos tropos característicos do gênero, como o cantar e dançar livre e injustificado dentro da narrativa, as cores berrantes e a cenografia extravagante. Suscitou ainda tradições nacionais como a do musical bollywoodiano e a das comédias musicais latinoamericanas. Como outros gêneros clássicos da grande indústria, o musical passou recentemente por intensa reformatação, inclusive por uma reaproximação de estilos mais realistas, por vezes com a presença dos modelos antigos, homenageando-os ou aderindo aos seus traços. Um dos elementos dos novos tempos é a consideração das raízes sociais dos diferentes gêneros musicais. A música passa a ser um dado mais documental e não mero pretexto para a expressão maneirista do mundo. A pequena lista de musicais reunidos na mostra Do musical à música procura evidenciar essa transformação e alargar as referências do gênero para países sem muita circulação pelos cinemas brasileiros, vendo nos filmes de rock’n’roll talvez o primeiro momento dessa reformulação.

O cinema da solitude
Iniciada no mês de maio, a mostra prossegue com os últimos títulos que investigam, documentam e são perpassados por essa postura diante da vida, a solitude.

DOM 1 JUN . 11h (Cinema 2)
O cinema da solitude. Mary e Max – Uma amizade diferente (Mary and Max), de Adam Elliot. Austrália, 2009. Animação. Com as vozes de Toni Collette, Philip Seymour Hoffman e Eric Bana. 92’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

DOM 1 JUN . 14h (Cinema 2)
O cinema da solitude. Fica comigo (Be with Me), de Eric Khoo. Singapura, 2005. Com Theresa Poh Lin Chan, Chiew Sung Ching e Lawrence Yong. 93’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 1 JUN . 16h (Cinema 2)
O cinema da solitude. O baile (Le Bal), de Ettore Scola. França/Itália/Argélia, 1983. Com Geneviève Rey-Penchenat, Nani Noël e Raymonde Heudeline. 112’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 10 anos.

DOM 1 JUN . 18h (Cinema 2)
O cinema da solitude. A ilha nua (裸の島/Hadaka no shima), de Kaneto Shindō. Japão, 1960. Com Nobuko Otowa, Taiji Tonoyama, Shinji Tanaka e Masanori Horimoto. 96’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 10 anos.

SEG 2 JUN . 18h (Cinema 2)
O cinema da solitude. Deixa ela entrar (Låt den rätte komma in), de Tomas Alfredson. Suécia/Noruega/França, 2008. Com Kåre Hedebrant, Lina Leandersson e Per Ragnar. 114’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

QUA 4 JUN . 18h (Cinema 2)
O cinema da solitude. Z: a cidade perdida (The Lost City of Z), de James Gray. EUA, 2016. Com Charlie Hunnam, Robert Pattinson e Sienna Miller. 141’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

QUI 5 JUN . 18h (Cinema 2)
O cinema da solitude. A coroação (Coronación), de Silvio Caiozzi. Chile, 2000. Com María Cánepa, Julio Jung e Myriam Palacios. 140’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 18 anos.

SEX 6 JUN . 18h (Cinema 2)
O cinema da solitude. O homem elefante (The Elephant Man), de David Lynch. EUA/Reino Unido, 1980. Com Anthony Hopkins, John Hurt e Anne Bancroft. 124’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 10 anos.

SÁB 7 JUN . 11h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. Alice (Neco z Alenky), de Jan Švankmajer. Tchecoslováquia/Suíça/Reino Unido/Alemanha Ocidental, 1988. Vozes e interpretação de Kristýna Kohoutová. Animação. 82’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

SÁB 7 JUN . 14h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. Edison, o Mago da Luz (Edison, the Man), de Clarence Brown. EUA, 1940. Com Spencer Tracy, Rita Johnson e Lynne Overman. 107’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

SÁB 7 JUN . 16h (Cinema 2)
Objetos-sonho. Eadweard Muybridge, Zoopraxógrafo (Edweard Muybridge, Zoopraxographer), de Thom Andersen, Fay Andersen e Morgan Fisher. EUA, 1975. Documentário. Narração: Dean Stockwell. 59’. + Pas-de-deux, de Norman McLaren. Canadá, 1967. Experimental. Com Margaret Mercier e Vincent Warren. 13’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 10 anos.

SAB 7 JUN . 18h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. Obcecada com a luz (Obsessed with light), de Sabine Krayenbühl e Zeva Oelbaum. EUA, 2023. Documentário. Com Cherry Jones, Erin Anderson e Claire Dodin. 90’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

DOM 8 JUN . 11h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. Astro Boy, de David Bowers. Hong Kong/EUA/Japão/Reino Unido, 2009. Animação. Vozes de Freddie Highmore, Nicolas Cage, Charlize Theron e Kristen Bell. 94’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

DOM 8 JUN . 14h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. As origens da cinematografia científica (The Origins of Scientific Cinematography), de Virgilio Tosi. Alemanha, 1990-93. Série documental. 100’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

DOM 8 JUN . 16h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. Lumière! A aventura começa (Lumière! L’Aventure commence), de Thierry Frémaux. Documentário de compilação. Narração: Thierry Frémaux. 90’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

DOM 8 JUN . 18h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. A dançarina (La Danseuse), de Stéphanie di Giusto. França/Bélgica/República Checa. 2016. Com Soko, Gaspard Ulliel e Mélanie Thierry. 108’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

SEG 9 JUN . 18h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. A invenção de Hugo Cabret (Hugo), de Martin Scorsese. EUA, 1952. Versão 2D. Com Asa Butterfield, Chloë Grace Moretz, Ben Kingsley e Christopher Lee. 126’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

QUA 11 JUN . 18h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. O cinema antes do cinema (Was geschah wirklich zwischen den Bildern?), de Werner Nekes. Alemanha, 1986. Documentário. Narração: Werner Nekes. 83’. + A dança serpentina de Annabelle (Annabelle Serpentine Dance), de William K. L. Dickson e William Heise. EUA, 1895. Com Annabelle Moore. 1’. + A dançarina serpentina (Die Serpentintänzerin), de Emil e Max Skladanowsky. Alemanha, 1895. Com Mademoiselle Ancion. 40”. + Dança Serpentina por Annabelle (Serpentine Dance by Annabelle), de William K. L. Dickson. EUA, 1896. Com Annabelle Moore. 45”. + Dança serpentina (Danse serpentine), de Georges Méliès. França, 1896. Fragmento. Com intérprete desconhecida. 11”. + Dança serpertina em cores naturais (Serpentine Dance in Natural Colors), de William Heise. EUA, 1897. Fragmento. Com Crissie Sheridan. 43”. + Dança serpentina pela sra. Bob Walter (Danse serpetine par Mme. Bob Walter), de Alice Guy-Blaché. França, 1897. Com Madame Ondine?. 2’. + Dança serpentina cromolitográfica (Danza serpetina cromolitografica), anônimo. Itália, 1897?. Fragmento. Animação. 15”. + Dança Flor de Lótus (Danse fleur de lotus), de Alice Guy-Blaché. França, 1897. Com interprete desconhecida. 1’. + Dança da borboleta (Danse du papillon) de Alice Guy-Blaché. França. 1897. Com intérprete desconhecida. 40”. + Dança serpentina (Danse serpentine), de Louis Lumière. França, 1897. Com Papinta. 1’. + A dança do fogo (La danse du feu, a.k.a. La colonne de feu), de Georges Méliès. França, 1899. Com Loïe Fuller?. 1’. + Dança serpentina (Danse serpentine), de diretor desconhecido. França, 1900. Com Paola Werther. 1’. + Lina Esbrard, dança excêntrica (Lina Esbrard, danse excentrique), de Alice Guy-Blaché. França, 1902. Fragmento. Com Lina Esbrard. 2’. Loie-Fuller, de Segundo de Chomón. França, 1902. Com Loie Fuller. 1’40”. + Borboletas japonesas (Les papillons japonais), de Segundo de Chomón. França, 1908. Elenco anônimo. 4’. + Criação da Serpentina (Création de la serpentine), de Segundo de Chomón. França, 1908. Versão restaurada. Fragmento. Com Max Linder e Loïe Fuller. 1’40”. Vestimenta (Dress), de Paul Dugdale. EUA, 2018. Canção do documentário para televisão “Taylor Swift: The Reputation Stadium Tour”. 4’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

QUI 12 JUN . 18h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. Mídia mágica I – A arte de ver através (Media magica: Durchsehekunst), de Werner Nekes. Alemanha, 1995. Documentário para televisão. Narração: Werner Nekes. 56’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

SÁB 14 JUN . 11h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. Em algum lugar de Palilula (Undeva la Palilula), de Silviu Purcărete. Romênia, 2012. Com Áron Dimény, George Mihăiță, Constantin Chiriac e Anne Marie Chertic. 145’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

SÁB 14 JUN . 14h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. 30 anos e 15 minutos (30 de ani si 15 minute), de Stefan Mandachi. Romênia, 2020. Animação/Documentário. Com Stefan Mandachi, Cezar Ionascu e Liviu Dragnea. 95’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 14 JUN . 16h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. 4 meses, 3 semanas, 2 dias (4 luni, 3 săptămâni și 2 zile), de Christian Mungiu. Romênia/Países Baixos, 2007. Com Anamaria Marinca, Laura Vasiliu e Vlad Ivanov. 113’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

SAB 14 JUN . 18h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. Mídia mágica III – Espetáculos de milhares de imagens (Media magica: Vieltausendschau), de Werner Nekes. Alemanha, 1995. Documentário para televisão. Narração: Werner Nekes. 53’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

DOM 15 JUN . 11h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. Contos da era dourada (Amintiri din epoca de aur), de Hanno Höfer. Cristian Mungiu, Constantin Popescu, Ioana Uricaru e Răzvan Mărculescu. Romênia/França, 2009. Com Diana Cavallioti, Radu Iacoban e Vlad Ivanov. 155’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 15 JUN . 14h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. Ryna, de Ruxandra Zenide. Suíça/Romênia, 2005. Com Dorotheea Petre, Valentin Popescu e Matthieu Rozé. 94’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

DOM 15 JUN . 16h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. Bucareste 24 horas (Bucaresti NonStop), de Dan Chisu. Romênia, 2015. Com Gheorghe Ifrim, Ion Besoiu e Dorina Lazar. 86’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 15 JUN . 18h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. Mídia mágica IV – Espaço para fotos (Media magica: Bildraum), de Werner Nekes. Alemanha, 1995. Documentário para televisão. Narração: Werner Nekes. 56’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

SEG 16 JUN . 18h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. Mídia mágica V – O tambor maravilhoso (Media magica: Wundertrommel), de Werner Nekes. Alemanha, 1995. Documentário para televisão. Narração: Werner Nekes. 56’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

QUA 18 JUN . 18h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. A morte do Sr. Lazarescu (Moartea domnului Lazarescu). de Cristi Puiu. Romênia, 2005. Com Doru Ana, Monica Barladeanu e Alina Berzunteanu. 153’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

QUI 19 JUN . 18h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. Casamento silencioso (Nunta Muta), de Horatio Maleale. Romênia/Luxemburgo/França, 2008. Com Meda Andreea Victor, Alexandru Potocean e Valentin Teodosiu. 87’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 20 JUN . 18h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. Filantrópica (Filantropica), de Nae Caranfil. Romênia/França, 2002. Com Mircea Diaconu, Gheorghe Dinica e Mara Nicolescu. 110’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 21 JUN . 11h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. Ingredientes e massa (Marfa si banii), de Cristi Puiu. Romênia, 2001. Com Alexandru Papadopol, Dragos Bucur e Ioana Flora. 90’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 21 JUN . 14h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. Capitalismo – Nossa fórmula melhorada (Kapitalism – Reţeta noastră secretă), de Alexandru Solomon. Romênia/França/Bélgica, 2010. Com George Becali, George Copos e Dan Diaconescu. 80’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 21 JUN . 16h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. Autobiografia de Nicolai Ceausescu (Autobiografia lui Nicolae Ceausescu), de Andrei Ujică. Romênia/Alemanha, 2010. Documentário. 180’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 22 JUN . 11h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. Tango-Asfalto (Asfalt Tango), de Nae Caranfil. França/Romênia, 1996. Com Charlotte Rampling, Mircea Diaconu e Florin Calinescu. 100’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 10 anos.

DOM 22 JUN . 14h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. A leste de Bucareste (A fost sau n-a fost?), de Corneliu Porumboiu. Romênia, 2006. Com Mircea Andreescu, Teodor Corban e Ion Sapdaru. 89’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 22 JUN . 16h (Cinema 2)
A última Nouvelle Vague. Além das Montanhas (După dealuri), de Cristian Mungiu. Romênia, 2012. Com Cosmina Stratan, Cristina Flutur e Valeriu Andriuta. 152’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

SEG 23 JUN . 18h (Cinema 2)
Objetos-Sonho. Cantando na chuva (Singin’ in the rain), de Stanley Donen e Gene Kelly. EUA, 1952. Com Gene Kelly, Debbie Reynolds e Donald O’Connor. 103’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

QUA 25 JUN . 14h (Cinema 1)
Do musical à música. Amor, sublime amor (West side story), de Steven Spielberg. EUA/Canadá/Reino Unido, 2021. Com Ansel Elgort, Rachel Zegler e Ariana DeBose. 156’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

QUA 25 JUN . 17h (Cinema 1)
Do musical à música. Loucos pela fama (The Commitments), de Alan Parker. Irlanda/Reino Unido/EUA, 1991. Com Robert Arkins, Michael Aherne e Angeline Ball. 118’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

QUA 25 JUN . 17h (Cinema 2)
Variações. China Gate, de Rajkumar Santoshi. Índia, 1998. Com Om Puri, Amrish Puri e Naseeruddin Shah. 175’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 26 JUN . 14h (Cinema 1)
Do musical à música. Carmen na África ( U-Carmen eKhayelitsha), de Mark Dornford-May. África do Sul, 2005. Com Pauline Malefane, Andile Tshoni e Lungelwa Blou. 122’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

QUI 26 JUN . 17h (Cinema 1)
Do musical à música. Cyrano, de Joe Wright. EUA, 2021. Com Peter Dinklage, Haley Bennett e Kevin Harrison Jr. 123’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 26 JUN . 18h (Cinema 2)
Variações. Mercenários das galáxias (Battle Beyond the Stars), de Jimmy T. Murakami e Roger Corman. EUA, 1980. Com George Peppard, Robert Vaughn e Richard Thomas. 104’. Em mp4. Classificação indicativa 10 anos.

