

SEMINÁRIO
O que pode um museu-escola? Educação e práticas de criação
Dia 14 de novembro de 2025, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realiza o seminário O que pode um museu-escola? Educação e práticas de criação, em preparação à retomada do Bloco Escola. O encontro reúne artistas, educadores e profissionais do campo da cultura em mesas-redondas e debates, propondo um espaço de diálogo entre a história das práticas educacionais no museu e os desafios contemporâneos para pensar o papel das instituições culturais na formação crítica e na criação coletiva.
O Bloco Escola, inaugurado em 1958 como a primeira parte da sede definitiva do MAM Rio, acolheu no ano do seu nascimento o Seminário de Estudos da Unesco sobre a Função Educativa dos Museus, refletindo uma convicção fundadora: a de que o museu deve ser, antes de tudo, uma plataforma de educação e formação. Pensado como um espaço de experimentação e aprendizagem, o MAM Rio se afirmava, desde então, como uma instituição que desejava participar da construção de um novo país.
Com o passar das décadas, os modos de compreender essa função educativa se transformaram. A proposta inicial de uma Escola Técnica de Criação, inspirada em um modelo integrador e funcionalista, deu lugar a um campo ampliado de práticas, no qual a técnica conviveu com a experimentação, e a formação individual abriu-se à ação coletiva e participativa. O museu expandiu seus processos pedagógicos além de suas paredes, ocupando o entorno e adotando a cidade como território de criação.
Ao longo dessas transformações, uma constante permaneceu: a arte-educação como meio de transformação. Após a sua revitalização, o Bloco Escola se prepara para uma nova etapa em sua história, e o seminário marca o início desta retomada, convidando o público a refletir sobre a vocação contemporânea desse espaço que sempre articulou arte, educação e criação coletiva.
Programação
SEX 14 DE NOV . 9h – 17h
9h . Café da manhã
9.30h . Boas-vindas e introdução
9h45 . Mesa 1 – MAM Rio como museu-escola, com Ana Chaves, Érika Lemos Pereira e Luiz Pizarro
11h . Intervalo de café
11h30 . Mesa 2 – Artistas na educação, com Anna Bella Geiger, Iole de Freitas e Bárbara Copque
12h45 . Intervalo de almoço
14h . Mesa 3 – Educação em relação com o território, com Anna Luísa Oliveira, Bruna Camargos e Mara Pereira
15h30 . Mesa 4 –  Formação nos processos de criação, com Janine Magalhães, Sandra Benites e Stella Paiva
16h45 . Encerramento e considerações finais
Evento gratuito. Espaço sujeito a lotação. Participação por ordem de chegada.
Mesas
Mesa 1 – MAM Rio como museu-escola . 9h45 – 10h45
Ana Chaves, Érika Lemos Pereira e Luiz Pizarro
Mediação: Pablo Lafuente
Ana Chaves, Érika Lemos Pereira e Luiz Pizarro discutem a trajetória do MAM Rio como museu-escola, refletindo sobre as práticas formativas e os compromissos educativos que marcaram sua história. A mesa propõe revisitar experiências que consolidaram o museu como espaço de experimentação pedagógica, articulando arte, educação e comunidade. A mesa contará com 15 minutos para perguntas e comentários dos públicos.
Ana Chaves é professora e pesquisadora. Iniciou sua trajetória em programas de educação em museus e centros culturais, como o Programa Educativo Arte, Cultura e Cidadania no CCBB Rio e o Núcleo Experimental de Educação e Arte no MAM Rio. Pesquisadora na área de história da arte, tem ênfase em imagem fotográfica, arquivo, museu, educação e cidade.
Érika Lemos Pereira é especialista em Saberes e Fazeres no Ensino de Artes Visuais (CPII) e em Gestão e Produção Cultural (UCAM/ABGC). Desde 2015, atua como educadora e desenvolve outras práticas, como curadoria, gestão cultural, docência e pesquisa. Atualmente, é professora de Artes Visuais no Colégio Pedro II e integra o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas do Colégio Pedro II (NEABI/CPII).
Luiz Pizarro é artista e educador, tendo atuado como Coordenador do Programa de Educação do MAM Rio. Nasceu em 1958, no Rio de Janeiro, Brasil, e residiu em Colônia, Alemanha, de 1992 a 1998. Em 2006, residiu na Cité des Arts. Formou-se em Engenharia de Produção pela UFRJ e em Administração Pública pela EBAP–FGV, com formação artística no Parque Lage, entre 1981 e 1983.
