Curso Interfaces entre arte e educação

BLOCO ESCOLA
Em 2021, o MAM Rio retoma as atividades do Bloco Escola, recuperando a vocação original do MAM Rio, expressada tanto pela sua arquitetura como por suas práticas, de atuar na formação continuada dos profissionais e públicos nos campos artístico e cultural, com seminários, oficinas e cursos de curta e longa duração dedicados aos aspectos teóricos, poéticos, sociais, históricos da arte, do cinema e de outras formas de expressão, bem como suas redes de produção, circulação e difusão, pensadas em escala local, nacional e internacional. 

CURSO INTERFACES ENTRE ARTE E EDUCAÇÃO 
O curso online compreende a formação em artes de forma ampliada e vai investigar projetos e metodologias que abarcam as formações de públicos em contextos como os museus, as instituições e os projetos com recorte territorial, as escolas livres e espaços de formação de artistas, bem como a formação de alunos e professores da educação básica, olhando também para a escola e suas especificidades.

Reunirá profissionais que transitam por esses diferentes contextos e que vão contribuir para reflexões em torno das multiplicidades de questões, urgências e demandas que conformam as relações entre arte e educação.

Carga horária: 23 horas em três módulos entre abril e junho. Com conferências, palestras, debates e encontros para sistematização dos aprendizados de cada módulo. Voltado para professores, educadores, artistas e gestores que tenham a educação como campo de pesquisa e atuação. Vagas: 30.

Abertura das inscrições: 26 de março
Encerramento das inscrições: 31 de março
Divulgação do resultado: 1º de abril
Início das aulas: 05 de abril

Programa

SEG 5 abr, das 19h às 21h 
Conferência de abertura: Qual a importância de pensar arte e educação, a partir do museu de arte. Com Pablo Lafuente.
Curador, escritor, pesquisador e educador. Mestre em Jornalismo (London College of Printing, University of the Arts London, Reino Unido) e bacharel em Filosofia (Universidad Complutense de Madrid, Espanha). Curador da Office for Contemporary Art Norway, Oslo, Noruega (2008 – 2013); Diretor-fundador do curso de mestrado MRes Art em Central Saint Martins, University of the Arts London (2011 – 2013); Co-curador do Pavilhão Norueguês na Bienal de Veneza, Itália (2011 e 2013); Co-curador da 31a Bienal de São Paulo (2014). Editor da revista académica Afterall (2005 – 2013), e da série de livros Exhibition Histories (desde 2012). Foi coordenador do Programa CCBB Educativo – Arte e Educação no Rio de Janeiro (2018-2020). Atualmente é co-diretor artístico do MAM Rio.

Módulo 1
Educação museal e mediação cultural – As interfaces entre arte e educação nos museus

SEG 12 abr, das 19h às 21h
Mediação cultural como redistribuição. Com Gleyce Kelly Heitor
Educadora e pesquisadora. Tem licenciatura em História (UFPE), mestrado em Museologia e Patrimônio (Unirio-Mast) e experiência com projetos de mediação cultural, educação e programas públicos em museus, exposições e demais instituições de arte. Atualmente é Gerente de Educação e Participação do MAM Rio. Foi coordenadora de ensino da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (2019), professora substituta do Bacharelado em Museologia da UFG (2017- 2018), coordenadora pedagógica nacional do Programa CCBB Educativo Arte e Educação – 2018, realizado pelo JA.CA Centro de Arte e Tecnologia, assessora e coordenadora pedagógica da Escola do Olhar – MAR – RJ (2012-2017) e estagiária na Diretoria de Mediação e Programação Cultural do Museu do Louvre (2016). Colabora com instituições como o Observatório de Favelas – RJ (2019, 2020 e 2021), como consultora pedagógica do projeto Elã – Escola Livre de Artes, realizado no Galpão Bela Maré; com a Oficina Francisco Brennand – PE (2021), onde atua como curadora adjunta do eixo Território; e com a Escola Itaú Cultural – SP, onde é professora do curso Mediação Cultural Contemporânea (2020 e 2021).