SEX 27 JUN . 14h (Cinema 1)
Do musical à música. Talvez seja amor (如果·愛/Ru guo · Ai), de Peter Ho-Sun Chan. China/Malásia/Hong Kong, 2005. Com Takeshi Kaneshiro, Xun Zhou e Jacky Cheung. 108’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 27 JUN . 16h (Cinema 1)
Do musical à música. Gargantas do rock (Urlatori alla sbarra), de Lucio Fulci. Itália, 1960. Com Joe Sentieri, Elke Sommer, Mina e Chet Baker. 83’. Em mp4. Classificação indicativa livre.

SEX 27 JUN . 17h (Cinema 2)
Variações. Os sete samurais (Shichinin no samurai), de Akira Kurosawa. Japão, 1954. Com Takashi Shimura, Keiko Tsushima e Toshirô Mifune. 227’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

SEX 27 JUN . 18h (Cinema 1)
Do musical à música. Danzón, de María Novaro. México, 1991. Com María Rojo, Carmen Salinas e Tito Vasconcelos. 120’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 28 JUN . 11h (Cinema 2)
Sr. Comédia. Parada (Parade), de Jacques Tati. França. 1974. Com Jacques Tati, Karl Kossmayer e Pierre Bramma. 89’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

SÁB 28 JUN . 11h (Cinema 1)
Do musical à música. O estranho mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas), de Henry Selick. EUA, 1993. Vozes de Danny Elfman, Chris Sarandon e Catherine O’Hara. 76’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

SÁB 28 JUN . 14h (Cinema 1)
Do musical à música. Garota Mambo (Mam Bo nu lang), de Wen Yi. Hong Kong, 1957. Com Grace Chang, Peter Chen Hou e Chien-Fei Chang. 91’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

SÁB 28 JUN . 14h (Cinema 2)
Sr. Comédia. Carrossel da esperança (Jour de fête), de Jacques Tati. França, 1949. Com Jacques Tati, Paul Frankeur e Guy Decomble. 79’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

SÁB 28 JUN . 16h (Cinema 1)
Do musical à música. Devdas, de Sanjay Leela Bhansali. Índia, 2002. Com Shah Rukh Khan, Aishwarya Rai Bachchan e Madhuri Dixit. 185’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 28 JUN . 16h (Cinema 2)
Sr. Comédia. As férias do Sr. Hulot (Les Vacances de Monsieur Hulot), de Jacques Tati. França, 1953. Com Jacques Tati, Nathalie Pascaud e Valentine Camax. 86’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

SÁB 28 JUN . 18h (Cinema 2)
Sr. Comédia. Meu tio (Mon oncle), de Jacques Tati. França/Itália, 1958. Com Jacques Tati, Jean-Pierre Zoloa e Adrienne Servantie. 117’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

DOM 29 JUN . 11h (Cinema 1)
Do musical à música. Em um bairro de Nova York (In the Heights), de Jon M. Chu. EUA, 2021. Com Anthony Ramos, Corey Hawkins e Leslie Grace. 143’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 29 JUN . 11h (Cinema 2)
Sr. Comédia. O mágico (L’Illusioniste), de Sylvain Chomet. França/Reino Unido/Coréia do Sul, 2010. Animação. Vozes de Jean-Claude Donda, Eilidh Rankin e Duncan MacNeil. 80’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

DOM 29 JUN . 14h (Cinema 1)
Do musical à música. Rainha do Dancehall (Dancehall Queen), de Rick Elgood e Don Letts. Jamaica, 1997. Com Audrey Reid, Carl Davis e Paul Campbell. 98’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 29 JUN . 14h (Cinema 2)
Sr. Comédia. As aventuras de M. Hulot no tráfego louco (Trafic), de Jacques Tati. França/Itália, 1971. Com Jacques Tati, Marcel Fraval e Honoré Bostel. 96’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

DOM 29 JUN . 16h (Cinema 1)
Do musical à música. Mesmo se nada der certo (Begin Again), de John Carney. EUA, 2012. Com Keira Knightley, Mark Ruffalo e Adam Levine. 104’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 29 JUN . 16h (Cinema 2)
Sr. Comédia. Tempo de diversão (Playtime), de Jacques Tati. França/Itália, 1967. Com Jacques Tati, Barbara Dennek e Rita Maiden. 155’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

DOM 29 JUN . 18h (Cinema 1)
Do musical à música. Moulin Rouge: amor em vermelho (Moulin Rouge!), de Baz Luhrmann. Austrália/EUA, 2001. Com Nicole Kidman, Ewan McGregor e John Leguizamo. 127’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

SEG 30 JUN . 17h (Cinema 1)
Variações. Sete homens e um destino (The Magnificent Seven), de Antoine Fuqua. EUA, 2016. Com Denzel Washington, Chris Pratt e Haley Bennett. 132’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

SEG 30 JUN . 18h (Cinema 2)
Do musical à música. Assim dançou o comunismo (East Side Story), de Dana Ranga. França/Alemanha, 1997. Documentário. 75’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 10 anos.

MAIO 2025

O cinema da solitude
Existe uma diferença entre solidão e solitude que a língua portuguesa não expressa bem. Durante muito tempo, a solitude foi confundida com solidão e depreciada como condição ou comportamento negativo. Recentemente, entretanto, começou a ser vista como uma escolha e um processo de vida. Enquanto (re)valorização do contato direto com o mundo e consigo mesmo, em dimensões que vão do espiritual ao trabalho cotidiano artesanal, a solitude se apresenta como um estado de isolamento relativo, que valoriza a experiência individual sem rejeitar completamente a vida comunal, e que permite uma nova vivência do tempo. 

Com origem etimológica no latim solus (estar só), a solitude levou séculos para começar a se desvencilhar dos sentidos compartilhados com a palavra solidão. E uma possível matriz simbólica é a história de Robinson Crusoé, náufrago na Ilha do Desespero. Isolamentos e aprisionamentos foram vistos no Ocidente, por um lado, como formas de punição e, por outro, de redenção. São associados ainda à impessoalidade dos grandes centros urbanos e industriais, causadores de ansiedade, angústia e depressão. 

As obras O homem da multidão (1840), de Edgar Allan Poe, a novela Bartleby, o escrivão (1853), de Herman Melville, o poema “A terra desolada” (1922), de T. S. Eliot, e a pintura Aves noturnas (1942), de Edward Hopper, capturam esse estado de espírito moderno. Dado o alcance do fenômeno, para a filósofa Hannah Arendt, o isolamento social esteve na raiz dos fascismos e totalitarismos europeus e asiáticos do século XX. 

A experiência da solitude tem recebido, no século 21, maior atenção e reconhecimento positivos em relação às suas particularidades, lugares e práticas, inclusive no cinema. Nos últimos dois anos foram lançados filmes como Solitude, de Ninna Pálmadottir; Notas sobre solitude, de Carolina Marcos Caldeira; Tardes de soledad, de Albert Serra; Paraíso da solitude (孤独な楽園), de Ikki Katashima; e o já famoso Dias perfeitos (原題 / Komorebi), de Wim Wenders.  Entre outras, estas obras se voltam para a cartografia da solitude, explorando um conjunto de situações, sentimentos e vivências que se transmutam em múltiplas dimensões: regiões desertas, remotas, insulares; prisões, clausuras, naufrágios; limiares, fronteiras, exílios; vazios, descrenças, depressões, rompimentos e perdas – muitas vezes apresentando-se como um desafio pessoal à decisão de viver só. 

A mostra, centrada em personagens voluntariamente solitários ou socialmente isolados, acompanha as instabilidades, alegrias e descobertas em torno do estar afastado de outras pessoas, seja no meio à multidão das grandes cidades, seja cercado por dispositivos móveis digitais. O dispositivo da sala de cinema, mistura de espaço coletivo e experiência individual em meio à escuridão, foi muitas vezes evocado como uma dialética da existência humana e de um isolamento radical. Ainda assim, é também um lugar de encontro e partilha do tempo vivido. Com curiosidade e observação, a mostra busca destacar outras dimensões da solitude e abrir espaço para novas reflexões. 

QUI 1 MAI . 18h
A travessia (The Walk), de Robert Zemeckis. EUA, 2015. Com Joseph Gordon-Levitt, Charlotte Le Bon e Ben Kingsley.123’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

SEX 2 MAI . 18h
Os renegados (Sans toit ni loi), de Agnès Varda. França/Reino Unido, 1985. Com Sandrine Bonnaire, Macha Méril e Stéphane Freiss. 105’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

SÁB 3 MAI . 11h
A tartaruga vermelha (La Tortue rouge), de Michael Dudok de Wit. França/Bélgica/Japão/EUA, 2016. Animação. Com as vozes de Emmanuel Garijo, Tom Hudson e Baptiste Goy. 80’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

SÁB 3 MAI . 14h
Umberto D., de Vittorio De Sica. Itália, 1952. Com Carlo Battisti, Maria Pia Casilio e Lina Gennari. 89’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

SÁB 3 MAI . 16h
A prova do leão (The Naked Prey), de Cornel Wilde. África do Sul/EUA, 1965. Com Cornel Wilde, Gert van den Bergh e Ken Gampu. 96’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

SÁB 3 MAI . 18h
Ondas do destino (Breaking the Waves), de Lars von Trier. Dinamarca/Suécia/França/Países Baixos/Noruega/Islândia/Reino Unido/Finlândia/Itália/Bélgica/Alemanha/Suíça/EUA, 1996. Com Emily Watson, Stellan Skarsgård e Katrin Cartlidge. 153’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

DOM 4 MAI . 11h
O incrível Sr. Limpet (The Incredible Mr. Limpet), de Arthur Lubin, Gerry Chiniquy e Robert McKimson. EUA, 1964. Com Don Knotts, Carole Cook e Jack Weston. 99’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

DOM 4 MAI . 14h
Carta de uma desconhecida (Letter from an Unknown Woman), de Max Ophüls. EUA, 1948. Com Joan Fontaine, Louis Jordan e Mady Christians. 87’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

DOM 4 MAI . 16h
A árvore dos frutos selvagens (Ahlat agaci), de Nuri Bilge Ceylan. Turquia/Macedônia do Norte/França/Alemanha/Bósnia e Herzegovina/Bulgária/Suécia/Catar, 2018. Com Dogu Demirkol, Murat Cemcir e Bennu Yildirimlar. 188’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

SEG 5 MAI . 18h
Encontros no fim do mundo (Encounters at the End of the World), de Werner Herzog. EUA, 2007. Com Werner Herzog, Scott Rowland e Stefan Pashov. 99’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

QUA 7 MAI . 18h
Náufrago da lua (김씨 표류기/Kimssi pyoryugi), de Lee Hae-jun. Coréia do Sul, 2009. Com Jeong Jae-yeong, Jung Ryeo-won e Young-Seo Park. 116’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

QUI 8 MAI . 18h
Asas do desejo (Der Himmel über Berlin), de Wim Wenders. Alemanha Ocidental/França, 1987. Com Bruno Ganz, Solveig Dommartin e Otto Sander. 128’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

SEX 9 MAI . 18h
Balada de um homem comum (Inside Llewyn Davis), de Joel e Ethan Coen. EUA/Reino Unido/França, 2013. Com Oscar Isaac, Carey Mulligan e John Goodman. 104’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

SÁB 10 MAI . 11h
Clube dos cinco (The Breakfast Club), de John Hughes. EUA, 1985. Com Emilio Estevez, Judd Nelson, Molly Ringwald, Ally Sheedy e Anthony Michael Hall. 97’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 10 MAI . 14h
Gerry, de Gus Van Sant. EUA, 2002. Com Casey Affleck e Matt Damon. 103’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

SÁB 10 MAI ., 16h
Pequena floresta: verão/outono (リトル・フォレスト 夏・秋/Ritoru foresuto: Natsu/Aki), de Jun’ichi Mori. Japão, 2014. Com Ai Hashimoto, Mayu Matsuoka e Yôichi Nukumizu. 111’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

SÁB 10 MAI . 18h
O homem das multidões, de Cao Guimarães e Marcelo Gomes. Brasil, 2013. Com Paulo André, Sílvia Lourenço e Jean-Claude Bernardet. 95’. Exibição em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 11 MAI . 11h
Cai fora (Let’s Get Lost), de Bruce Weber. EUA, 1988. Documentário. Com Chet Baker, Carol Baker e Vera Baker. 120’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

DOM 11 MAI . 14h
Glória (Gloria), de Sebastián Lelio. Chile, 2013. Com Paulina García, Sergio Hernández e Diego Fontecilla. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

DOM 11 MAI . 16h
Pequena floresta: inverno/primavera (リトル・フォレスト 冬編・春編/Ritoru foresuto: Fuyu/Haru), de Jun’ichi Mori. Japão, 2015. Com Ai Hashimoto, Mayu Matsuoka e Yôichi Nukumizu. 120’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

DOM 11 MAI . 18h
Uma cruz à beira do abismo (The Nun’s Story), de Fred Zinnemann. EUA, 1959. Com Audrey Hepburn, Peter Firth e Edith Evans. 149’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

SEG 12 MAI . 18h
Spencer, de Pablo Larraín. Reino Unido/Alemanha/EUA/Chile, 2021. Com Kristen Stewart, Timothy Spall e Sally Hawkins. 117’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

QUA 14 MAI . 18h
A balada de Narayama (楢山節考/Narayama Bushikō), de Shohei Imamura. Japão, 1983. Com Ken Ogata, Sumiko Sakamoto e Tonpei Hidari. 130’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

SEG 19 MAI . 18h
Z: a cidade perdida (The Lost City of Z), de James Gray. EUA, 2016. Com Charlie Hunnam, Robert Pattinson e Sienna Miller. 141’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

QUA 21 MAI . 18h
A coroação (Coronación), de Silvio Caiozzi. Chile, 2000. Com María Cánepa, Julio Jung e Myriam Palacios. 140’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 18 anos.

