Verbete – Arte e pussanga em Jaider Esbell

Jaider Esbell foi um artista, educador, escritor, geógrafo e curador Makuxi. O artista desempenhou um importante papel na consolidação da arte indígena contemporânea no Brasil, não apenas por meio de sua produção artística, mas também como agente catalisador e ativista. Esbell começou sua prática artística em 2010, com o suporte de uma bolsa da Funarte que contribuiu para a publicação de seu primeiro livro, Terreiro de Makunaima – Mitos, lendas e estórias em vivências

Para os Makuxi, Makunaimî é um importante ancestral, o avô, o criador – figura sagrada que foi apropriada por Mário de Andrade para a criação de seu famoso personagem. Em 2013, Esbell fundou a Galeria Jaider Esbell de Arte Indígena Contemporânea, um espaço coletivo e independente que impulsiona a produção e circulação de artistas indígenas, e realiza diversas atividades educativas. A galeria abriga um importante acervo com obras de artistas de diversos povos indígenas do Brasil e das Américas, além de uma biblioteca com obras de referência sobre arte, literatura e educação indígenas. Esbell realizou inúmeras exposições dentro e fora do país, compartilhando preocupações socioambientais e narrativas originárias, principalmente as do povo Makuxi.

Na obra Pata Ewa’n – o coração do mundo (2016) a imagem de um cavalo-marinho em cores vibrantes ocupa a centralidade da pintura. Esse ser mítico e encantado, cultuado por várias culturas afro-indígenas, é sagrado porque carrega tudo dentro de seu ventre. Um animal que é, ao mesmo tempo, macho e fêmea, ligado às narrativas de origem. Inscreve-se, no trabalho, uma constante na pesquisa artística de Jaider Esbell: seu comprometimento com as manifestações da espiritualidade e da pussanga, palavra do tupi que aponta para o feitiço, os encantamentos e as formas da cura. 





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