SEG 19 abr, das 19h às 21h
Mediação como pesquisa. Com Cayo Honorato 
É professor adjunto no Departamento de Artes Visuais (VIS) da Universidade de Brasília (UnB), na área de História e Teoria da Educação em Artes Visuais, com pesquisa sobre a atuação dos públicos e a mediação cultural; as conjunções e disjunções entre arte e educação; as relações entre arte, educação e política. Orientador credenciado no PPGAV da UnB. Doutor em Educação pela FE/USP; mestre em Educação pela FE/UFG; especialista em Arte Contemporânea e bacharel em Artes Visuais pela FAV/UFG. Integra a rede Another Roadmap for Arts Education desde 2015. É pesquisador associado do Centre for the Study of the Networked Image (CSNI) da London South Bank University (LSBU), Reino Unido, desde 2018, onde realizou estágio pós-doutoral.

SEG 26 abr, das 19h às 21h
O que é a comunidade quando o museu é na comunidade? Com Bruna Camargos e Erika Lemos Pereira.

Bruna Camargos
Educadora, pesquisadora e gestora cultural. Mestre em História Social da Cultura (Puc-Rio), suas vivências têm dialogado com movimentos sociais e mediação cultural, na interface entre educação, arte contemporânea e territórios. Foi coordenadora de educação no Instituto Inhotim, em Brumadinho, e educadora de projetos no Museu de Arte do Rio (MAR), atuando no desenvolvimento de público, com foco na agenda museu, territórios e agenciamentos comunitários. Colaborou com a coordenação pedagógica da Universidade das Quebradas (PACC/UFRJ) e na coordenação de projetos na ONG AfroReggae, incluindo os intercâmbios de tecnologias sócio-culturais em Cabo Verde. Residente do programa MAM|Capacete 2020, atualmente é líder de projetos no laboratório de educação da Fundação Roberto Marinho| Canal Futura, onde desenvolve soluções educativas multitelas e materiais pedagógicos. As principais linhas de pesquisa incluem: História Social da Cultura, com ênfase em educação e cultura na América Latina; História intelectual; política cultural; participação, democratização e democracia cultural; processos e práticas pedagógicas decoloniais.

Érika Lemos Pereira
Mulher, preta, gorda e moradora do bairro de Campo Grande. Bacharela em História da Arte (EBA/UFRJ) e licenciada em Artes Visuais (CEUCLAR). Integrou os seguintes grupos de pesquisa: Espécie de Espaços/EBA/UFRJ (2016 – 2018) com a pesquisa intitulada “Sobre palavras que expressam relações sujeito-obra em experiências estéticas contemporâneas” financiada pela FAPERJ; Paulo Freire, Arte Contemporânea e Educação: influências e traduções/EAV Parque Lage (2019); Educação Museal: conceitos, história e políticas/MHN/CNPq (2020) e na pesquisa institucional MAM Capacete com a pesquisa intitulada “Educação no MAM-Rio: sua trajetória e sua potência multiplicadora” com Gustavo Barreto. Vice-coordenou o projeto de extensão Formação de mediadores culturais em exposições de arte/EBA/UFRJ (2019 – 2020). Integrou as equipes dos Programas Educativos do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea (2015-2016), Museu da Chácara do Céu (2016-2018), CCBB Educativo Arte & Educação – RJ (2018) e Galpão Bela Maré/Observatório de Favelas (2018-2020). Atualmente, coordena o Programa Educativo do Galpão Bela Maré/Observatório de Favelas. Co-fundou e lecionou o componente Artes no Pré Vestibular Popular Bosque dos Caboclos (2017-2019). Curou a exposição Os amigos da gravura em cinco técnicas (Museu da Chácara do Céu, 2018) e co-organizou a exposição Vou Fazer Arte 2: Fazer Arte Não É Só Fazer Arte (Galpão Bela Maré, 2019).

SEG 3 mai, das 19h às 20h
Aprendizados e reflexões. Moderação de Laís Daflon.
Mestranda em Artes Visuais na UFRJ, pós-graduada no MBA em Gestão de Museus da ABGC/UCAM, bacharel em História da Arte pela UERJ e Técnica em Turismo e Entretenimento pelo CEFET-RJ. É educadora no Programa de Educação e Participação do MAM Rio. Criou o projeto Arte Errante de história da arte e turismo cultural no Instagram e seu curso online.