SEG 26 MAI . 18h
O homem elefante (The Elephant Man), de David Lynch. EUA/Reino Unido, 1980. Com Anthony Hopkins, John Hurt e Anne Bancroft. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 10 anos.

QUA 28 MAI . 18h
Chuva de julho (Июльский дождь/Iyulskiy dozhd), de Marlen Khutsiev. União Soviética, 1967. Com Evgeniya Uralova, Aleksandr Belyavskiy e Yuriy Vizbor. 107’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 29 MAI . 18h
Vagabundo (Hobo), de John T. Davis. EUA, 1992. Documentário. Com Beargrease, Scott Caribou e Minot Louis. 90’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 12 anos.

SEX 30 MAI . 18h
Por volta da meia-noite (‘Round Midnight), de Bertrand Tavernier. EUA/França, 1986. Com Dexter Gordon, François Cluzet e Gabrielle Haker. 133’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 16 anos.

SÁB 31 MAI . 11h
Apenas um coração solitário (None But the Lonely Heart), de Clifford Odets. EUA, 1944. Com Cary Grant, Ethel Barrymore e Barry Fitzgerald. 113’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 10 anos.

SÁB 31 MAI . 14h
Geografias da solidão (Geographies of Solitude), de Jacquelyn Mills. Canadá, 2022. Documentário. Com Zoe Lucas. 103’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa livre.

SÁB 31 MAI . 16h
O grande silêncio (Die große Stille), de Philip Gröning. França/Suíça/Alemanha, 2005. Documentário. 169’. Legendas em português. Em mp4. Classificação indicativa 10 anos.

ABRIL 2025

Tempos de globalização
Processo histórico de expansão e troca de bens, capital e conhecimento que ganhou força a partir do fim do Bloco Soviético, a globalização se potencializa com a introdução da web, e com a reinvenção do mercado financeiro e seus novos produtos. Cobrindo os últimos 45 anos, mas com reflexos da colonização europeia, a globalização contemporânea é marcada pelo aumento do comércio, das transações financeiras, das grandes corporações, da imigração, da crise climática, e da extinção de espécies da fauna e da flora.. De forma ampla, complexa e multifacetada, globalização é o conjunto de fenômenos, comportamentos, deslocamentos, crenças e ameaças que compõem a nova percepção do tempo e do espaço planetários. O tema será explorado na mostra Tempos de globalização através de 22 produções audiovisuais, em sua maioria produzidas no século 21. O próprio cinema, uma invenção moderna, foi transformado pelo processo de globalização, com o aumento expressivo do circuito de festivais e das co-produções entre diferentes cinematografias, de um lado, e do crescente domínio corporativo do circuito exibidor em escala global, base para a exploração de blockbusters e para a concepção de um hipotético espectador “médio”. Os filmes aqui reunidos procuram perceber e reagir às consequências dessas transformações, ora pela via do humor ou da análise, ora pela via do desencontro, da estupefação, do torpor, da denúncia ou da crítica política. A exibição do clássico maior de Wang Bing, A oeste dos trilhos, está proposto ao longo de dois dias, caso o espectador se sinta mais confortável em assisti-lo por partes. Os segmentos mais longos terão um pequeno intervalo.

O cinema vindo de Łódź
A cidade polonesa de Łódź abriga a Escola Nacional de Cinema e Teatro Leon Schiller, berço da primeira grande geração de cineastas poloneses do pós-Segunda Guerra Mundial. Conhecida simplesmente como Escola de Cinema de Łódź, o centro educacional foi criado em março de 1948, por iniciativa de Jerzy Toeplitz. Passaram pelo curso de direção cinematográfica nomes como Andrzej Wajda, Andrzej Munk, Jerzy Kawalerowicz, Janusz Morgenstern e Roman Polanski, integrantes da chamada Escola Polonesa de Cinema. E nos anos 1960, Jerzy Skolimovski, Krzysztof Zanussi e Krzysztof Kieslowski, associados ao chamado Cinema da Ansiedade Moral. Morgenstern foi responsável no final dos anos 50 pela implantação do curso de cinematografia, que se tornará igualmente famoso através do trabalho de diretores de fotografia como Sławomir Idziak (Não matarás, de Kieslowski) e Łukasz Żal (Zona de Interesse, de Glazer), para citar alguns nomes contemporâneos. A distintiva qualidade de ensino, porém, é apenas um dos componentes da arte emanada de Łódź. A cidade, que fica a 120km de Varsóvia, foi um grande centro industrial têxtil na virada para o século XX, assim como berço do socialismo polonês. Teve também a primeira sala de cinema fixa do país, e várias instituições artístico-culturais a partir da década de 1930. Além de Cracóvia, foi a única cidade de grande porte que não virou escombros na Segunda Guerra Mundial, hospedando provisoriamente a capital federal a partir de 1945, durante a reconstrução de Varsóvia. A tradição artística, boêmia e libertária de Łódź se manteve em certa medida após a adesão da Polônia ao Bloco Soviético, e floresceu a partir de 1956 com os protestos de Poznań. A esta altura a Escola de Cinema tinha se transformado no epicentro cultural da cidade e do país, pelo acesso à cultura estrangeira ocidental (filmes, discos, jornais), pela formação de grupos artísticos (dois alunos de cinematografia criaram o grupo de jazz Hot Club Melomani, por exemplo) e pelas sessões no cinema. A primeira geração egressa da Escola de Łódź rejeita categoricamente os preceitos estéticos, políticos e ideológicos do Realismo Socialista Soviético, salientando os desejos do indivíduo frente aos do coletivo, abrindo-se para a descoberta do mundo, para a condição jovem e para a ironia em relação ao oficialismo de Estado, à religião e à história polonesa. Com o retrocesso instaurado pela ascensão de Leonid Brejnev na URSS em 1964, vários cineastas acabam partindo para o exílio e construíram carreiras em outros países. O legado da Escola é preservado em grande medida por Wojciech Has, que frequentou e absorveu o clima da instituição nos anos 1950, tornando-se mais tarde professor e reitor. O ciclo dedicado aos diretores egressos de Łódź, escola e cidade, procura ressaltar, mais do que o estilo de um ou outro diretor, ou os traços recorrentes do período, justamente a atmosfera de alegria, liberdade, experimentação e jovialidade no enfrentamento de uma herança histórico-cultural milenar.

Zé Umberto: todos os suportes
Sergipano de Boquim, o cineasta José Umberto Dias ainda criança foi para Feira de Santana, no interior da Bahia, chegando a Salvador em 1965. A primeira geração do cinema baiano, formada por Alexandre Robatto Filho, Luís Paulino dos Santos, Roberto Pires, Oscar Santana, Glauber Rocha e Olney São Paulo já havia se dispersado, quase estavam no Rio de Janeiro. E o influxo criativo dos cursos de música, teatro e artes da Universidade da Bahia estava arrefecendo com o golpe de Estado de 1964. Mesmo assim, Zé Umberto, como viria a ser conhecido, começou a frequentar o Clube de Cinema da Bahia, conduzido por Walter da Silveira. Cursando Ciências Sociais na UFBA, inicia no Super-8 com o curta O forte (1967), um dos primeiros ensaios não domésticos da nova bitola no país. Inscreve-se, no ano seguinte, no curso de extensão do Grupo Experimental de Cinema, ministrado por Silveira e Guido Araújo, onde literalmente encontra sua turma, a geração de 1968. Com o colega André Luiz Oliveira passa ao 16mm. Também inscreve no festival o curta Preâmbulo. Junto com André, Orlando Senna, José Frazão e Álvaro Guimarães, volta seu cinema contra a “tradicional família baiana”, como em Meteorango Kid. Na mesma linha dirige um terceiro curta 16mm, Vôo interrompido. Após se formar no começo dos anos 1970, dirige o quarto e último longa metragem do pequeno ciclo geracional, O anjo negro (1972). Filme marcante pela introdução de um protagonismo e perspectiva religiosa afro-brasileira, pela presença do ator negro Mário Gusmão no papel principal, e ponte entre as gerações mais antigas e o futuro cinema baiano. Zé Umberto continua desenvolvendo um cinema que intercala a bitola 35mm com o manejo do Super-8 e do 16mm, e incorpora vários formatos analógicos e digitais do suporte videomagnético a partir dos anos 1990. Em paralelo, fotografa, monta, roteiriza e participa de boa parte da filmografia baiana do período, com uma incursão pela televisão pública a partir dos anos 1980. Já no século 21 torna-se um dos últimos cineastas brasileiros a lançar um longa metragem em 35mm, com Revoada (2004-2008), recentemente relançado em suporte digital como Revoada – Última vingança do cangaço (2024), em versão final do diretor. Ecoando traços do western à brasileira, em particular do Nordestern, tema do ciclo apresentado no mês passado, o filme dá continuidade ao interesse do cineasta pelo fenômeno do cangaço, sendo o primeiro a realçar a participação da mulher nos diversos grupos, destacando a figura de Dadá, a quem dedicou um romance homônimo (1978) e um importante curta, A musa do cangaço (1982). Revoada fechará o ciclo em exibição 4K na sala da Cinemateca do MAM. Zé Umberto desenvolveu ainda importante trabalho memorialístico e de pesquisa em torno do cinema baiano, através de textos biográficos, compilações e cinebiografias.

QUA 2 ABR . 18h
Tempos de globalização. Hienas (Hyenès), de Djibril Diop Mambéty. Senegal/França/Suíça/Reino Unido/Itália, 1992. Com Mansour Diof, Ami Diakhate e Mamadou Mahourédia Gueye. 110’. Legendas em português, Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 3 ABR . 18h
Tempos de globalização.Zama, de Lucrecia Martel. Argentina/Brasil/Espanha/República Dominicana/França/Países Baixos/México/Suiça/EUA/Portugal/Líbano, 2017.  Com Daniel Giménez Cacho, Lola Dueñas e Matheus Nachtergaele. 115’. Legendas em português, Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 4 ABR . 18h
Tempos de globalização. Que horas são aí? (英語 – Nina bian ji dian / What time is it there?), de Tsai Ming-Liang. República da China/França, 2001. Com Kang-sheng Lee, Chiang-chyi Chen e Yi-ching Lu. 116’. Legendas em português, Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos.

SAB 5 ABR . 11h
Tempos de globalização. Vontade indômita (The fountainhead), de King Vidor. EUA, 1949. Com Gary Cooper, Patricia Neal e Raymond Massey. 114’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos. 

SAB 5 ABR . 15h
Tempos de globalização, O banqueiro: Mestre do Universo (Der banker: Master of the Universe), de Marc Bauder. Áustria/Alemanha, 2013. Documentário. Com Rainer Voss. 88’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos. 

SAB 5 ABR . 17h
Tempos de globalização. As faces de Toni Erdmann (Toni Erdmann), de Maren Ade. Alemanha/Áustria/Mônaco/Roimênia/França/Suiça/Bélgica, 2016. Com Sandra Hüller, Peter Simonischek e Michael Wittenborn. 162’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos. 

DOM 6 ABR . 11h
Tempos de globalização. Amor sem escalas (Up in the air), de Jason Reitman. EUA, 2009. Com George Clooney, Vera Farmiga e Anna Kendrick. 109’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 12 anos. 

DOM 6 ABR . 15h
Tempos de globalização. A comédia do poder (L’ivresse du pouvoir), de Claude Chabrol. França/Alemanha, 2006. Com Isabelle Huppert, François Berléand e Patrick Bruel. 110’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos. 

DOM 6 ABR . 17h
Tempos de globalização. A viagem (Cloud atlas), de Tom Tykwer, Lana e Lilly Wachowski. EUA/Alemanha/HongKong/Singapura/China/Reino Unido/Espanha, 2012. Com Tom Hanks, Halle Berry e Hugh Grant. 172’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos. 

QUA 9 ABR . 18h
Tempos de globalização. O segredo de Oz (The secret of Oz), de Bill Still. EUA, 2009. Documentário. Com Bill Still. 115’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos. 

QUI 10 ABR . 18h
Tempos de globalização. Tropas estelares (Starship troopers), de Paul Verhooven. EUA, 1997. Com Casper von Dien,  Denise Richards e Dina Meyer. 129’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos.

