O diretor executivo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Fabio Szwarcwald, anunciou nesta terça-feira, 18 de agosto de 2020, a nova Direção Artística do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A curadora e pesquisadora carioca Keyna Eleison e o crítico de arte e curador espanhol Pablo Lafuente assumem a Direção Artística do museu, como resultado da chamada internacional sul-americana, lançada em maio. A diretoria conjunta será responsável pela gestão das coleções do museu, curadoria de artes visuais, além das iniciativas e eventos das áreas de educação, cinema, acervo e conservação, documentação e pesquisa. Eles também estarão envolvidos com retomada do Bloco Escola e a parceria com a Residência Capacete.
A proposta de Eleison e Lafuente apresentada ao museu é focada na construção de uma visão plural e orgânica da arte, ecoando a diversidade do Rio e da sociedade brasileira, além de reconectar o museu com seu exterior físico, digital e simbólico.
“Tenho uma relação afetiva com o MAM Rio e é sobre afeto que se trata nossa direção artística. Eu e Pablo estamos juntos para pensar e desenvolver um museu vivo, situado e em rede. Estabelecer um diálogo prático e intelectual com saberes e visões de mundo, e ocupar espaços internos e externos de muitas formas. Estar na Direção Artística do MAM coloca na minha trajetória e na dimensão coletiva conquistas. Agora, temos muito trabalho pela frente”, afirma Keyna.
Para Lafuente, trabalhar em dupla a diretoria artística é oportunidade de pensar o museu, a arte e a cultura: “A diversidade de visões e a negociação de posições, com o intuito de representar e conectar com a realidade que nos rodeia, no Rio, no Brasil e no mundo, é uma grande oportunidade. Temos a convicção de que só a partir da troca e da construção coletiva é possível criar instituições que façam a diferença”, reflete.
O MAM Rio recebeu um total de 103 candidaturas, de 116 participantes, de 12 países, incluindo projetos assinados por duplas e coletivos. No total, foram 66 participantes mulheres e 50 homens. Após avaliação dos currículos pelos critérios de classificação, restaram 67 candidaturas válidas, analisadas por um Comitê interno formado por 5 avaliadores, que selecionaram 13 candidaturas para a segunda fase. Com apoio do comitê técnico consultivo, esta fase analisou as 13 candidaturas e apontou 5 finalistas.
O comitê interno foi composto por representantes da equipe do MAM: Lucimara Letelier, Diretora Adjunta Institucional, Fernanda Lopes, Curadora Assistente, Márion Strecker, Coordenadora de Conteúdos Artísticos e por Camilla Rocha Campos e Helmut Batista, diretores da Residência Artística Capacete.
O comitê técnico foi composto pelo artista baiano Ayrson Heráclito; pelo curador e diretor da Casa do Povo (SP), Benjamin Seroussi; pela curadora baiana Diane Lima; pela diretora do Instituto Brasileiro de Museus, Eneida Braga; por Jochen Volz, diretor da Pinacoteca de São Paulo; pela curadora equatoriana Manuela Moscoso; pelo artista carioca Maurício Dias; pela coordenadora de educação do Instituto Moreira Salles de SP, Renata Bittencourt; e por Roberta Saraiva Coutinho, que integra a diretoria do ICOM Brasil. Na última etapa seletiva, os cinco finalistas também foram entrevistados pelo Conselho de Administração do MAM Rio em conjunto com o Diretor Executivo do museu, Fabio Szwarcwald.
Keyna Eleison
Curadora. Escritora, pesquisadora, herdeira Griot e xamã, narradora, cantora, cronista ancestral. Com experiência extensa em gestão de instituições de arte, cinema e cultura, e com gestão de projetos educativos.
Mestre em História da Arte e especialista em História e Arquitetura pela PUC – Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro); bacharel em Filosofia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Participa da Comissão do Patrimônio Africano para laureação da região do Cais do Valongo, como Patrimônio da Humanidade (UNESCO). Curadora do 10a Bienal Internacional SIART, Bolívia (2018-19).
Atualmente, é cronista da Contemporary & Magazine e professora do Programa de Formação e Deformação da EAV Parque Lage, no Rio de Janeiro.
Pablo Lafuente
Nascido em Santurtzi, no País Basco, Pablo Lafuente vive no Brasil há sete anos, desde junho de 2013. Tem trajetória profissional nas áreas da curadoria, crítica de arte, edição e ensino, em contextos institucionais e informais, em projetos de pequena e grande escala. Em todos esses engajamentos, sejam eles de curto ou longo prazo, procurou desenvolver práticas interdisciplinares de modo colaborativo, com base em pesquisas teóricas e históricas, sempre pensando a arte desde seus contextos sociais e políticos e desde as plataformas institucionais que a fazem possível.
Coordenador, Programa CCBB Educativo – Arte & Educação, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, de 2018 a 2020. Responsável pelo desenvolvimento, implantação e gerenciamento do programa educativo no centro cultural, com uma equipe de mais de 20 educadores.
Co-curador, 31a Bienal de São Paulo. Membro da equipe curatorial horizontal composto inicialmente por 5 pessoas (com Galit Eilat, Nuria Enguita, Oren Sagiv e Charles Esche) e mais tarde 7 (com Luiza Proença e Benjamin Seroussi).
Curador Associado, Office for Contemporary Art Norway, Oslo. Responsável pelo programa de exposições e programa público, pela desenho do plano institucional e orçamentos anuais em colaboração com a diretora Marta Kuzma, pelas relações institucionais com os Ministérios de Cultura e Exteriores (co-financiadores da instituição) e outros parceiros, e pelo desenho e supervisão da estratégia de comunicação e de publicações.