Módulo 2
Interfaces entre arte e educação nas escolas, nos terreiros, nos quintais e nas aldeias

SEG 10 mai, das 19h às 21h
A atualidade da formação de professores em artes. Com Wilson Cardoso.
Carioca nascido no IAPC de Irajá, em 1959. Professor de Didática e Prática de Ensino de Artes Visuais e Desenho da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, desde 2011. Coordenador do curso de Especialização Ensino Contemporâneo de Arte, uma das ênfases do Curso de Especialização em Saberes e Práticas na Educação Básica – CESPEB / UFRJ, desde 2019. Antes de dedicar-se a formação de professorxs, foi professor de Artes Visuais da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (lotado na Escola Municipal Levy Miranda, na Pavuna, de 1985-1993) e do Colégio Pedro II (Campi Engenho Novo II e São Cristóvão II, de 1993-2010). Atuou na educação não formal de 1983 até 2010, participando de projetos socioeducativos por diferentes ONGs e em diferentes localidades do Rio como, por exemplo, Cidade de Deus, Padre Miguel, Senador Camará, Santa Cruz, Vila do João / Complexo da Maré, Cidade Alta / Cordovil, Catete, Central do Brasil, Niterói. Graduado em Educação Artística com habilitação em História da Arte pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (1984). Especializou-se em Arte-Educação no Conservatório Brasileiro de Música (1987), em curso coordenado pela Professora Noemia Varela. Fez mestrado (2000) e doutorado (2017) em Educação pelo PPGE-PUC Rio (Gávea) e integra, desde 1995, o Grupo de Estudos sobre Cotidiano Escolar e Cultura/s (GECEC), coordenado pela Profa. Vera Candau, participando de pesquisas na perspectiva da educação intercultural crítica a partir da pedagogia decolonial e da educação antirracista. Participa também do Laboratório de Educação, Cinema e Audiovisual (LECAV), da Faculdade de Educação da UFRJ, liderado pela Professora Adriana Fresquet, colaborando com o desenvolvimento de atividades de pesquisa, ensino e extensão vinculadas a políticas e pedagogias do cinema e da educação em parceria com escolas públicas, cinematecas e o hospitais.

SEG 17 mai, das 19h às 21h
Pedagogias de terreiro
Palestrante a confirmar

SEG 24 mai, das 19h às 21h
Arte e território. Com Pâmela Carvalho e Xadalu Tupã Jekupé

Pâmela Carvalho
Educadora, Historiadora, Gestora cultural, pesquisadora ativista das relações raciais e de gênero e dos  direitos de populações de favelas. É Mestra em Educação pelo PPGE/UFRJ onde defendeu a dissertação “Eu piso na Matamba”: Epistemologia jongueira e reeducação das relações raciais”. Foi bolsista do Projeto Personagens do Pós Abolição e faz parte do grupo de pesquisa Intelectuais Negras/UFRJ. É coordenadora do eixo “Arte, Cultura, Memórias e Identidades” na Redes de Desenvolvimento da Maré. É fundadora do Quilombo Etu, coletivo que trabalha a cultura popular a partir de uma perspectiva de educação antirracista. É moradora do Parque União (Conjunto de Favelas da Maré).