SEX 11 ABR . 18h
Tempos de globalização. Estou me guardando para quando o carnaval chegar, de Marcelo Gomes. Brasil, 2019. Documentário. Com Leonardo dos Santos, Francielly e Velho do Ouro. 85’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos. 

SAB 12 ABR, 11h
Tempos de globalização. Coisa belas e sujas (Dirty pretty things), de Stephen Frears. Reino Unido/EUA, 2002. Com Chiwetel Ejiofor, Audrey Tatou e Sophie Okonedo. 97’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos. 

SAB 12 ABR . 14h
Tempos de globalização. Encontros e desencontros (Lost in translation), de Sofia Coppola. EUA, 2003. Com Bill Murray, Scarlett Johansson e Givanni Ribisi. 102’. Legendas em português, Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

SAB 12 ABR . 16h
Tempos de globalização. Um elefante sentado quieto (Da xiang xidi erzuo), de Bo Hu. China, 2018. Com Zhang Yu, Yuchang Peng e Uvin Wang. 230’.  Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos. 

DOM 13 ABR . 11h
Tempos de globalização. Esposa Troféu (Potiche), de François Ozon. França, 2010. Com Catherine Deneuve, Gérard Depardieu e Fabrice Luchini. 103’. Legendas em português, Exibição em MP4. Classificação indicativa 12 anos.

DOM 13 ABR . 15h
Tempos de globalização. 5 fábricas (5 Fabriken – Arbeiterkontrolle in Venezuela / 5 factories – Worker control in Venezuela), de Dario Azzellini e Oliver Rossler. Alemanha/EUA, 2006. Documentário. 81’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos. 

DOM 13 ABR . 17h
Tempos de globalização. A fábrica de nada, de Pedro Pinho. Portugal, 2017. Com José Smith Vargas, Carla Galvão e Njamy Sebastião. 177’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos. 

SEG 14 ABR . 18h
Tempos de globalização. Sobreviver na América (Nomadland), de Chloé Zhao. EUA, 2020. Com Frances McDormand, David Strathairn e Linda May. 107’. Legendas em português, Exibição em MP4. Classificação indicativa 12 anos.

QUA 16 ABR . 18h
Tempos de globalização. O céu de Suely, de Karim Aïnouz. Brasil, 2006. Com Hermila Guedes, Maria Menezes e Zezita Matos. 90’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos.

QUI 17 ABR . 18h
Tempos de globalização. Forte (泉 / Izumi), de Masaki Kobayashi. Japaão, 1956. Com Ineko Arima, Keiji Sada e Yôko Katsuragi. 129’. Legendas em português, Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos. Com intervalo de 10 minutos.

SEX 18 ABR . 10h
Tempos de globalização. A oeste dos trilhos (铁西区, Tiě xī qū) – Parte 1: Fábrica (工廠, gōngchǎng) de Wang Bing. China/Países Baixos, 2002. Documentário. 243’. Legendas em português, Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos. Com intervalo de 10 minutos.

SEX 18 ABR . 15h
Tempos de globalização. A oeste dos trilhos (铁西区, Tiě xī qū) – Parte 2: Rua Yanfen (艳粉街, 工工Yànfěn Jiē) de Wang Bing. China, 2002. Documentário. 180’. Legendas em português, Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos. Com intervalo de 10 minutos.

SEX 18 ABR . 18h30
Tempos de globalização. A oeste dos trilhos (铁西区, Tiě xī qū) – Parte 3: Trilhos (铁路, 工工工tiělù) de Wang Bing. China, 2002. Documentário. 133’. Legendas em português, Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos.

SAB 19 ABR . 14h
O cinema vindo de Łódź. Barreira (Bariera), de Jerzy Skolimowski. Polônia, 1966. Com Joanna Szezerbic, Jan Nowicki e Tadeusz Lomnicki. 77’. Legendas em português, Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos.

SAB 19 ABR . 16h 
O cinema vindo de Łódź. Eva quer dormir (Ewa chce spac), de Tadeusz Chmielewski. Polônia, 1958. Com Tadeusz Chmielewski, Andrzej Czekalski e Jeremi Przybora. 95’. Legendas em português, Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos. 

SAB 19 ABR . 17h30
O cinema vindo de Łódź. Faraó (Faraon), de Jerzy Kawalerowicz.Polônia, 1966. Com Jerzy Zelnik, Wieslawa Mazurkiewicz e Barabra Brylska. 151’. Legendas em português, Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos.

DOM 20 ABR . 11h
O cinema vindo de Łódź. Nossos camaradas (Sami swoi), de Sylkwester Checinski. Polônia, 1967. Com Waclav Kowalski, Wladyslaw Hancza e Zdzislaw Karczewski. 81’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa Livre.

DOM 20 ABR . 14h
O cinema vindo de Łódź. Vejo você amanhã (Do widzenia, do jutra…), de Janusz Morgenstern. Polônia, 1960. Com Zbigniew Cybulski, Teresa Tuszynska e Grazina Muszynska. 88’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa Livre.

DOM 20 ABR . 16h
O cinema vindo de Łódź. O manuscrito de Saragoça (Rekopis znaleziony w Saragossie), de Wojciech Has. Polônia, 1965. Com Zbigniew Cybulski, Iga Cembrzynska e  Elzbieta Czyzewska. 182’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

SEG 21 ABR . 10h
Tempos de globalização. A oeste dos trilhos (铁西区, Tiě xī qū) – Parte 1: Fábrica (工廠, gōngchǎng) de Wang Bing. China, 2002. Documentário. 243’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos. Com intervalo de 10 minutos.

SEG 21 ABR . 15h
Tempos de globalização. A oeste dos trilhos (铁西区, Tiě xī qū) – Parte 2: Rua Yanfen (艳粉街, 工工Yànfěn Jiē) de Wang Bing. China, 2002. Documentário. 180’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos. Com intervalo de 10 minutos.

SEG 21 ABR . 18h30
Tempos de globalização. A oeste dos trilhos (铁西区, Tiě xī qū) – Parte 3: Trilhos (铁路, 工工工tiělù) de Wang Bing. China, 2002. Documentário. 133’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos.

QUA 23 ABR . 18h
O cinema vindo de Łódź. Madre Joana dos Anjos (Matka Joanna ad Anniólow), de Jerzy Kawalerowicz. Polônia, 1961. Lucynna Winnicka, Mieczyslav Voit e Anna Ciepielewska. 110’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos.

QUI 24 ABR . 18h
O cinema vindo de Łódź. Faca na água (Nóz w wodzie), de Roman Polanski. Polônia, 1962. Com Leon Miemczyk, Jolanta Umecka e Zygmunt Malanowicz. 94’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos.

SEX 25 ABR . 18h
O cinema vindo de Łódź. Certidão de nascimento (Świadectwo urodzenia), de Stanisław Różewicz. Polônia, 1961. Com Henryk Hryniewicz, Beata Barszczewska e Andrzej Banaszewski. 99’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 16 anos.

SAB 26 ABR . 11h
Boi Aruá, de Chico Liberato. Brasil, 1984. Versão restaurada. Animação. Com as vozes de Seu Nô, Ana do Rosário, Alípio Simões, Viriato e Dona Durvalina. 59’. Exibição em MP4. Classificação indicativa Livre.

SAB 26 ABR . 15h
Zé Umberto: todos os suportes. Super 8:  Urubu, de José Umberto Dias e Robinson Roberto. Brasil, 1977. Documentário. 16’. + Brabeza, de José Umberto Dias e Robson Roberto. Brasil, 1978. Com Márcia Cristina, José Umberto Dias e Marcos Sergipe. 20’. + Glub – História de um Espanto + Maíra,  de José Umberto Dias e Robson Roberto. Brasil, 1980. Com José Umberto Dias, Márcia Cristina e Maíra. 9’. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 27 ABR . 11h
Ritos de passagem, de Chico Liberato. Brasil, 2012. Animação. Com as vozes de Jackson Costa, Ingra Lyberato e Olney São Paulo Filho. 93’. Exibição em MP4. Classificação indicativa Livre.

DOM 27 ABR . 14h
Zé Umberto: todos os suportes. Vídeo 1: Boquim – Terra da Laranja, de José Umberto Dias. Brasil, 1991. Documentário. 41’. + Monte Santo – O Caminho da Santa Cruz, de José Umberto Dias. Brasil, 1997. Documentário. 52’. + O Povo do Carnaval, José Umberto Dias. Brasil, 2001. Documentário. Exibição em MP4. Classificação indicativa Livre.

DOM 27 ABR . 16h
Zé Umberto: todos os suportes. Vídeo 2: Milton Gaúcho – ator baiano. Brasil, 1992. Documentário. 54’. + Rex Schindler – produtor baiano. Brasil, 1994. Documentário. 52’. Exibição em MP4. Classificação indicativa Livre.

DOM 27 ABR . 18h
Zé Umberto: todos os suportes. Curtas 35mm: Sertão, de José Umberto Dias.  Brasil, 1980. Com Lênio Braga. 11’. + Cantos flutuantes, de José Umberto Dias. Brasil, 1980. Documentário. 12’. + A Musa do Cangaço, de José Umberto Dias. Brasil, 1982. Com Dadá (Sérgia Ribeiro da Silva). 17’. + Lua violada, de José Umberto Dias. Brasil, 2002. Com Igor Marcelame, Gilson dos Santos Assis e Deusi Magalhães. 21’. Exibição em MP4. Classificação indicativa Livre.

SEG 28 ABR . 17h
Zé Umberto: todos os suportes. Vídeo 3: Memória em película – A Bahia e o Estado Novo, de José Umberto Dias. Brasil, 1995. Documentário. 92’. Exibição em MP4. Classificação indicativa Livre.

SEG 28 ABR . 18h
O cinema vindo de Łódź. Tudo à venda (Wszystko na sprzedaz), de Andrzej Wajda. Polônia, 1969. Com Beata Tyszkiewicz, Elzbieta Czyzewska e Andrzej Lapicki. 105’. + Bem-vindo Kirk (Welcome Kirk, a.k.a. Kirk Douglas), de Feridun Erol e Marek Piwowski. Polônia, 1966. Filme estudantil sobre a visita do ator à Escola de Cinema de Łódź. 10’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 14 anos.

QUA 30 ABR . 17h
Zé Umberto: todos os suportes. Vídeo 4: Salvador em película – um século de memória, de José Umberto Dias. Brasil, 1999. Documentário. 50’. Exibição em MP4. Classificação indicativa Livre.

QUA 30 ABR . 18h
O vale fechado (La valée close), de Jean-Claude Rousseau. França, 1995. Experimental. 145’. Legendas em português. Exibição em MP4. Classificação indicativa 10 anos.

MARÇO 2025

Outras paisagens: western à brasileira e à francesa
O western, conhecido em sua versão brasileira como “nordestern”, “western feijoada” e “faroeste caboclo”, e ao redor do mundo como “western camembert”, “spaghetti”, “kim-chi” e “sauerkraut”, tem longa tradição literária, cinematográfica e nos quadrinhos, além de sua consolidação em Hollywood. As histórias do gênero coincidem em grande medida com narrativas mitológicas de conquistas territoriais e expansão de fronteiras, e a posterior contestação, denúncia ou crítica a essas narrativas pelo cinema moderno e contemporâneo. A mostra Outras paisagens: western à brasileira e à francesa apresenta um pequeno conjunto de filmes que antecipam, dialogam ou reinventam a tradição do gênero hollywoodiano, ora referenciando-o diretamente, ora deslocando-o para novas paisagens, questões e culturas locais. Como cinematografias que reivindicam uma identidade própria, a brasileira e a francesa desenvolvem tradições distintas do gênero, mas com conexões históricas, estéticas e políticas significativas.

QUI 6 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Joë Hamman, o francês que inventou o western (Joe Hamman, le français qui inventa le western), de Vincent Froehly. França, 2014. Documentário. 52’. + Cem dólares vivo ou morto (Cent dollars vif ou mort), de Jean Durand. França, 1912. Com Joë Hamman, Gaston Modot e Berthe Dagmar. 14’. Classificação indicativa livre.

SEX 7 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Brasil/França, 2019. Com Silvero Pereira, Bárbara Colen, Udo Kier, Sonia Braga e Karine Telles. 139’. Classificação indicativa 16 anos.

SÁB 8 MAR . 11h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Calamidade (Calamity, une enfance de Martha Jane Cannary), de Rémi Chayé. França/Dinamarca, 2020. Animação narrada por Salomé Boulvan. 85’. Classificação indicativa livre.

SÁB 8 MAR . 14h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Nordeste sangrento, de Wilson Silva. Brasil, 1962. Com Jacy Campos, Leovigildo Cordeiro e Jackson de Souza. 72’. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 8 MAR . 16h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. A morte comanda o cangaço, de Carlos Coimbra e Walter Guimarães Motta (não creditado). Brasil, 1960. Com Alberto Ruschel. Aurora Duarte e Milton Ribeiro. 100’. Classificação indicativa 16 anos.

SÁB 8 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Não toque na mulher branca! (Touche pas à la femme blanche!), de Marco Ferreri. França/Itália, 1974. Com Marcello Mastroianni, Catherine Deneuve e Michel Piccoli. 108’. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 9 MAR . 11h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Matar ou correr, de Carlos Manga. Brasil, 1955. Com Oscarito, Grande Otelo, José Lewgoy, John Herbert e Inalda de Carvalho. 87’. Classificação indicativa livre.