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Mesa 2 – Artistas na educação . 11h30 – 12h30 
Anna Bella Geiger, Iole de Freitas e Bárbara Copque
Mediação: Antônio Amador
Anna Bella Geiger, Iole de Freitas e Bárbara Copque abordam o papel do artista na educação e os modos como a criação artística atravessa práticas pedagógicas. A conversa aborda experiências de artistas-educadores, processos colaborativos e a presença da arte como campo de formação e experimentação. A mesa contará com 15 minutos para perguntas e comentários dos públicos.
Anna Bella Geiger é artista intermídia e professora.
Bárbara Copque descendente do Recôncavo Baiano, é suburbana, pós-doutora em Ciências Sociais e professora adjunta na FEBF/UERJ. Atua como antropóloga-que-fotógrafa, artista visual e curadora, além de ser conselheira do Museu Afrodigital do Rio/UERJ e do acervo Januário Garcia do Instituto Moreira Salles (IMS).
Iole de Freitas é artista e educadora. Aos 9 anos, participou de um curso para crianças com o artista Ivan Serpa, no Bloco Escola. Em 2015, realizou sua primeira exposição individual no Salão Monumental do MAM Rio.
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Mesa 3 – Educação em relação com o território . 14h – 15h
Anna Luísa Oliveira, Bruna Camargos e Mara Pereira
Mediação: Raquel Barreto
Anna Luísa Oliveira, Bruna Camargos e Mara Pereira conversam sobre as relações entre educação, território e os saberes da cidade, observando como as práticas pedagógicas e artísticas dialogam com os contextos urbanos da cidade do Rio de Janeiro. A conversa trará foco para experiências educativas que emergem da escuta, da convivência e do reconhecimento das múltiplas territorialidades que atravessam o fazer pedagógico. A mesa contará com 15 minutos para perguntas e comentários dos públicos.
Anna Luísa Oliveira é doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos (Pós-Afro/UFBA), investigando a representação de mulheres negras e suas memórias em diálogo com museus e a produção de arte contemporânea. Atualmente, é coordenadora geral do Galpão Bela Maré/Observatório de Favelas.
Bruna Camargos é historiadora (UERJ) e mestre em História Social da Cultura (PUC-Rio), com experiência no desenvolvimento de iniciativas que articulam cultura, educação e território. Atualmente, é coordenadora de projetos na Fundação Roberto Marinho, atuando na elaboração de materiais educativos e na formação de educadores.
Mara Pereira é educadora e pesquisadora. Co-fundou e co-realizou a Biblioteca Comunitária Alecrim. Idealizadora, coordenadora e curadora-educadora do projeto Erù-Iyá: movimentos antirracistas. Seu trabalho se volta para os conhecimentos africanos, afrodiaspóricos e dos povos originários.
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Mesa 4 – Formação nos processos de criação . 15h30 – 16h30
Janine Magalhães, Sandra Benites e Stella Paiva
Mediação: Shion L
Janine Magalhães, Sandra Benites e Stella Paiva discutem a experiência de criação como eixo fundamental nos processos profissionalizantes voltados à cultura. A mesa propõe refletir sobre os processos de formação como campo de aprendizagem, em que pensamento, prática artística e técnica articulam-se. A conversa destaca a dimensão formativa da criação e sua potência para gerar novas maneiras de se formar no campo da arte e da educação. A mesa contará com 15 minutos para perguntas e comentários dos públicos.
Janine Magalhães é arte-educadora e mestre em Educação pelo PPGE-UFRJ. Integra a Gerência de Cultura e Arte da Firjan, onde atua em projetos de formação em arte e cultura, como o Itinerário Arte Maker nas Escolas Firjan SESI.
Sandra Benites é pesquisadora e ativista Guarani. Atua como antropóloga, curadora e educadora. É Diretora de Artes Visuais da Funarte e doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional/UFRJ. Foi curadora da exposição Dja Guata Porã | Rio de Janeiro Indígena no Museu de Arte do Rio (MAR) e já ministrou palestras em instituições como o Hammer Museum, MoMA e Peabody Museum de Harvard.
Stella Paiva é Gerente é Gerente de Produção do Museu de Arte do Rio há 13 anos, atuando na realização da programação cultural da instituição e de suas exposições. Graduada em Comunicação Social pela PUC Minas, possui MBA em Gestão Cultural pela Universidade Cândido Mendes, onde pesquisou ações de formação de público em museus e instituições culturais. Desde 2020, é professora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.