Xadalu Tupã Jekupé
Xadalu Tupã Jekupé é um artista mestiço que usa elementos da serigrafia, pintura, fotografia e objetos para abordar em forma de arte urbana o tensionamento entre a cultura indígena e ocidental nas cidades. Sua obra, resultado das vivências nas aldeias e das conversas com sábios em volta da fogueira, tornou-se um dos recursos mais potentes das artes visuais contra o apagamento da cultura indígena no Rio Grande do Sul. O diálogo e a integração com a comunidade Guarani Mbyá permitiram ao artista o resgate e reconhecimento da própria ancestralidade. Nascido em Alegrete, tem origem ligada aos indígenas que historicamente habitavam as margens do Rio Ibirapuitã. As águas que banharam sua infância carregam a história de Guaranis Mbyá, Charruas, Minuanos, Jaros e Mbones — assim como dos bisavós e trisavós do artista. A revelação de seu nome espiritual guarani, Tupã Jukupé, em batismo Nhemongarai (ritual de nomeação), pelo centenário cacique Karai Tataendy Ocã, é parte da reconexão de Xadalu com sua ancestralidade indígena. Em 2020, sua obra “Atenção Área Indígena” foi transformada em bandeira e hasteada na cúpula do Museu de Arte do Rio. Meses depois, venceu o Prêmio Aliança Francesa com a obra “Invasão Colonial: Meu Corpo Nosso Território”, que o levará a uma residência artística na França em 2021.

SEG 31 mai, das 19h às 20h 
Aprendizados e reflexões. Moderação de Gilson Plano
É artista e educador. Tem experiência na concepção e elaboração de projetos educacionais em instituições de arte e cultura. É mestrando em Arte pela UERJ e coordenador de mediação no Programa de Educação e Participação do MAM Rio. Seus interesses estão relacionados à pesquisa e criação de programas de educação em arte contemporânea.  

Módulo 3
O lugar da educação nas escolas livres de artes

SEG 7 jun
O lugar da pesquisa na formação. Com Aline Albuquerque 

Aline Albuquerque nasceu em São Paulo em 1974, tem graduação em Artes Plásticas pela Unicamp e mestrado em artes pela Universidade Federal do Ceará. É mãe, artista visual, professora, ativista e pesquisadora do Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR- UFC). Sua produção orbita em torno de temas como arte e política, arte e educação, artivismo, processos de criação coletivos e colaborativos, micropolíticas urbanas.  Atualmente coordena o Laboratório de Artes Visuais da Escola de Formação e Criação do Ceará – Porto Iracema das Artes. 

SEG 14 jun
Descentralização a afirmação do território. Com Isabela Souza 
É Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Mestre em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem MBA em Gestão de Projetos pelo IBMEC – RJ e é Bacharel em Turismo pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Nasceu e cresceu na Maré e desde 2011, integra o quadro da OSCIP Observatório de Favelas do Rio de Janeiro. Atualmente é diretora da organização. Se interessa pelos debates acerca da cidade, das pessoas que nela vivem e da arte e da cultura como caminhos para construção de uma sociedade menos desigual.

SEG 21 jun
Formação e deformação de artistas. Com Ulisses Carrilho e Beatriz Lemos

Beatriz Lemos
É pesquisadora e curadora com mestrado em História Social da Cultura pela PUC-RJ. É idealizadora e diretora da plataforma Lastro – Intercâmbios Livres em Arte. A partir de perspectivas contra-hegemônicas, atua na condução e articulação de processos em rede e transdisciplinares de criação e aprendizagem. Atualmente é Curadora Adjunta do MAM Rio e integra a equipe curatorial da 3ª Frestas – Trienal de Artes (Sorocaba, SP).

Ulisses Carrilho
É curador da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e ex-aluno da mesma escola. Pós-graduado em Economia da Cultura (UFRGS), estudou Comunicação Social (PUCRS) e Letras – Português/Francês (UFRGS). Iniciou sua trajetória como assistente de direção do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Integrou a equipe de relacionamento institucional da Fundação Bienal do Mercosul (Porto Alegre) e da galeria Rolando Anselmi (Berlim, Alemanha. Sua pesquisa no âmbito da intersecção das artes e da educação mira contranarrativas, críticas à lógica de produção do capitalismo Interessa-se por manifestações de insubordinação, desobediência e indisciplina no campo da educação.

SEG 28 jun
Aprendizados e reflexões. Moderação de Antônio Amador 
Artista visual e Educador. Doutorando em Artes da Cena pelo PPGAC/ECO/UFRJ. Mestre em Estudos Contemporâneos das Artes pelo PPGCA/UFF. Possui interesse em programas performativos que pensem o corpo e seus estudos transdisciplinares. Desde 2015 é funcionário da Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda.



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