DOM  9 MAR . 15h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. O vento do leste (Le vent d’est), de Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard, Jean-Pierre Gorin e Gérard Martin). França/Itália/Alemanha Ocidental, 1970. Com Gian Maria Volontè, Anne Wiazemsky, Cristiana Tullio-Altan e Glauber Rocha. 95’. Classificação indicativa 16 anos.

DOM 9 MAR . 17h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. O dragão da maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha. Brasil/França/Alemanha Ocidental, 1968. Com Maurício do Valle, Odete Lara, Othon Bastos e Hugo Carvana. 99’. Classificação indicativa 14 anos.

SEG 10 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Mini-Curso “Nordestern, o western brasileiro”. Exame do ciclo de filmes brasileiros que giram em torno do cangaço e do banditismo rural, realizados inicialmente em São Paulo e nas últimas décadas na região Nordeste, ministrado por Hernani Heffner, gerente da Cinemateca do MAM, Hernani Heffner. Inscrições meia hora antes, por ordem de chegada, até a lotação da sala.

QUA 12 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Uma aventura de Billy The Kid (Une aventure de Billy le Kid), de Luc Moullet. França, 1971. Com Jean-Pierre Léaud, Marie-Christine Questerbert e Jean Valmont. 100’. Classificação indicativa 16 anos.

QUI 13 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Viva Maria!, de Louis Malle. França/Itália, 1965. Com Brigitte Bardot, Jeanne Moureau e George Hamilton. 120’. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 14 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Baile perfumado, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas. Brasil, 1996. Com Duda Mamberti, Luis Carlos Vasconcelos, Aramis Trindade, Chico Díaz e Jofre Soares. 93’. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 15 MAR . 11h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Todos para o Oeste – Uma aventura de Lucky Luke (Tous à l’Ouest – Une aventure de Lucky Luke), de Olivier Jean-Marie. França, 2007. Animação com as vozes de Lambert Wilson, Clovis Cornillac e François Morel. 90’. Classificação indicativa livre.

SÁB 15 MAR . 14h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Meu nome é Lampião, de Mozael Silveira. Brasil, 1969. Com Milton Ribeiro, Rejane Medeiros e Milton Rodrigues. 90’. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 15 MAR . 16h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Jesuit Joe, de Olivier Austen. França, 1991. Com Peter Tarter, John Walsh e Laurence Treil. 100’. Classificação indicativa 16 anos.

SÁB 15 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Corisco & Dadá, de Rosemberg Cariry. Brasil, 1996. Com Chico Díaz, Dira Paes e Chico Alves. 112’. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 16 MAR . 11h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. No tempo dos bravos, de Wilson Silva. Brasil, 1965. Com Roberto Almeida, Elizabeth Botelho e Walter Calazza. 78’. Classificação indicativa livre.

DOM 16 MAR . 15h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Serenata no Texas (Serenade au Texas), de Richard Pottier. França, 1958. Com Luis Mariano, Bourvil e Germaine Damar. 98’. Classificação indicativa livre.

DOM 16 MAR . 17h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Réquiem por Billy The Kid (Requiem pour Billy the Kid), de Anne Feinsilber. França/Estados Unidos, 2006. Com Arthur H. e Kris Kristofferson. 90’. Classificação indicativa 14 anos.

SEG 17 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Mini-Curso “Nordestern, o western brasileiro”.  Exame do ciclo de filmes brasileiros que giram em torno do cangaço e do banditismo rural, realizados inicialmente em São Paulo e nas últimas décadas na região Nordeste, ministrado por Hernani Heffner, gerente da Cinemateca do MAM. Inscrições meia hora antes, por ordem de chegada, até a lotação da sala.

QUA 26 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Cemitério sem cruzes (Une cord… un colt), de Robert Hossein. França/Itália, 1969. Com Michèle Mercier, Robert Hossein e Guido Lollobrigida. 90’. Classificação indicativa 16 anos.

QUI 27 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Sertânia, de Geraldo Sarno. Brasil, 2018. Com Vertin Moura, Julio Adrião e Kecia Prado. 97’. Prêmio Guarani de Melhor Filme de 2020. Classificação indicativa 12 anos.

SEX 28 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Os irmãos Sister (Les frères Sisters/The Sisters Brothers), de Jacques Audiard. França/Espanha/Romênia/Bélgica/Estados Unidos, 2018. Com John C. Reilly, Joaquim Phoenix e Jake Gyllenhaal. 122’. Classificação indicativa 16 anos.

SAB 29 MAR . 11h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. O lamparina, de Glauco Mirko Laurelli. Brasil, 1964. Com Amácio Mazzaropi, Geny Prado e Manoel Vieira. 83’. Classificação indicativa livre.

SAB 29 MAR . 15h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Entre irmãs, de Breno Silveira. Brasil, 2016. Com Nanda Costa, Marjorie Estiano e Julio Machado. 160’. Classificação indicativa 14 anos.

SAB 29 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Blueberry – Desejo de vingança (Blueberry, l’expérience secrète/Renegade), de Jan Kounen. França/Reino Unido/México, 2005. Com Vincent Cassel, Michael Madsen e Juliette Lewis. 124’. Classificação indicativa 18 anos.

DOM 30 MAR . 11h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Dynamite Jack, de Jean Bastia. França/Itália, 1961. Com Fernandel, Eleonora Vargas e Lucien Raimbourg. 103’.  Classificação indicativa livre.

DOM 30 MAR . 14h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. A luneta do tempo, de Alceu Valença. Brasil, 2014. Com Irandhir Santos, Hermila Guedes e Alceu Valença. 99’. Classificação indicativa 10 anos.

DOM 30 MAR . 16h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Haceldama (Haceldama ou le prix du sang), de Julien Duvivier. França, 1919. Com Suzy Lilé, Camille Bert e Séverin-Mars. 75’. + O amor maior de um homem (Greater love hath no man), de Alexander Butler e Alice Guy. Estados Unidos, 1911. Com Romaine Fielding, Vinnie Burns e Ed Brady. 16’. Classificação indicativa 10 anos.

DOM 30 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. O cangaceiro, de Lima Barreto. Brasil, 1953. Com Alberto Ruschel, Marisa Prado e Milton Ribeiro. 105’. Classificação indicativa 14 anos.

SEG 31 MAR . 18h
Outras paisagens: western à brasileira e à francesa. Índios e vaqueiros (Indiens et cow-boys), de diretor não-identificado. França, 1904. Elenco não-identificado. 7’. + Faroeste: um autêntico western, de Wesley Rodrigues. Brasil, 2013. Animação com as vozes de Sandro Freitas, Éverson Cândido e Izabelle Eleonora. 18’. Sessão seguida de bate-papo em torno do western no Brasil e no mundo.

FEVEREIRO 2025

Homenagem a David Lynch
Cineasta, pintor e compositor musical, David Lynch (1946-2025) estabeleceu novas relações entre cinema e televisão. Criou um imaginário visual em que a pureza da pequena cidade estadunidense dos anos 1950 contrasta com a violência que vem dela mesma. Seu primeiro grande projeto foi Eraserhead (1977), um filme experimental sobre ansiedade paterna. O sucesso artístico do filme permitiu que ele fizesse em seguida seu primeiro longa hollywoodiano: O homem elefante (1982), que acabou indicado a oito Oscars. É Veludo azul (1986), no entanto, que dá facetas definitivas ao estilo de Lynch, incorporando a seu cinema elementos do noir e do suspense hitchcockiano. Junto com o roteirista Mark Frost, Lynch adapta sua visão de mundo para a TV na série Twin Peaks (1990-91), que, por trás da intriga do whodunnit, criava um universo perturbador, atmosférico e denso. No mesmo ano da série, Coração selvagem (1990) ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Estrada perdida (1997) e Cidade dos sonhos (2001) surpreendem os espectadores ao afirmar a autonomia da cena em relação à trama, criando um universo que ultrapassa a lógica linear. A trama passa a ser pretexto para figuras oníricas e surreais. Twin Peaks: O retorno, de 2017, carrega essa radicalização para a TV e novamente Lynch impressiona produzindo uma obra fragmentada e vanguardista que encanta tanto quanto desorienta. Hoje, o termo lynchiano se estende do cinema às artes visuais.

O cinema da cortina de ferro
Há 80 anos, após o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo assistiu à constituição de dois grandes blocos geopolíticos na Europa: um bloco ocidental, de tendência capitalista, e em um bloco oriental, de orientação socialista. “Cortina de ferro” era um termo pejorativo, popularizado por um discurso de Winston Churchill, para simbolizar o isolamento do Bloco Socialista em sua tentativa de minimizar a influência da ideologia capitalista e modelar novas experiências de sociedade. 

O período pós-Guerra, de 1945 até 1989, produziu cinematografias vibrantes e singulares. Misturavam-se os esforços de consolidação de uma sociedade mais igualitária à reescrita da História a partir de outras bases. A partir dos anos 1960, experiências formais importantes renovaram a linguagem cinematográfica, unindo análises das contradições sociais dos Estados socialistas a, principalmente na década final do período, críticas diretas aos modelos políticos e sociais desses países e do bloco como um todo. 

O cinema da cortina de ferro apresenta 25 filmes das principais cinematografias dos países do Bloco Socialista – União Soviética, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria e Romênia –, oportunizando comparações entre países e épocas. Com a mostra, o público do Rio de Janeiro poderá ver ou rever filmes assinados por cineastas como Andrei Tarkovski, Vera Chytilová, Jerzy Skolimowski, Miklós Jancsó, Larissa Shepitko, Krzysztof Kieslowski, Sergei Paradjanov, Milos Forman, Andrzej Wajda, entre outros. 

A mostra conta com filmes premiados em grandes festivais europeus: Cannes, Veneza e Berlim. A eles se juntam trabalhos pouco vistos à época pelo Ocidente, mas que hoje, em revisão histórica, assumem lugar importante no cinema do período, como os de Otar Iosseliani, Yuliya Solntseva, Lucian Pintilie e Krzysztof Zanussi.

Incontornáveis
Chamamos de incontornável aqueles diretores e diretoras, filmes e cinematografias essenciais à compreensão do cinema como arte, linguagem e história. São filmes e cineastas que precisam ser periodicamente exibidos e vistos em sala de cinema. Entre os incontornáveis de fevereiro, teremos o minimalismo de Jean-Pierre Melville e sua obra-prima O samurai, com grande atuação de Alain Delon; Ladrões de alcova, uma comédia licenciosa de Ernst Lubitsch; e um grande realizador muitas vezes eclipsado por seu trabalho como ator, Paul Newman, que dirige sua esposa Susan Hayward em O preço da solidão.

Aconteceu 100 anos atrás
A Cinemateca do MAM mantém viva a memória do cinema em todas as suas épocas, oferecendo aos seus frequentadores a chance de conhecer mais profundamente o panorama do que acontecia no passado nas telas do mundo, dos grandes clássicos até filmes de menor notoriedade, mas de importância histórica. Começaremos 2025 com um dos maiores autores do cinema americano silencioso, Frank Borzage – primeiro vencedor do Oscar de Melhor Direção, em 1927, por Sétimo céu –, e seu A mulher do outro, adaptação de uma peça teatral de W. Somerset Maugham.

Gêneros ao redor do mundo
Comédia, film noir, musical, giallo, artes marciais, melodrama, faroeste e mais! Os gêneros cinematográficos são o atestado de uma comunicação eficiente entre a indústria e o público, transitando entre motivos recorrentes e a necessidade de constante reinvenção. Começaremos o novo ano no Japão dos anos 1970 com Lady Snowblood, um dos filmes de vingança feminina – gênero global, não só japonês – mais celebrados pelos fãs do filão, e influência principal de diversas obras marcantes que vieram depois, em especial Kill Bill (2003), de Quentin Tarantino.

SÁB 1 FEV . 16h
O cinema da cortina de ferro. Cinzas e diamantes (Popiól i diament), de Andrzej Wajda (Polônia, 1958). Com Zbigniew Cybulski, Ewa Krzyżewska, Waclaw Zastrzeżyński. 103’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 1.

SÁB 1 FEV . 17h
Homenagem a David Lynch. “The Answers to the Questions”, de David Lynch. EUA, 2024. Com Chrystabell. Videoclipe. 6’. + Cidade dos sonhos (Mulholland Dr.), de David Lynch. EUA/França, 2001. Com Naomi Watts, Laura Elena Harring, Justin Theroux. 147’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos. Cinema 2.

SÁB 1 FEV . 18h20
O cinema da cortina de ferro. Quando voam as cegonhas (Letyat zhuravli), de Mikhail Kalatozov. União Soviética, 1957. Com Tatiana Samoilova, Aleksei Batalov, Vassili Merkuriev. 95’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 1.

DOM 2 FEV . 15h50
Homenagem a David Lynch. Twin Peaks (Twin Peaks), episódio 1: Piloto (Pilot), de David Lynch. EUA, 1989. Com Kyle MacLachlan, Michael Ontkean, Sherilyn Fenn. 94’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos. Cinema 2.

DOM 2 FEV . 16h
O cinema da cortina de ferro. Os sem esperança (Szegénylegények), de Miklós Jancsó (Hungria, 1966). Com János Görbe, Zoltán Latinovits, Tibor Molnár. 90’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 1.

DOM 2 FEV . 17h50
O cinema da cortina de ferro. Hamlet (Gamlet), de Grigori Kozintsev. União Soviética, 1964. Com Innokenti Smoktunovski, Mikhail Nazvanov, Elza Radzina. 140’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre. Cinema 1.

