Verbete – Volta moderna ao mito de origem

Vicente do Rego Monteiro iniciou a sua formação artística no Rio de Janeiro no final da década de 1900, e em Paris no início da década de 1910. Devido à Primeira Guerra Mundial, retornou ao Brasil em 1915, ano em que realizou sua primeira exposição individual em Recife. Nos anos 1920, voltou-se para as culturas indígenas da Amazônia e suas representações, principalmente a partir de uma pesquisa feita sobre a arte marajoara presente nas coleções do Museu Nacional no Rio de Janeiro. Esse dado diz respeito não apenas ao interesse pessoal do artista, mas também às pesquisas de parte dos modernistas, que desejavam a construção de um imaginário coletivo brasileiro ligado aos mitos de origem do Brasil, como o da mestiçagem.

Obras como A Cobra Grande manda para sua filha a noz de Tucunã (1921) e Lendas indígenas da Amazônia (1920) são exemplos dessa produção. Essas representações de motivos indígenas respondem à busca de um passado histórico anterior às invasões coloniais. Ambas as obras trazem imagens de pessoas indígenas com características que podem ser associadas a outras culturas, como as divindades indianas, demonstrando relações entre distância, idealização estetizante e realidade.





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