DOM 2 FEV . 18h
Homenagem a David Lynch. Twin Peaks: o retorno (Twin Peaks: The Return), episódio 8: Parte 8 (Part 8), de David Lynch. EUA, 2017. Com Frank Silva, Kyle MacLachlan, Joy Nash. 60’. + episódio 18: Parte 18 (Part 18), de David Lynch. EUA, 2017. Com Kyle MacLachlan, Sheryl Lee, Naomi Watts. 58’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos. Cinema 2.

SEG 3 FEV . 16h
Homenagem a David Lynch. Veludo azul (Blue Velvet), de David Lynch. EUA, 1986. Com Kyle McLachlan, Isabella Rossellini, Dennis Hopper, Laura Dern. 120’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos. Cinema 1.

SEG 3 FEV . 18h30
Homenagem a David Lynch. Estrada perdida (Lost Highway), de David Lynch. EUA, 1997. Com Bill Pullman, Patricia Arquette. 134’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos. Cinema 1.

QUA 5 FEV . 18h
O cinema da cortina de ferro. O baile dos bombeiros (Horzhí, má panenko), de Milos Forman. Tchecoslováquia, 1967. Com Jan Vostrčil, Josef Sebánek, Frantisek Debelka. 73’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre. Cinema 2.

QUI 6 FEV . 15h50
Homenagem a David Lynch. Estrada perdida (Lost Highway), de David Lynch. EUA, 1997. Com Bill Pullman, Patricia Arquette, Balthazar Getty. 134’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos. Cinema 1.

QUI 6 FEV . 18h
O cinema da cortina de ferro. Poema do mar (Poema o more), de Yuliya Solntseva. União Soviética, 1958. Com Boris Livanov, Boris Andreiev, Zinaida Kirienko. 95’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre. Cinema 2.

QUI 6 FEV . 18h30
Homenagem a David Lynch. Veludo azul (Blue Velvet), de David Lynch. EUA, 1986. Com Kyle McLachlan, Isabella Rossellini, Dennis Hopper, Laura Dern. 120’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos. Cinema 1.

SEX 7 FEV . 16h
Homenagem a David Lynch. Twin Peaks: o retorno (Twin Peaks: The Return), episódio 8: Parte 8 (Part 8), de David Lynch. EUA, 2017. Com Frank Silva, Kyle MacLachlan, Joy Nash. 60’. + episódio 18: Parte 18 (Part 18), de David Lynch. EUA, 2017. Com Kyle MacLachlan, Sheryl Lee, Naomi Watts. 58’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

SEX 7 FEV . 18h
Incontornáveis. Ladrão de alcova (Trouble in Paradise), de Ernst Lubitsch. EUA, 1932. Com Miriam Hopkins, Kay Francis, Herbert Marshall. 83’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 2.

SEX 7 FEV . 18h20
Homenagem a David Lynch. “The Answers to the Questions”, de David Lynch. EUA, 2024. Com Chrystabell. Videoclipe. 6’. + Cidade dos sonhos (Mulholland Dr.), de David Lynch. EUA/França, 2001. Com Naomi Watts, Laura Elena Harring, Justin Theroux. 147’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

SÁB 8 FEV . 16h
O cinema da cortina de ferro. A festa e os convidados (O slavnosti a hostech), de Jan Nemec. Tchecoslováquia, 1966. Com Helena Pejšková, Jana Pracharová, Zdena Skvorecka. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre. Cinema 2.

SÁB 8 FEV. 17h50
O cinema da cortina de ferro. A queda de Berlim (Padenie Berlina), de Mikheil Chiaureli. União Soviética, 1950. Com Mikheil Gelovani, Boris Andreiev, Vladimir Savelev. 152’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre. Cinema 2.

DOM 9 FEV . 16h10
O cinema da cortina de ferro. A balada do soldado (Ballada o soldate), de Grigori Tchukrai. União Soviética, 1960. Com Vladimir Ivashov, Zhanna Prokhorenko, Antonina Maksimova. 88’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 2.

DOM 9 FEV . 18h
O cinema da cortina de ferro. Amador (Amator), de Krzysztof Kieslowski. Polônia, 1979. Com Jerzy Stuhr, Małgorzata Ząbkowska, Ewa Pokas. 112’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 2.

QUA 12 FEV . 19h
Gêneros ao redor do mundo. Lady Snowblood: Vingança na neve (Shurayukihime), de Toshiya Fujita. Japão, 1973. Com Meiko Kaji, Toshio Kurosawa, Masaaki Daimon. 97’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 1.

QUI 13 FEV . 18h
Sessão especial. O que podem as palavras, de Luísa Marinho e Luísa Sequeira. Portugal. 2022. Documentário. Com Ana Luísa Amaral, María Isabel Barreno, Maria Velho da Costa. 76’. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre. Sessão com a presença da realizadora Luísa Sequeira. Cinema 1.

SEX 14 FEV . 16h
O cinema da cortina de ferro. A faca na água (Nóz w wodzie), de Roman Polanski. Polônia, 1962. Com Leon Niemczyk, Jolanta Umecka, Zygmunt Malanowicz. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre. Cinema 1.

SEX 14 FEV . 18h
Incontornáveis. O samurai (Le samouraï), de Jean-Pierre Melville. França/Itália, 1967. Com Alain Delon, Cathy Rosier, François Périer. 105’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 16 anos. Cinema 1.

SÁB 15 FEV . 16h
O cinema da cortina de ferro. A cor da romã (Sayat Nova), de Sergei Paradjanov. União Soviética, 1969. Com Sofiko Chiaureli, Vilen Galstian, Gogi Gegechkori. 79’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre. Cinema 1.

SÁB 15 FEV . 17h50
O cinema da cortina de ferro. A ascensão (Voskhozhdenie), de Larissa Shepitko. União Soviética, 1977. Com Boris Plotnikov, Vladimir Gostiukhin, Sergei Yakovlev. 111’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 1.

DOM 16 FEV . 16h
O cinema da cortina de ferro. A infância de Ivan (Ivanovo detstvo), de Andrei Tarkovski. União Soviética, 1962. Com Nikolai Burliaiev, Valentin Zubkov, Yevgeni Zharikov. 95’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre. Cinema 1.

DOM 16 FEV . 18h
O cinema da cortina de ferro. As pequenas margaridas (Sedmikrásky), de Vera Chytilová. Tchecoslováquia, 1966. Com Ivana Karbanová, Jitka Cerhová, Marie Cesková. 75’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 1.

QUI 20 FEV . 18h
O cinema da cortina de ferro. Era uma vez um melro cantor (Iko shashvi mgalobeli), de Otar Iosseliani. União Soviética, 1970. Com Gela Kandelaki, Irine Jandieri, Jansug Kakhidze. 85’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 2.

SEX 21 FEV . 16h
O cinema da cortina de ferro. O primeiro professor (Pervi uchitel), de Andrei Konchalovsky. União Soviética, 1965. Com Bolot Beishenaliev, Natalia Arinbasarova, Idris Nogajbaiev. 102’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 2.

SEX 21 FEV . 19h
Aconteceu 100 anos atrás. A mulher do outro (The Circle), de Frank Borzage. EUA, 1925. Com Eleanor Boardman, Malcolm McGregor, Alec B. Francis. 65’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre. Cinema 2.

SÁB 22 FEV . 16h
O cinema da cortina de ferro. Breves encontros (Korotkie vstrechi), de Kira Muratova. União Soviética, 1967. Com Nina Ruslanova, Vladimir Visotski, Kira Muratova. 96’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 2.

SÁB 22 FEV . 18h
O cinema da cortina de ferro. A reconstituição (Reconstituirea), de Lucian Pintilie. Romênia, 1968. Com George Constantin, Emil Botta, George Mihaita. 100’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 2.

DOM 23 FEV . 16h
O cinema da cortina de ferro. A estrutura de cristal (Struktura kryształu), de Krzysztof Zanussi. Com Barbara Wrzesinska, Jan Mysłowicz, Andrzej Żarnecki. 74’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 2.

DOM 23 FEV . 17h50
O cinema da cortina de ferro. Filme de amor (Szerelmesfilm), de István Szabó. Hungria, 1970. Com Judit Halász, András Bálint, Edit Kelemen. 123’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 2.

SEG 24 FEV . 16h
Homenagem a Cacá Diegues. Cinema é maresia: entrevista com Carlos Diegues. Brasil, 2010. 44’. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre. Cinema 1.

SEG 24 FEV . 17h20
Homenagem a Cacá Diegues. A grande cidade, de Carlos Diegues. Brasil, 1964. Com Leonardo Vilar, Anecy Rocha, Antonio Pitanga. 80’. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre. Cinema 1.

SEG 24 FEV . 19h
Homenagem a Cacá Diegues. Chuvas de verão, de Carlos Diegues. Brasil, 1978. Com Jofre Soares, Miriam Pires, Cristina Aché. 93’. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre. Cinema 1.

QUA 26 FEV . 18h
O cinema da cortina de ferro. Classe operária (Moonlighting), de Jerzy Skolimowski. Reino Unido, 1982. Com Jeremy Irons, Eugene Lipinski, Jiri Stanislav. 97’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 1.

QUI 27 FEV . 18h
O cinema da cortina de ferro. Vá e veja (Idi i smotri), de Elem Klimov. União Soviética, 1985. Com Aleksei Kravchenko, Olga Mironova, Liubomiras Laucevicius. 142’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 18 anos. Cinema 1.

SEX 28 FEV . 16h
O cinema da cortina de ferro. O tema (Tema), de Gleb Panfilov. União Soviética, 1979. Com Mikhail Ulianov, Inna Churikova, Evgeni Vesnik. 99’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 1.

SEX 28 FEV . 18h
O cinema da cortina de ferro. A pequena Vera (Malenkaya Vera), de Vassili Pitchoul. União Soviética, 1988. Com Natalia Negoda, Andrei Sokolov, Yuri Nazarov. 128’. Legendas em português. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos. Cinema 1.

JANEIRO 2025

Homenagem a David Lynch
Cineasta, pintor e compositor musical, David Lynch (1946-2025) estabeleceu novas relações entre cinema e televisão. Criou um imaginário visual em que a pureza da pequena cidade estadunidense dos anos 1950 contrasta com a violência que vem dela mesma. Seu primeiro grande projeto foi Eraserhead (1977), um filme experimental sobre ansiedade paterna. O sucesso artístico do filme permitiu que ele fizesse em seguida seu primeiro longa hollywoodiano: O homem elefante (1982), que acabou indicado a oito Oscars. É Veludo azul (1986), no entanto, que dá facetas definitivas ao estilo de Lynch, incorporando a seu cinema elementos do noir e do suspense hitchcockiano. Junto com o roteirista Mark Frost, Lynch adapta sua visão de mundo para a TV na série Twin Peaks (1990-91), que, por trás da intriga do whodunnit, criava um universo perturbador, atmosférico e denso. No mesmo ano da série, Coração selvagem (1990) ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Estrada perdida (1997) e Cidade dos sonhos (2001) surpreendem os espectadores ao afirmar a autonomia da cena em relação à trama, criando um universo que ultrapassa a lógica linear. A trama passa a ser pretexto para figuras oníricas e surreais. Twin Peaks: O retorno, de 2017, carrega essa radicalização para a TV e novamente Lynch impressiona produzindo uma obra fragmentada e vanguardista que encanta tanto quanto desorienta. Hoje, o termo lynchiano se estende do cinema às artes visuais. Sua obra merece ser vista numa tela de cinema, e parte substancial dessa trajetória poderá ser vista em uma homenagem-relâmpago que a Cinemateca do MAM no CCBB propõe para o fim de janeiro.

QUA 29 JAN . 16h
Homenagem a David Lynch. Seis homens adoecendo (Six men getting sick), de David Lynch. EUA, 1966. 4’. + Eraserhead, de David Lynch. EUA, 1977. Com Jack Nance, Charlotte Stewart, Alle Joseph. 89’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 18 anos.

QUA 29 JAN . 18h
Homenagem a David Lynch. Veludo azul (Blue Velvet), de David Lynch. EUA, 1986. Com Kyle McLachlan, Isabella Rossellini, Dennis Hopper, Laura Dern. 120’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

QUI 30 JAN . 16h
Homenagem a David Lynch. Twin Peaks (Twin Peaks), episódio 1: Piloto (Pilot), de David Lynch. EUA, 1989. Com Kyle MacLachlan, Michael Ontkean, Sherilyn Fenn. 94’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 30 JAN . 18h
Homenagem a David Lynch. Estrada perdida (Lost Highway), de David Lynch. EUA, 1997. Com Bill Pullman, Patricia Arquette, Balthazar Getty. 134’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 31 JAN . 15h30
Homenagem a David Lynch. Twin Peaks: o retorno (Twin Peaks: The Return), episódio 8: Parte 8 (Part 8), de David Lynch. EUA, 2017. Com Frank Silva, Kyle MacLachlan, Joy Nash. 60’. + episódio 18: Parte 18 (Part 18), de David Lynch. EUA, 2017. Com Kyle MacLachlan, Sheryl Lee, Naomi Watts. 58’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

SEX 31 JAN . 18h
Homenagem a David Lynch. “The Answers to the Questions”, de David Lynch. EUA, 2024. Com Chrystabell. Videoclipe. 6’. + Cidade dos sonhos (Mulholland Dr.), de David Lynch. EUA/França, 2001. Com Naomi Watts, Laura Elena Harring, Justin Theroux. 147’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

DEZEMBRO 2024

Centenário de Rodolfo Nanni
Rodolfo Nanni entrou para a história do cinema brasileiro ao realizar O Saci (1953), considerado o primeiro filme infanto-juvenil da produção nacional. Trata-se de uma adaptação da literatura de Monteiro Lobato, e contou com os futuros cineastas Nelson Pereira dos Santos e Alex Viany na equipe de produção. Mas sua obra, apesar de pouco extensa, tem outros marcos, como o pioneiro curta-metragem O drama das secas (1958), em que contou com colaboração de Josué de Castro, e O retorno (2008), a volta 50 anos depois aos locais filmados no curta. Seu centenário será celebrado em vida dia 29 de novembro, e em dezembro a Cinemateca presta a homenagem exibindo seus filmes e conversando com ele sobre sua notável carreira.

Aconteceu 100 anos atrás
Faz parte do trabalho de uma cinemateca manter viva a memória do cinema em todas as suas épocas, e esta rubrica contínua oferece ao frequentador do MAM a chance de conhecer mais profundamente o panorama do que acontecia há um século nas telas do mundo, dos grandes clássicos até filmes de menor notoriedade mas de importância histórica inegável. Para terminar o ano, faremos um intensivo de filmes marcantes de 1924 que, por conta da interrupção da programação presencial do museu, ainda não foram exibidos. Entre eles, as duas partes de Os Nibelungos, de Fritz Lang, a ficção científica soviética Aelita, de Yakov Protazanov, Bancando o águia de Buster Keaton, duas comédias com Harold Lloyd, além de filmes assinados pelos grandes Ernst Lubitsch e Marcel L’Herbier.

Neo-realismo e seus arredores
O neo-realismo é um grande acontecimento na história do cinema. Quando o público do pós-guerra viu em Roma, cidade aberta as verdadeiras ruas de uma Roma destruída e, no entorno dela, uma narrativa de ficção acontecendo em meio a locações reais, surgiu um intenso sentimento de autenticidade, um sentimento que o cinema pode ser feito em meio à vida, se fundir nela, falar de real sobre temas reais, e não se escondendo entre as quatro paredes dos estúdios, como nos modelos industriais de todos os países, em especial a Hollywood americana. Mas o que é exatamente o neo-realismo? Aí a questão se complica: pode-se falar de filmar em locação, pode-se falar do trabalho com não-atores encontrados entre o povo, pode-se falar das temáticas do homem comum, mas, para além de alguns filmes muito específicos (Paisà, A terra treme, Ladrões de bicicletas, entre outros), é difícil pensar num número significativo de filmes italianos do período que teriam uma real ortodoxia neo-realista. No entanto, o neo-realismo influenciou a indústria do país e fez diversos diretores mudarem de percurso ou se reorientarem no interesse que despertou essa nova forma de fazer cinema. Há, portanto, um neo-realismo estrito – que alguns poderiam até dizer que é somente Roberto Rossellini – e um neo-realismo em sentido ampliado. Ou simplesmente filmes que tangenciam o neo-realismo. Uma mostra com esse recorte “ampliado” não busca separar o joio do trigo, mas apresentar um panorama de como a novidade desse cinema é difundida, eventualmente diluída, e certamente reciclada em propostas distintas de fazer filmes. Para além de Rossellini, De Sica e do primeiro Visconti, os filmes italianos tocados pelo advento do neo-realismo são muito pouco conhecidos de nós. “Neo-realismo e seus arredores” é a oportunidade de se familiarizar com esse período e essa proposta de fazer cinema que foi a principal inspiração para a nouvelle vague, para o Cinema Novo brasileiro e para todos os novos cinemas surgidos ao redor do mundo nos anos 60.

DOM 1 DEZ . 16h
Neo-realismo e seus arredores. Sob o sol de Roma (Sotto il sole di Roma), de Renato Castellani. Itália, 1948. Com Oscar Blando, Liliana Mancini, Francesco Golisano. 95’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 1 DEZ . 18h
Neo-realismo e seus arredores. Umberto D, de Vittorio De Sica. Itália, 1952. Com Carlo Battisti, Maria Pia Casilio, Lina Gennari. 89’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUA 4 DEZ . 18h
Aconteceu 100 anos atrás. Aelita – A rainha de Marte (Aelita), de Yakov Protazanov. União Soviética, 1924. Com Yuliya Solntseva, Igor Ilyinsky, Nikolai Tsereteli. 113’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

QUI 5 DEZ . 18h
Aconteceu 100 anos atrás. A inumana (L’Inhumaine), de Marcel L’Herbier. França, 1924. Com Jaque Catelain, Léonid Walter de Malte, Philippe Hériat. 135’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 6 DEZ . 18h
Aconteceu 100 anos atrás. Bancando o águia (Sherlock Jr.), de Buster Keaton. EUA, 1924. Com Buster Keaton, Kathryn McGuire, Joe Keaton. 45’. + Sogra fantasma (Hot Water), de Fred C. Newmeyer e Sam Taylor. EUA, 1924. Com Harold Lloyd, Jobyna Ralston, Josephine Cromwell. 53’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

SÁB 7 DEZ . 16h
Aconteceu 100 anos atrás. Três mulheres (Three Women), de Ernst Lubitsch. EUA, 1924. Com Pauline Frederick, May McAvoy, Marie Prevost. 83’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 7 DEZ . 17h50
Aconteceu 100 anos atrás. Os Nibelungos – A morte de Siegfried (Die Nibelungen: Siegfried), de Fritz Lang. Alemanha, 1924. Com Paul Richter, Margarete Schön, Theodor Loos. 143’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 8 DEZ . 16h
Aconteceu 100 anos atrás. O maricas (Girl Shy), de Fred C. Newmeyer e Sam Taylor. EUA, 1924. Com Harold Lloyd, Jobyna Ralston, Richard Daniels. 87’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

DOM 8 DEZ . 18h
Aconteceu 100 anos atrás. Os Nibelungos – A vingança de Kriemhilde (Die Nibelungen: Kriemhilds Rache), de Fritz Lang. Alemanha, 1924. Com Margarete Schön, Gertrud Arnold, Theodor Loos. 129’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUA 11 DEZ . 18h
Incontornáveis. Valerie e a semana das maravilhas (Valerie a týden divů), de Jaromil Jireš. Tchecoslováquia, 1970. Com Jaroslava Schallerová, Helena Anýzová, Petr Kopriva. 77’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 18 anos.

QUI 12 DEZ . 18h
Horror, fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. O emissário de outro mundo (Not of This Earth), de Roger Corman. EUA, 1957. Com Paul Birch, Beverly Garland, Morgan Jones. 67’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

SEX . 16h
Horror, fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. A ilha (Attack of the Crab Monsters), de Roger Corman. EUA, 1957. Com Richard Garland, Pamela Duncan, Russell Johnson. 63’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEX . 18h
Incontornáveis. Vida de casado (Meshi), de Mikio Naruse. Japão, 1951. Com Ken Uehara, Setsuko Hara, Yukiko Shimazaki. 97’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 14 DEZ . 16h30
Fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. Um balde de sangue (A Bucket of Blood), de Roger Corman. EUA, 1959. Com Dick Miller, Barboura Morris, Antony Carbone. 66’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 14 DEZ . 18h
Incontornáveis. O terceiro homem (The Third Man), de Carol Reed. Reino Unido, 1949. Com Orson Welles,  Joseph Cotten, Alida Valli. 104’

DOM 15 DEZ . 18h
Incontornáveis. A mulher do padeiro (La Femme du boulanger), de Marcel Pagnol. França, 1938. Com Raimu, Ginette Leclerc, Fernand Charpin. 133’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUA 18 DEZ . 18h
Horror, fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. O intruso (The Intruder), de Roger Corman. EUA, 1962. Com William Shatner, Frank Maxwell, Beverly Lunsford. 84’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 19 DEZ . 18h
Sessão especial. Aldo Baldin: uma vida pela música, de Yves Goulart. Brasil, 2024. Com Aldo Baldin, Isaac Karabtchevsky, Helmuth Rilling. Documentário. 114’. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre.

SEX 20 DEZ . 16h
Centenário de Rodolfo Nanni. (Aguardando Confirmação)

SEX 20 DEZ . 18h
Centenário de Rodolfo Nanni. O saci, de Rodolfo Nanni. Brasil, 1954. Com Lívio Nanni, Paulo Matozinho, Olga Maria. 65’. + Sacis, de Bruno Bennec. Brasil, 2023. Com Luiza Pereira, Ryan Campbell, Kaik Pereira. 24’. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre.

SÁB 21 DEZ . 16h
Centenário de Rodolfo Nanni. Cordélia, Cordélia, de Rodolfo Nanni. Brasil, 1971. Com Lilian Lemmertz, Francisco Di Franco, Pedro Paulo Hatheyer. 92’. Em mp4 (h264). Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 21 DEZ . 18h
Centenário de Rodolfo Nanni. O retorno, de Rodolfo Nanni. Brasil, 2008. Documentário. 75’. Em mp4 (h264). Classificação indicativa livre.

DOM 22 DEZ . 16h20
Horror, fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. O homem dos olhos de raio X (X), de Roger Corman. EUA, 1963. Com Ray Milland, Diana Van der Vlis, Harold J. Stone. 79’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 22 DEZ . 18h
Horror, fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. Viagem ao mundo da alucinação (The Trip), de Roger Corman. EUA, 1967. Com Peter Fonda, Susan Strasberg, Bruce Dern. 82’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 26 DEZ . 16h
Horror, fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. Muralhas do pavor (Tales of Terror), de Roger Corman. EUA, 1962. Com Vincent Price, Maggie Pierce, Peter Lorre. 89’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 26 DEZ . 18h
Horror, fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. O massacre de Chicago (The St. Valentine’s Day Massacre), de Roger Corman. EUA, 1967. Com Jason Robards, George Segal, Ralph Meeker. 100’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 27 DEZ . 16h20
Horror, fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. O solar maldito (The Fall of the House of Usher), de Roger Corman. EUA, 1960. Com Vincent Price, Mark Damon, Myrna Fahey. 79’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 27 DEZ . 18h
Horror, fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. O poço e o pêndulo (The Pit and the Pendulum), de Roger Corman. EUA, 1961. Com Vincent Price, Barbara Steele, John Kerr. 80’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 28 DEZ . 16h
Horror, fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. A orgia da morte (The Masque of the Red Death), de Roger Corman. EUA, 1964. Com Vincent Price, Hazel Court, Jane Asher. 89’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

SÁB 28 DEZ . 18h
Horror, fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. Os anjos selvagens (The Wild Angels), de Roger Corman. EUA, 1966. Com Peter Fonda, Nancy Sinatra, Bruce Dern. 93’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

DOM 29 DEZ . 16h10
Horror, fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. Túmulo sinistro (The Tomb of Ligeia), de Roger Corman. EUA, 1964. Com Vincent Price, Elizabeth Shepherd, John Westbrook. 82’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 29 DEZ . 18h
Horror, fantasia, psicodelia: o cinema de Roger Corman. Castelo assombrado (The Haunted Palace), de Roger Corman. EUA, 1963. Com Vincent Price, Debra Paget, Lon Chaney Jr. 87’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 18 anos.

ccbb

NOVEMBRO 2024

Neo-realismo e seus arredores
O neo-realismo é um grande acontecimento na história do cinema. Quando o público do pós-guerra viu em Roma, cidade aberta as verdadeiras ruas de uma Roma destruída e, no entorno dela, uma narrativa de ficção acontecendo em meio a locações reais, surgiu um intenso sentimento de autenticidade, um sentimento que o cinema pode ser feito em meio à vida, se fundir nela, falar de real sobre temas reais, e não se escondendo entre as quatro paredes dos estúdios, como nos modelos industriais de todos os países, em especial a Hollywood americana. Mas o que é exatamente o neo-realismo? Aí a questão se complica: pode-se falar de filmar em locação, pode-se falar do trabalho com não-atores encontrados entre o povo, pode-se falar das temáticas do homem comum, mas, para além de alguns filmes muito específicos (Paisà, A terra treme, Ladrões de bicicletas, entre outros), é difícil pensar num número significativo de filmes italianos do período que teriam uma real ortodoxia neo-realista. No entanto, o neo-realismo influenciou a indústria do país e fez diversos diretores mudarem de percurso ou se reorientarem no interesse que despertou essa nova forma de fazer cinema. Há, portanto, um neo-realismo estrito – que alguns poderiam até dizer que é somente Roberto Rossellini – e um neo-realismo em sentido ampliado. Ou simplesmente filmes que tangenciam o neo-realismo. Uma mostra com esse recorte “ampliado” não busca separar o joio do trigo, mas apresentar um panorama de como a novidade desse cinema é difundida, eventualmente diluída, e certamente reciclada em propostas distintas de fazer filmes. Para além de Rossellini, De Sica e do primeiro Visconti, os filmes italianos tocados pelo advento do neo-realismo são muito pouco conhecidos de nós. “Neo-realismo e seus arredores” é a oportunidade de se familiarizar com esse período e essa proposta de fazer cinema que foi a principal inspiração para a nouvelle vague, para o Cinema Novo brasileiro e para todos os novos cinemas surgidos ao redor do mundo nos anos 60.

110 anos de Henri Langlois
Dia 13 de novembro é o aniversário do homem que mais personifica o amor pela preservação cinematográfica no mundo: Henri Langlois. Criador da Cinemateca Francesa e grande agitador da salvaguarda e da exibição de filmes notáveis da história cinematográfica, Langlois corria incansavelmente contra o tempo para salvar latas de filmes jogadas fora, em mercados de pulgas ou em arquivos abandonados numa época em que nenhum arquivo fílmico ainda existia e todos pareciam acreditar que a efemeridade do cinema era um fato consumado. Henri Langlois mostrou que todos estavam errados: graças a ele milhares de títulos sobreviveram, e sua inspiração fez com que diversas cinematecas e arquivos fílmicos fossem constituídos ao redor do mundo. A Cinemateca do MAM, portanto, não poderia deixar de fazer essa homenagem, exibindo o filme do escritor e cineasta argentino Edgardo Cozarinsky, falecido em junho deste ano.

SEX 1 NOV . 16h (Cinema 1)
Incontornáveis. Juventude desenfreada (Seishun zankoku monogatari), de Nagisa Oshima. Japão, 1960. Com Miyuki Kuwano, Yusuke Kawazu, Yoshiko Kuga. 96′. Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

SEX 1 NOV . 18h
Filmar a música. Ornette: Made in America, de Shirley Clarke. EUA, 1985. Com Ornette Coleman, Don Cherry, William Burroughs. 77’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 2 NOV . 16h
Filmar a música. Agadez, a música e a rebelião (Agadez, the Music and the Rebellion), de Ron Wyman. Níger, 2010. 75’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

SÁB 2 NOV . 18h
Filmar a música. The Rolling Stones: Shine a Light (Shine a Light), de Martin Scorsese. EUA, 2008. Com Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts. 122’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

DOM 3 NOV . 15h30
Filmar a música. Can: Free Concert, de Peter Przygodda. Alemanha Ocidental, 1972. Com Damo Suzuki, Irmin Schmidt, Jaki Liebezeit. 54’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

DOM 3 NOV . 17h
Aconteceu 100 anos atrás. A saga de Gösta Berling (Gösta Berlings saga), de Mauritz Stiller. Suécia, 1924. Com Lars Hanson, Sven Scholander, Greta Garbo. 183′. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

QUA 13 NOV . 18h
110 anos de Henri Langlois. Cidadão Langlois (Citizen Langlois), de Alberto Cozarinsky. França, 1995. Documentário. 69’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

QUI 14 NOV . 18h
Neo-realismo e seus arredores. Roma cidade aberta (Roma città aperta), de Roberto Rossellini. Itália, 1945. Com Anna Magnani, Aldo Fabrizi, Marcello Pagliero. 103’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 15 NOV . 15h
Incontornáveis. Duelo ao sol (Duel in the Sun), de King Vidor. EUA, 1946. Com Jennifer Jones, Gregory Peck, Joseph Cotten. 146’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 15 NOV . 18h
Incontornáveis. Tristana, uma paixão mórbida (Tristana), de Luis Buñuel. Espanha/Itália/França, 1970. Com Catherine Deneuve, Fernando Rey, Franco Nero. 99’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 16 NOV . 16h
Neo-realismo e seus arredores. Cada qual com seu destino (Campo de’ fiori), de Mario Bonnard. Itália, 1943. Com Caterina Boratto, Aldo Fabrizi, Anna Magnani. 95’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 16 NOV . 18h
Neo-realismo e seus arredores. Paisá, de Roberto Rossellini. Itália, 1946. Com Carmela Sazio, Robert Van Loon, Affonsino Pasca. 122’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 17 NOV . 16h
Neo-realismo e seus arredores. Viver em paz (Vivere in pace), de Luigi Zampa. Itália, 1947. Com Alo Fabrizi, Gar Moore, Mirella Monti. 90’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 17 NOV . 18h
Neo-realismo e seus arredores. Ladrões de bicicletas (Ladri di biciclette), de Vittorio De Sica. Itália, 1948. Com Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola, Lianella Carell. 89’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

QUA 20 NOV . 18h
Neo-realismo e seus arredores. A terra treme (La terra trema), de Luchino Visconti. Itália, 1948. Com Antonio Arcidiacono, Maria Micale, Sebastiano Valastro. 160’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

QUI 21 NOV . 18h
Neo-realismo e seus arredores. Arroz amargo (Riso amaro), de Giuseppe De Santis. Itália, 1949. Com Vittorio Gassman, Doris Dowling, Silvana Mangano. 108’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 22 NOV . 18h
Incontornáveis. Ele fica no deserto contando os segundos de sua vida (He Stands in the Desert Counting the Seconds of His Life), de Jonas Mekas. EUA, 1986. Com Allen Ginsberg, Kenneth Anger, Andy Warhol.

SÁB 23 NOV . 16h
Neo-realismo e seus arredores. Milagre em Milão (Miracolo a Milano), de Luchino Visconti. Itália, 1951. Com Emma Gramatica, Francesco Golisano, Paolo Stoppa. 97’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

SÁB 23 NOV . 18h
Neo-realismo e seus arredores. Belíssima (Bellissima), de Luchino Visconti. Itália, 1951. Com Anna Magnani, Walter Chiari, Tina Apicella. 114’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

DOM 24 NOV . 16h
Neo-realismo e seus arredores. Alemanha ano zero (Germania anno zero), de Roberto Rossellini. Itália/Alemanha/França, 1948. Com Edmund Moeschke, Ernst Pittschau, Ingetraud Hinze. 71’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 24 NOV . 18h
Neo-realismo e seus arredores. O caminho da esperança (Il cammino della speranza), de Pietro Germi. Itália, 1950. Com Raf Vallone, Elena Varzi, Saro Urzì. 105’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEG 25 NOV . 18h
Homenagem a Vladimir Carvalho. Conterrâneos velhos de Guerra, de Vladimir Carvalho. Brasil, 1990. 154’. Em 35mm. Classificação indicativa 14 anos.

QUA 27 NOV . 18h
Incontornáveis. No silêncio da noite (In a Lonely Place), de Nicholas Ray. EUA, 1950. Com Humphrey Bogart, Gloria Grahame, Frank Lovejoy. 94’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 28 NOV . 18h
Aconteceu 100 anos atrás. Lágrimas de palhaço (He Who Gets Slapped), de Victor Sjöstrom. EUA, 1924. Com Lon Chaney, Norma Shearer, John Gilbert. 95’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 29 NOV . 18h
Gêneros ao redor do mundo. Pulgasari, de Shin Sang-ok. Coreia do Norte, 1985. Com Chang Son Hui, Ham Gi-sop, Ri Jong-uk. 95’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

SÁB 30 NOV . 16h
Neo-realismo e seus arredores. Angelina, a deputada (L’onorevole Angelina), de Luigi Zampa. Itália, 1947. Com Anna Magnani, Nando Bruno, Ave Ninchi. 90’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

SÁB 30 NOV . 18h
Neo-realismo e seus arredores. Roma às 11 horas (Roma ore 11), de Giuseppe De Santis. Itália, 1952. Com Lucia Bosè, Carla Del Poggio, Maria Grazia Francia. 107’. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

PROGRAMAÇÃO OUTUBRO

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Grande parte do audiovisual produzido hoje é derivado da música: videoclipes, vídeo álbuns, registros de gravações ao vivo, transmissões de shows e festivais. E, ainda assim, em muitas dessas obras existe a percepção de que a filmagem, não consegue exprimir a sensação impactante de uma coisa viva, urgente, física, acontecendo entre seres humanos e objetos que emitem sons. 

Como filmar, então, para que tenhamos essa impressão de um presente intenso que a arte musical sendo executada ao vivo é capaz de dar? As respostas podem ser encontradas, visualmente, na mostra “Filmar a música”, que reúne cineastas que se empenham em filmar o acontecimento sonoro em todos os seus aspectos: o trabalho físico, o furor, a repetição dos ensaios, a imprevisibilidade e, evidentemente, a emoção que se origina da execução sonora. 

Não é à toa que os documentaristas do cinema direto, como D. A. Pennebaker ou os irmãos Maysles, fascinados pela ideia de filmar o “agora”, tenham feito filmes musicais. A eles se juntam grandes diretores como Jean-Luc Godard, Martin Scorsese, Shirley Clarke, Pedro Costa e Jim Jarmusch, que encontram ângulos e distâncias de câmera muito especiais para filmar aspectos do gesto musical que nos fazem adentrar nesse “agora” como se fosse o momento mais precioso do mundo. São filmes que vão do rock ao jazz, da improvisação livre à chanson francesa, da música tuareg ao soul e ao pop mas, em todos eles, o objetivo é semelhante: traduzir em imagens a força e a energia que a música tem.

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SEX 18 OUT . 18h
Incontornáveis. Carta de uma desconhecida (Letter from an Unknown Woman), de Max Ophüls. EUA, 1948. Com Joan Fontaine, Louis Jourdan, Mady Christians. 87′. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

SÁB 19 OUT . 16h
Aconteceu 100 anos atrás. A última gargalhada (Der Letzte Mann), de F.W. Murnau. Alemanha, 1924. Com Emil Jannings, Maly Delschaft, Max Hiller. 88′. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

SÁB 19 OUT . 18h
Filmar a música. Year of the Horse, de Jim Jarmusch. EUA, 1997. Com Neil Young, Ralph Molina, Poncho Sampedro. 107’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

DOM 20 OUT . 16h
Filmar a música. Um mais um (One + one), de Jean-Luc Godard. Reino Unido, 1968. Com Mick Jagger, Keith Richards, Anne Wiazemsky. 100’. Documentário/Ficção. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

DOM 20 OUT . 18h
Filmar a música. Gimme Shelter, de Albert Maysles, David Maysles e Charlotte Zwerin. EUA, 1970. Com Mick Jagger, Keith Richards, Mick Taylor. 91’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUA 23 OUT . 18h
Filmar a música. Led Zeppelin: The Song Remains the Same (The Song Remains the Same), de Peter Clifton e Joe Massot. Reino Unido, 1976. Com Robert Plant, Jimmy Page, John Bonham. 137’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 24 OUT . 15h30 (Cinema 1)
Filmar a música. O último concerto de rock (The Last Waltz), de Martin Scorsese. EUA, 1978. Com Robbie Robertson, Muddy Waters, Neil Young. 117′. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

QUI 24 OUT . 18h
Filmar a música. Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, de D.A. Pennebaker. Reino Unido, 1979. Com David Bowie, Mick Ronson, Trevor Bolder. 90’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 25 OUT . 14h (Cinema 1)
Filmar a música. Woodstock – 3 Dias de Paz, Amor e Música (Woodstock), de Michael Wadleigh. EUA, 1970. Com Jimi Hendrix, The Who, Joan Baez. 184’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SEX 25 OUT . 18h
Incontornáveis. O Açougueiro (Le Boucher), de Claude Chabrol. França, 1970. Com Stéphane Audran, Jean Yanne, Antonio Passalia. 93′. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 26 OUT . 16h
Filmar a música. Conexões desconexas (Step Across the Border), de Nicolas Humbert e Werner Penzel. Suíça/Alemanha, 1990. Com Fred Frith, John Zorn, Arto Lindsay. 88’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 26 OUT . 18h
Filmar a música. Sign ‘O’ the Times, de Prince, David Hogan e Albert Magnoli. EUA, 1987. Com Prince, Sheena Easton, Sheila E. 85’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

DOM 27 OUT . 16h
Filmar a música. Jazz num dia de verão (Jazz on a Summer’s Day), de Bert Stern e Aram Avakian. EUA, 1958. Com Thelonious Monk, Mahalia Jackson, Chuck Berry. 88’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

DOM 27 OUT . 18h
Filmar a música. Festival, de Murray Lerner. EUA, 1967. Com Bob Dylan, Johnny Cash, Joan Baez. 95’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

QUA 30 OUT . 18h
Filmar a música. Ne change rien, de Pedro Costa. Portugal/França, 2009. Com Jeanne Balibar, Rodolphe Burger, Hervé Loos. 99’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 31 OUT . 10h (Cinema 1)
Apresentação da plataforma CINENAESCOLA. O projeto Acervos Audiovisuais e Universidades na produção de conhecimento escolar (FAPERJ 2022-2024) desenvolvido pelo grupo CINEAD – Laboratório de Educação, Cinema e Audiovisual da Faculdade de Educação (UFRJ),  e do projeto Acervos Digitais no contexto do Plano Nacional de Educação Digital e da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (USP) apresentam uma plataforma de filmes latinoamericanos com pistas pedagógicas e tecnologias assistivas (em construção).

QUI 31 OUT . 13h (Cinema 1)
2º Encontro das escolas na Cinemateca do MAM/CCBB. Em duas sessões, nas quais serão exibidos filmes da plataforma para grupos de estudantes das escolas envolvidas do projeto Acervos Audiovisuais e Universidades na produção de conhecimento escolar (FAPERJ 2022-2024, a saber: Escola Municipal Prefeito Djalma Maranhão (Vidigal); Escola municipal professora Tânia Rita de Oliveira Teixeira Av São José – Parque Belém Angra dos Reis; Escola municipal PROFA Cleusa Fortes de Pinho Jordão Rua Itaperuna – Japuiba Angra dos Reis; Instituto Benjamin Constant e Colégio de Aplicação da UFRJ.

QUI 31 OUT . 16h 
Filmar a música. Amazing Grace, de Alan Elliott e Sydney Pollack. EUA, 2018. Com Aretha Franklin, James Cleveland, C.L. Franklin. 89′. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa livre.

QUI 31 OUT . 18h
Filmar a música. The Velvet Underground and Nico, de Andy Warhol. EUA, 1966. Com Lou Reed, John Cale, Nico. 70’. Documentário. Em mp4 (h264). Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.



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